sábado, 16 de junho de 2007

PAZ



VOU INVADIR O NORDESTE

Universo no teu corpo / Taiguara



Universo no teu corpo
Taiguara


Eu desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
Uma gente que não viva só pra si
Só encontro
Gente amarga mergulhada no passado
Procurando repartir seu mundo errado
Nessa vida sem amor que eu aprendi
Por uns velhos vão motivos
Somos cegos e cativos
No deserto do universo sem amor
E é por isso que eu preciso
De você como eu preciso
Não me deixe um só minuto sem amor
Vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se une em versos a canção
Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
E é por isso que eu preciso...
Vem que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo
São teu corpo amante amigo em minhas mãos

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Pena Branca e Xavantinho - Bandeira Do Divino



Pena Branca e Xavantinho - Bandeira Do Divino

Os devotos do Divino
vão abrir sua morada
Pra bandeira do menino
ser bem-vinda,
ser louvada, ai, ai

Deus nos salve esse devoto
pela esmola em vosso nome
Dando água a quem tem sede,
dando pão a quem tem fome, ai, ai

A bandeira acredita
que a semente seja tanta
Que essa mesa seja farta,
que essa casa seja santa, ai, ai

Que o perdão seja sagrado,
que a fé seja infinita
Que o homem seja livre,
que a justiça sobreviva, ai, ai

Assim como os três reis magos
que seguiram a estrela guia
A bandeira segue em frente
atrás de melhores dias
No estandarte vai
escrito
que ele voltará de novo
Que o rei será bendito
ele nascerá do povo


LINDA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!N.HIME

quinta-feira, 14 de junho de 2007

terça-feira, 12 de junho de 2007

CZARDAS ( O MENINO TEM 11 ANOS !)



Czardas:
Esta pieza fue compuesta para violin y piano por el compositor italiano
Vittorio Monti (1868-1922).La obra es una especie de danza hungara que combina
muy bien los pasajes lentos con los rapidos.Probablemente te resulte familiar pues
varios grupos e instrumentistas del mundo de la guitarra electrica la han interpretado
alguna vez. Entre ellos Baron Rojo (Baron al rojo vivo),Mago De Oz (jesus de chamberi) o
el gran Uli Jon Roth son algunas de las versiones que he oido, auque seguro que hay muchas mas.
Esta es tu oportunidad para tocarla, (al menos la parte rapida de la pieza).

En esta ocasion dispondremos de tres backings, a diferentes velocidades,100,140,180,
(Beeps Por Minuto), y de dos versiones completas a 140(con la guitarra limpia) , y 180 bpm
para que escuches como podria quedar.

Como siempre ahora pasare a comentar un poco como hay que tocar el tema:
Hay que tocarlo siempre pua-contrapua excepto donde se indique de otro modo,(por lo menos
yo asi lo hice).La transcripcion se divide en dos partes diferentes que luego se van a repetir,
estudia las partes a un tempo muy comodo y pon mucha atencion a los cambios de posicion.Poco a
poco podras incrementar la velocidad, para ello tienes varias backings a diferentes tempos.
Usa una digitacion logica e intenta mantenerte relajado.No deberia de haber ningun problema,
pero si hay algo en la transcripcion que no te guste cambialo.Intenta ser limpio y practicala
con y sin distorsion.Tambien puedes intentar darle diferentes matices jugando con el palm mute.
Espero que te diviertas y a la vez mejores tu tecnica de pua.Paciencia y suerte.

MAR DE PERNANBUCO



Estou sentindo o cheiro da maresia....................gostoso !!!

segunda-feira, 11 de junho de 2007



Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Zizi Possi - Per Amore - Mariella Nava








Io conosco la tua strada ogni passo che farai

Ie tue ansie chiuse e ivuoti sassi che allontanerai

Senza mai pensare che come roccia lo rittorno in te ...

Io conosco I tuoi respiri tutto quello che non vuoi

Io sai bene che non vivi

Riconoscerlo non puoi e sarebbe como se

Questo cielo in flamme ricadesse in me

Come scena su un attore ...

Per amore hai mai fatto niente solo per amore

Hai sfidato il vento e urlato mai ?

Diviso il cuore stesso pagato e riscommesso

Dietro questa mania che resta solo mia per amore

Hai mai corso senza fiato per amore perso e ricominciato

E devi dirlo adesso quanto de ti ci hai messo

Quanto hai creduto tu in questa bugia

E sarebbe como se questo fiume in piena risalisse a me

Como china al suo pittore, per amore

Hai mai speso tutto quanto la regione I tou orgoglio fino alpianto

Io sai stasera a resto non ho nessun pretesto

Soltando una mania che è ancora forte e mia

Dentro quest'anima che strappi via




E te lo dico adesso sincero con me stesso

Quanto mi costa non saperti mia ...

E sarebbe como se tutto questo mare

Yo Pisaré Las Calles Nuevamente / Pablo Milanés



Yo Pisaré Las Calles Nuevamente
Pablo Milanés


Yo pisaré las calles nuevamente
de lo que fue Santiago ensangrentada,
y en una hermosa plaza liberada
me detendré a llorar por los ausentes.

Yo vendré del desierto calcinante
y saldré de los bosques y los lagos,
y evocaré en un cerro de Santiago
a mis hermanos que murieron antes.

Yo unido al que hizo mucho y poco
al que quiere la patria liberada
dispararé las primeras balas
más temprano que tarde, sin reposo.

Retornarán los libros, las canciones
que quemaron las manos asesinas.
Renacerá mi pueblo de su ruina
y pagarán su culpa los traidores.

Un niño jugará en una alameda
y cantará con sus amigos nuevos,
y ese canto será el canto del suelo
a una vida segada en La Moneda.

Yo pisaré las calles nuevamente
de lo que fue Santiago ensangrentada,
y en una hermosa plaza liberada
me detendré a llorar por los ausentes

Pablo Milanes El Amor de mi Vida




El Amor de Mi Vida
Pablo Milanés



Te negaré tres veces
Antes de que llegue el alba.
Me fundiré en la noche
Donde me aguarda la nada.
Me perderé en la angustia
De buscarme y no encontrarme.
Te encontraré en la luz
Que se me esconde tras el alma.

Desandaré caminos
Sin salidas como muros.
Recorreré los cuerpos
Desolados sin futuro.
Destruiré los mitos
Que he formado
Uno a uno
Y pensaré en tu amor
Este amor nuestro
Vivo y puro.

Te veo sonreír
Sin lamentarte de una herida.
Cuando me vi partir pensé
Que no tendrías vida.
Qué gloria te tocó,
Qué ángel te amó
Que has renacido.
Qué milagro se dio
Cuando el amor
Volvía a tu nido.

Qué puedo hacer,
Quiero saber
Que me atormenta en mi interior.
Si es el dolor
Que empieza a ser
Miedo a perder
Lo que se amó.

Será que eres
El amor de mi vida...

YOLANDA

Mercedes Sosa e Maria Rita - Alfonsina y el mar

DUERME NEGRITO

ANGELINA MUNIZ







Um só planeta,


dois mundos tão distantes...


A Terra produz o suficiente para todos.


Porém, há tantos que despertam e adormecem com fome...


Políticos de um partido qualquer,


comemoram uma vitória qualquer,


numa eleição qualquer...


Que diferença faz...?

Cada vez mais imersa em escândalos, falcatruas e no seu eterno teatro

de vaidades,a política partidária se distancia cada vez mais daqueles a

quem deveria servir: o povo...

As bolsas de valores comemoram os crescentes lucros obtidos com


rentáveis ações.


É a festa dos ricos,cada vez mais ricos...


Enquanto isso, no outro extremo, a vã espera por qualquer resto,


migalha ou sobra que possa atenuar a fome...


Que cruel abismo é este que construímos...?


De um lado, o consumo desenfreado,


E do outro, nada para consumir...


Como a vida é frágil, se a abandonam...


Separados pelo abismo, dois mundos diferentes:


- de um lado, o nosso mundo, o dos abençoados pelo destino;


- do outro, o triste mundo da grande maioria de excluídos, esquecidos,


ignorados pelo destino...

Enquanto a maioria prefere ignorar o que se passa do outro lado do

abismo, existem, - ainda bem -, aqueles que enxergam além, se

preocupam, e tentam construir pontes.

E uma destas pessoas se chama Angelina, ‘pequeno anjo’ em

italiano.

O que leva uma jovem atriz a abdicar de todo conforto, e viajar meio

mundo para aliviar com seu abraço um coração entristecido...?

O garoto africano, de sete anos de idade, traumatizado pelos tantos

conflitos tribais que já presenciou, vive excessivamente agitado, motivo

pelo qual sua família o mantém amarrado o tempo todo. Durante a visita,

diante do carinho e do abraço, aquietou-se...

Há sete anos envolvida em trabalhos humanitários, Angelina Jolie conta que

durante os primeiros dois anos chorava continuamente durante as viagens.

Hoje, diz que aprendeu a controlar melhor o sentimento de desespero diante de

tamanha miséria, e que busca meios que viabilizem uma solução para os tantos

problemas encontrados.

Como embaixadora da boa vontade das Nações Unidas, ela tem percorrido

dezenas de países: Chade, Costa Rica, Índia, Paquistão, Líbano, Sudão, Tailândia,

Sri Lanka, Tanzânia, Equador, Namíbia, Camboja, Serra Leoa, entre outros.

A primeira pessoa a ser agraciada com o título de “Cidadã do Mundo”, conferido

pelas Nações Unidas.

“Eu não me sinto apenas americana, mas também cidadã do mundo.”

Angelina Jolie foi escolhida pela revista Time como a segunda mulher mais

influente do globo.

Além de emprestar sua imagem, e doar seu tempo e dinheiro a refugiados e

órfãos, ela procura levar a realidade que vivencia nas suas viagens até os líderes

mundiais e governantes dos países ricos, propondo soluções e cobrando ações.

Segundo a reportagem da revista Time, doa um terço de seus rendimentos em

prol das causas humanitárias.

Chamar a atenção do mundo às causas humanitárias, envolvendo-se

intensamente em cada projeto, também tem seus riscos.

Enquanto visitava Angola juntamente com a Unicef, após a guerra em 2002, foi

contaminada gravemente pela malária, chegando a quase perder a audição.

Na época, ao comentar o episódio numa entrevista, afirmou:

“Existem alguns riscos que são dignos de se correr, porém o medo de riscos é

indesculpável.

Você tem que defender aquilo em que você acredita.”

Numa outra entrevista, ela afirma que durante a adolescência era um tanto rebelde,

e que não conseguia se imaginar constituindo família algum dia. Acrescenta que a

oportunidadede colaborar para uma causa mais nobre mudou toda a sua

maneira de enxergar a vida. “O que eu tenho feito tem me dado uma nova

perspectiva e me levado a descobrir um outro mundo, de dor e medo.

Alcançar o próximo me conduziu a uma vida de significado”.

Certa vez, interrogada por um jornalista sobre as suas motivações

humanitárias, respondeu:

"Gostaria que Maddox se recordasse de mim não apenas como uma atriz que atuou

bem e que por isso ganhou prêmios, mas também como alguém que se preocupou

com os outros e que fez, ou que pelo menos tentou, com que o mundo fosse melhor

para os outros".

Uma heroína com os olhos voltados para o mundo real, que ela tenta melhorar com

compaixão e bravura.

Guerreira e frágil, a diva ambígua constrói, com um velho coração maternal, uma nova

família multiracial.

As premiações, o Oscar e o Globo de Ouro que ela acumula, os filmes e os festivais...

Tudo isso passará...

Porém, o amor, a solidariedade, a generosidade e a compaixão... São estes os bens

eternos, que para sempre acompanharão aqueles que os manifestam...

"Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente."

Érico Veríssimo




Balada do Louco
Ney Matogrosso



Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no ar
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Eu sou feliz

FAFÁ DE BELEM

SONETO DA FIDELIDADE / Vinicius de Moraes / Capiba

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

RIO DE JANEIRO VISTA PANORÂMICA

domingo, 10 de junho de 2007

BESAME MUCHO / Andrea Bocelli

Besame Mucho

Andrea Bocelli

Besame,
besame mucho
como si fuera ésta noche
la última vez

Besame, besame mucho
que tengo miedo a perderte
perderte después

Besame,
besame mucho
como si fuera ésta noche
la última vez

Besame, besame mucho
que tengo miedo a perderte
perderte después

Quiero tenerte muy cerca
mirarme en tus ojos
verte junto a mi
Piensa que tal vez mañana
yo ya estaré lejos,
muy lejos de ti

Besame,
besame mucho
como si fuera ésta noche
la última vez

Besame, besame mucho
que tengo miedo a perderte
perderte después

Besame,
besame mucho
que tengo miedo a perderte
perderte despues

que tengo miedo a perderte
perderte despues...

Só Nós Dois / J. Pimentel



Só Nós Dois
Fafá de Belem


Só nós dois é que sabemos
Quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém
Só nós dois avaliamos
Este amor forte e profundo
Quando o amor acontece
Não pede licença ao mundo

Anda, abraça-me... beija-me
Encosta o teu peito ao meu
Esquece que vais na rua
Vem ser minha e eu serei teu
Que falem não nos interessa
O mundo não nos importa
O nosso mundo começa
Cá dentro da nossa porta

Só nós dois é compreendemos
O calor dos nossos beijos
Só nós dois é que sofremos
A tortura dos desejos
Vamos viver o presente
Tal qual a vida nos dá
O que reserva o futuro
Só deus sabe o que será

Anda, abraça-me... beija-me
... ... ... ...

PORTUGAL - PORTO

FERA FERIDA

BETHÂNIA

VAMOS DANÇAR FORRÓ ???

BEIJA-ME / ZECA PAGODINHO

TOQUINHO PARA VINÍCIUS

Nordestes / Soares Feitosa

Soares Feitosa
          Nordestes
[Porque a lei 9.532/97 revogou as isenções tributárias
dos tijolos de barro amassado, das telhas vãs,
da madeira bruta, dos chapéus de palha,
dos cestos rústicos, dos sapatos do recém-nascido
e do soro de veneno de cobra.]

Sem casa, porque os tijolos te seriam
o barro amassado com os próprios pés;
não os terás, porque teus pés, Filoctetes, trazem
todas as chagas desde o Dilúvio, ó filho de Caim!

Sequer um pau-a-pique de madeira bruta, 4 telhas
vãs, e uns ripados seriam portas, que nunca o serão,
porque esses produtos, luxo extremado, não são isentos
do Imposto sobre Produtos Industrializados

Nem um cesto rústico para ajuntar
umas raízes selvagens, ou umas palmas de espinho
para matar, na baba e palma,
a sede Seca — nem um cesto de palha
da carnaubeira terás, do tucum, do coqueiro,
nem da pindoba, Moisés, os juncos nem, porque
os homens gritaram: — agora é dele, tudo!

Todas estas árvores, todos estes montes,
(disseram os recéns)
e os chãos também pagarão
as moedas, trinta e três, — onde o oleiro? —
ao Imposto sobre Produtos Industrializados.


E a cabeça de Francisco Severino — não seria José? —
será relento, a cabeça,
porque este chapéu de palha não te é mais isento
do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Sagrarás, ó imundo, o chão da Pátria com o canto
do teu cour’e-osso,
porque a rede — nem viola — não é, a rede, isenta
do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Carcomido por dentro e por fora:
teus vermes, tuas malárias, aos miracídios, e, por último
a serpente te alcançará o pé —
porque do teu flanco,
só do teu,
o soro!

Dois paus truncados, em madeira embrutecida,
o tributo bruto, te serão pouso
e vingança.

E o sapatinho de croché do teu primogênito.

Teu Unigênito.

        Ora pro nobis.
              Fortaleza, noite alta, 27 de junho 1998.

Saudade oceânica / Francisco Miguel de Moura


Francisco Miguel de Moura


Saudade oceânica


Na partida, um oceano sem escolta cala meu peito em descontentamento. – Vais aonde – eu pergunto – onda revolta? E ela me corta o coração por dentro. Sou areia, sou rocha e, em meu tormento, choro e declamo, e o fogo me devora; qual vulcão que nos mostra o epicentro, outro vulcão me nasce aqui por fora. Na partida, eu prometo consolar-me do vácuo que me tolhe. E, sem alarme, no amor a Deus apenas me concentro. Meu mundo é solidão, é só saudade de quem levou minha tranqüilidade, de quem partiu meu coração por dentro.

BIOGRAFIA DE FRANCISCO MIGUEL DE MOURA

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA – Poeta, ensaísta, cronista,Francisco Miguel de Moura; Poeta, ensaísta, cronista, romancista, crítico literário e bancário romancista, crítico literário e bancário. Nasceu em Francisco Santos (PI), em 16 de junho de 1933. Bacharel em Literatura Plena e Língua Portuguesa e pós-graduado em Crítica de Arte pela Universidade Federal da Bahia. Ocupa a cadeira número 8 da APL. Bibliografia: Areias, 1966; Pedras em Sobressalto, 1974; Universo das Águas, 1979; Bar Carnaúba, Francisco Miguel de Moura, Escritor da APL1983; Quinteto em Mi(m), 1986; Sonetos da Paixão, 1988; Poemas Ou/tonais, 1991 (poesias); Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho, 1972; A Poesia Social de Castro Alves, 1979 (ensaios); Os Estigmas, 1984; Laços do Poder, 1991; Ternura, 1993 (romances); Eu e Meu Amigo Charles Brown, 1986, ...E a vida se fez crônica, 1996 (crônicas); Piauí: Terra, História e Literatura (antologia), 1980; Literatura do Piauí, 2002; Sonetos Escolhidos, 2003; e Rebelião das Almas, 2003;

Poeta são chico / Francisco Miguel de Moura

Francisco Miguel de Moura


Poeta são chico


sou poeta do piauí
até não existir mais
o rio
rio
de são paulo a piauí
dos santos, todos os cantos
bahia, frança, oropa
são aqui, são agora.

são chico, sou piauí

se ninguém me quis
ninguém me chamou
para a sua história...

se a chama é aqui
e a vida é aqui
a morte foi-se embora.

eu vi todo o mundo mudo
o mundo que não me viu.

o poeta estava, está
lá e aqui
e os outros se afundaram:
- ti-bum! ti-bão!
bem-te-vi!
como chico
piauí!

Soneto da separação / Vinicius de Moraes


Vinicius de Moraes


Soneto da separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.


De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.


Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Canção de Pesar pelo Poder / Chico Poeta

Chico Poeta

Canção de Pesar pelo Poder
do Homem no Poder
(A George Bush e Saddam Hussein)
Que direito é esse que a si toma o homem,
Rei, ministro,, presidente, Chefe de Nação,
de, em nome de interesses vários,
dispor da vida de seus próprios irmãos?
Que direito é esse de decisão tamanha
que de sangue as nações se banham
por interesses e intenções estranhas
à liberdade e à paz que tem direito os homens?
Que direito é esse que institui o horror
e o desespero de tantas famílias?
Que direito é esse que de sangue banha a terra
oprime, humilha e faz do homem fera:
Maldito o homem que inventou a guerra.
Lavrar não o ódio mas a própria gleba,
nos orçamentos de grandes nações
é um pedaço, uma fração de
verba que só se presta a fabricar canhões.
Mas que direito tira o direito
da liberdade de poder viver,
do ser humano que abrevia a estrada sem mesmo ele
entender porque?
Que argumentos justificam o ato
que desata a atra e sombria morte
a imperar no reino da inocência dos que sucumbem
a revel da sorte?
Que lapiseira se presta a assinar os óbitos
de maneira tão formal?
Talvez a mesma que a rendição lhe force a ver
a vida retornar normal.
Será que o homem que nos manda a guerra
quer provar talvez ser capaz,
tenteando explicar depois pra gente
que através da guerra objetiva a paz.
Que direito é esse que esses homens tem
de tratar os destinos e ditar a prece
nos mandando odiar a outros,
a quem a gente nem sequer conhece?
Que direito e força possuem esses homens
de professar e marcar nossas homilias,
desagregando e instituindo o luto como
símbolo de marco da própria família?
Maldito, maldito cada homem que se associa
nessa festa negra que a humanidade só
transmite o mal e tenta mostrar que o objetivo dela nos pareça justo,
justo e natural.
Deu, Senhor que em sete dias
formou-nos todos, a humanidade,
extingue a força que esses homens tem,
devolve ao homem sua liberdade de viver,
mesmo morrendo aos poucos para que amanhã
a paz seja eterna
e não tenhamos que amaldiçoar os homens
que um dia hão de destruir a terra.

La Plaza de Mayo / Chico Poeta

Chico Poeta

La Plaza de Mayo
As rosas de maio
jamais morrerão.
São morenas,
cor da dor.
Exalam um misto
de desespero e
lá da praça
aromatizam o mundo.

As rosas de maio
dificilmente fenecerão,
apesar de haverem
podado, violentado
suas raízes e
derramado suas seivas.

As rosas de maio
dificilmente adormecerão
apesar das insensíveis
mãos dos que só sabem
esmagar flores.

Sonata do Homem que Desperta / Chico Poeta

Chico Poeta

Sonata do Homem que Desperta
José vendeu a rés
(única).
Comprou sapatos,
duas camisas
e um par de calças.
Aposentou a enxada
foi para a estrada
e entrou no ônibus.

José construiu casas
não para ele,
pra cidade;
pintou,
serrou, rolou
nas ruas;
fez de sua fé
uma bandeira crua.

José passou anos
percorrendo
a vida.
Em outro ônibus
encontrou saída.

José passou
pela mesma estrada,
pesou, mediu
todos os desenganos:

Pegou na enxada
e aposentou os
sonhos.

Motivos / Chico Poeta

Chico Poeta

Motivos
Sonha, menina, que o
tempo é escasso,
remenda os pedaços
das decepções.
Sonha e vive
não há tempo pra tudo
pra erro há desculpas
de muitos perdões.
Há espaço pra sonhos
de pouco sonhar,
há verbos presentes
te basta usar.
O que tu pensares
procura agir,
te enfrenta, menina,
não vale fugir.

Se hoje fizeres
o que sempre quiseste
não tens que pensar no
abstrato feliz.

Para que mais tarde
somando viver
não te arrependas das
coisas que deixaste
de fazer;
sonha, menina.