segunda-feira, 11 de junho de 2007

ANGELINA MUNIZ







Um só planeta,


dois mundos tão distantes...


A Terra produz o suficiente para todos.


Porém, há tantos que despertam e adormecem com fome...


Políticos de um partido qualquer,


comemoram uma vitória qualquer,


numa eleição qualquer...


Que diferença faz...?

Cada vez mais imersa em escândalos, falcatruas e no seu eterno teatro

de vaidades,a política partidária se distancia cada vez mais daqueles a

quem deveria servir: o povo...

As bolsas de valores comemoram os crescentes lucros obtidos com


rentáveis ações.


É a festa dos ricos,cada vez mais ricos...


Enquanto isso, no outro extremo, a vã espera por qualquer resto,


migalha ou sobra que possa atenuar a fome...


Que cruel abismo é este que construímos...?


De um lado, o consumo desenfreado,


E do outro, nada para consumir...


Como a vida é frágil, se a abandonam...


Separados pelo abismo, dois mundos diferentes:


- de um lado, o nosso mundo, o dos abençoados pelo destino;


- do outro, o triste mundo da grande maioria de excluídos, esquecidos,


ignorados pelo destino...

Enquanto a maioria prefere ignorar o que se passa do outro lado do

abismo, existem, - ainda bem -, aqueles que enxergam além, se

preocupam, e tentam construir pontes.

E uma destas pessoas se chama Angelina, ‘pequeno anjo’ em

italiano.

O que leva uma jovem atriz a abdicar de todo conforto, e viajar meio

mundo para aliviar com seu abraço um coração entristecido...?

O garoto africano, de sete anos de idade, traumatizado pelos tantos

conflitos tribais que já presenciou, vive excessivamente agitado, motivo

pelo qual sua família o mantém amarrado o tempo todo. Durante a visita,

diante do carinho e do abraço, aquietou-se...

Há sete anos envolvida em trabalhos humanitários, Angelina Jolie conta que

durante os primeiros dois anos chorava continuamente durante as viagens.

Hoje, diz que aprendeu a controlar melhor o sentimento de desespero diante de

tamanha miséria, e que busca meios que viabilizem uma solução para os tantos

problemas encontrados.

Como embaixadora da boa vontade das Nações Unidas, ela tem percorrido

dezenas de países: Chade, Costa Rica, Índia, Paquistão, Líbano, Sudão, Tailândia,

Sri Lanka, Tanzânia, Equador, Namíbia, Camboja, Serra Leoa, entre outros.

A primeira pessoa a ser agraciada com o título de “Cidadã do Mundo”, conferido

pelas Nações Unidas.

“Eu não me sinto apenas americana, mas também cidadã do mundo.”

Angelina Jolie foi escolhida pela revista Time como a segunda mulher mais

influente do globo.

Além de emprestar sua imagem, e doar seu tempo e dinheiro a refugiados e

órfãos, ela procura levar a realidade que vivencia nas suas viagens até os líderes

mundiais e governantes dos países ricos, propondo soluções e cobrando ações.

Segundo a reportagem da revista Time, doa um terço de seus rendimentos em

prol das causas humanitárias.

Chamar a atenção do mundo às causas humanitárias, envolvendo-se

intensamente em cada projeto, também tem seus riscos.

Enquanto visitava Angola juntamente com a Unicef, após a guerra em 2002, foi

contaminada gravemente pela malária, chegando a quase perder a audição.

Na época, ao comentar o episódio numa entrevista, afirmou:

“Existem alguns riscos que são dignos de se correr, porém o medo de riscos é

indesculpável.

Você tem que defender aquilo em que você acredita.”

Numa outra entrevista, ela afirma que durante a adolescência era um tanto rebelde,

e que não conseguia se imaginar constituindo família algum dia. Acrescenta que a

oportunidadede colaborar para uma causa mais nobre mudou toda a sua

maneira de enxergar a vida. “O que eu tenho feito tem me dado uma nova

perspectiva e me levado a descobrir um outro mundo, de dor e medo.

Alcançar o próximo me conduziu a uma vida de significado”.

Certa vez, interrogada por um jornalista sobre as suas motivações

humanitárias, respondeu:

"Gostaria que Maddox se recordasse de mim não apenas como uma atriz que atuou

bem e que por isso ganhou prêmios, mas também como alguém que se preocupou

com os outros e que fez, ou que pelo menos tentou, com que o mundo fosse melhor

para os outros".

Uma heroína com os olhos voltados para o mundo real, que ela tenta melhorar com

compaixão e bravura.

Guerreira e frágil, a diva ambígua constrói, com um velho coração maternal, uma nova

família multiracial.

As premiações, o Oscar e o Globo de Ouro que ela acumula, os filmes e os festivais...

Tudo isso passará...

Porém, o amor, a solidariedade, a generosidade e a compaixão... São estes os bens

eternos, que para sempre acompanharão aqueles que os manifestam...

"Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente."

Érico Veríssimo

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