terça-feira, 6 de março de 2007

ESSES INSTRUMENTOS ME LEMBRAM UMA MÚSICA LINDA
" AS BACHIANAS No. 5 " DE H. VILLA LOBOS.
FOI TOCADA NA ABERTURA DO SHOW " BRASILEIRINHO "
DE MARIA BETHÂNIA - LINDO !!!




HEITOR VILLA LOBOS



AS SEM-RAZÕES DO AMOR



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Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.
Amor é dado de graça
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionário
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.

e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)

a cada instante o amor.

Carlos Drummond de Andrade









segunda-feira, 5 de março de 2007

LUAR DO SERTÃO



MAR.................................


Porquê eu coloco tantas fotos
do mar ? Sei lá.............talvez
o cheiro da maresia, a saudade
de Dorival Caymmi, as músicas
interpretadas por Bethânia......,
por conhecer os habitantes do
fundo do mar, ou tudo isto junto.
Me dá uma sensação de liber-
dade e de mêdo ao mesmo tempo.

domingo, 4 de março de 2007

É DOCE MORRER NO MAR (DORIVAL CAYMMI)







É doce morrer no mar

(Dorival Caymmi)

É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar

A noite que ele não veio foi,
Foi de tristeza pra mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi pra mim

É doce...

Saveiro partiu de noite, foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou.

É doce...

Nas ondas verdes do mar, meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de noivo
No colo de Iemanjá



DENTRO DE MIM MORA UM ANJO


Sueli Costa/Cacaso)



Quem me vê assim cantando

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora um anjo

Que tem a boca pintada

Que tem as unhas pintadas

Que tem as asas pintadas


Que passa horas à fio

No espelho do toucador

Dentro de mim mora um anjo

Que me sufoca de amor......

BIOGRAFIA


Sueli Costa

Sueli Costa nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 25 de Julho de 1943. Criada em Juiz de Fora, MG, a mãe era pianista e os irmãos também se dedicavam à música. Aos 15 anos, aprendeu sozinha a tocar violão, compondo a primeira música três anos depois, Balãozinho, dentro do estilo bossa nova. Em 1964 ingressou na Faculdade de Direito, em Juiz de Fora, e em 1967, depois de vários anos de atividade como compositora, teve uma de suas músicas gravada por Nara Leão, Por exemplo, você (letra de João Medeiros Filho). Em 1968 começou a participar de festivais locais e, em 1969, surgiu a primeira oportunidade no Rio de Janeiro, quando foi convidada por Paulo Afonso Grisolli para musicar, com outros compositores, a peça Alice no país do divino-maravilhoso, apresentada no Teatro Casa Grande. No ano seguinte, participou do V FIC, da TV Globo, Rio de Janeiro, com sua composição Encouraçado (letra de Tite de Lemos), interpretada por Fábio, que obteve o terceiro lugar.

Trabalhando como professora de música em colégios cariocas, continuou compondo, e, em 1971, Maria Bethânia escolheu, para seu show Rosa dos ventos, três musicas suas, com letra de Tite de Lemos: Aldebarã, Assombrações e Sombra amiga. No ano seguinte, Elis Regina gravou em seu LP Ela (Philips), a música Vinte anos blue (com Victor Martins). Em 1974, novamente Maria Bethânia selecionou para seu show Cena muda as musicas A sonhar eu venci mundo (sobre poema de Fernando Pessoa), Conversações com João e Maria, Encouraçado, Demoníaca, Nossa Senhora da Ajuda (sobre poema de Cecília Meireles), Ator de cinema e Açúcar-cândi (letra de Tite de Lemos).

A partir daí, vários cantores procuraram suas composições para gravar, entre eles Ney Matogrosso, Simone, Joanna, Fagner, Fafá de Belém, Alaíde Costa, Ivan Lins e Ithamara Koorax. Em 1975, duas músicas de sua autoria foram incluídas na trilha sonora de novelas da TV Globo: Dentro de mim mora um anjo (com Cacaso), na novela Bravo, e Coração ateu, gravada por Maria Bethânia para a novela Gabriela. No mesmo ano, foi lançado pela Odeon seu primeiro LP como cantora, Sueli Costa, incluindo diversas composições suas. Em 1976, inaugurando fecunda parceria, compôs com Abel Silva a canção Jura secreta, gravada por Simone e teve outra composição, sobre letra de Cecília Meireles, Retrato, incluída na trilha sonora da novela Casarão, também na Rede Globo. Outros sucessos da dupla incluem Primeiro jornal, gravado por Elis Regina e Vida de artista, gravado por Gal Costa. Em seguida, gravou os LPs Sueli Costa, 1977, e Vida de artista, 1978, ambos pela Odeon; e, pela EMI, Louça fina, 1980, e Íntimo, 1984.

Em 1997, pela primeira vez, se apresentou com Abel Silva, no Teatro Estação Beira-Mar, no Rio de Janeiro, com o show Canção brasileira, comemorando mais de 20 anos de produção musical da dupla.

CORAÇÃO ATEU



(Sueli Costa)



O meu coração ateu quase acreditou

Na sua mão que não passou de um leve adeus

Breve pássaro pousado em minha mão

Bateu asas e voou

Meu coração por certo tempo passeou

Na madrugada procurando um jardim

Flor amarela, flor de uma longa espera

Logo meu coração ateu

Se falo em mim e não em ti

É que nesse momento

Já me despedi

Meu coração ateu

Não chora e não lembra

Parte e vai-se embora


O MAR (DORIVAL CAYMMI)





O mar

(Dorival Caymmi)


O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito
O mar... pescador quando sai
Nunca sabe se volta, nem sabe se fica
Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos
Nas ondas do mar
O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito

Pedro vivia da pesca
Saia no barco
Seis horas da tarde
Só vinha na hora do sol raiá
Todos gostavam de Pedro
E mais do que todas
Rosinha de Chica
A mais bonitinha
E mais bem feitinha
De todas as mocinha lá do arraiá

Pedro saiu no seu barco
Seis horas da tarde
Passou toda a noite
Não veio na hora do sol raiá
Deram com o corpo de Pedro
Jogado na praia
Roído de peixe
Sem barco sem nada
Num canto bem longe lá do arraiá

Pobre Rosinha de Chica
Que era bonita
Agora parece
Que endoideceu
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas
Andando rondando
Dizendo baixinho
Morreu, morreu, morreu, oh...

O mar quando quebra na praia
É bonito, é bonito...

Essa é uma das mais belas canções de Caymmi
quando diz: " O mar quando quebra na praia
é bonito, é bonito.................................."









SAUDADES DA BAHIA (DORIVAL VAYMMI)













Saudade da Bahia

(Dorival Caymmi)

Ai, ai que saudade eu tenho da Bahia
Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia
"Bem, não vá deixar a sua mãe aflita
A gente faz o que o coração dita
Mas esse mundo é feito de maldade e ilusão"
Ai, se eu escutasse hoje não sofria
Ai, esta saudade dentro do meu peito
Ai, se ter saudade é ter algum defeito
Eu pelo menos, mereço o direito
De ter alguém com quem eu possa me confessar
Ponha-se no meu lugar
E veja como sofre um homem infeliz
Que teve que desabafar
Dizendo a todo mundo o que ninguém diz
Vejam que situação
E vejam como sofre um pobre coração
Pobre de quem acretida
Na glória e no dinheiro para ser feliz

Não há nada igual à Terra da gente, a casa da gente,

a família da gente, o cheiro do mar que Caymmi

adora, a rede para descansar e ver a natureza.

Tudo isso Caymmi mostra nesta letra simples

que o dinheiro não compra. Ele está certo pois

quando estamos em outro País, o melhor da

viagem é a volta................




CAYMMI E O MAR.........................

DORIVAL CAYMMI

Dorival Caymmi




Dorival Caymmi

Dorival Caymmi


'Eu sou assim'

Fernando Rabelo – 2001

Caymmi e Dona Stella, que já foi cantora na Rádio Nacional, onde conheceu o compositor









Dorival Caymmi - Peguei um Ita no Norte

Peguei um Ita no norte

Pra vim pro Rio morar

Adeus meu pai, minha mãe

Adeus Belém do Pará

Ai, ai, ai, ai

Adeus Belém do Pará

Ai, ai, ai, ai

Adeus Belém do Pará

Vendi meus troços que eu tinha

O resto dei pra "aguardá"

Talvez, eu volte pro ano

Talvez eu fique por lá











Dorival Caymmi - Coqueiro de Itapoã

Coqueiro de Itapoã, coqueiro

Areia de Itapoã, areia

Morena de Itapoã, morena

Saudade de Itapoã me deixa

Oh vento que faz cantiga nas folhas

No alto dos coqueirais

Oh vento que ondula as águas

Eu nunca tive saudade igual

Me traga boas notícias daquela terra toda manhã

E joga uma flor no colo de uma morena de Itapoã

Coqueiro de Itapoã, coqueiro

Areia de Itapoã, areia

Morena de Itapoã, morena

Saudade de Itapoã me deixa

É DOCE MORRER NO MAR..............................

Dorival Caymmi

30/4/1914

Biografia
Compositor baiano responsável em grande parte pela imagem que a Bahia tem hoje em dia, seu estilo inimitável de compor e cantar influenciou várias gerações de músicos brasileiros. Em Salvador teve vários trabalhos antes de tentar a sorte como cantor de rádio, e como compositor ganhou um concurso de músicas de carnaval em 1936. Dois anos mais tarde foi para o Rio de Janeiro com o objetivo de realizar o curso preparatório de Direito e talvez arranjar um emprego como jornalista, profissão que já havia exercido em Salvador. Mas, incentivado pelos amigos, muda de idéia e resolve enveredar para a música. Primeiro, por obra do acaso, tem sua música "O Que É Que a Baiana Tem" incluída no filme "Banana da Terra", estrelado por Carmen Miranda. Em seguida sua música "O Mar" foi colocada em um espetáculo promovido pela então primeira-dama Darcy Vargas. Daí em diante seu prestígio foi se ampliando. Passou a atuar na Rádio Nacional, onde conheceu a cantora Stella Maris, com quem se casou em 1940 e permanece casado até hoje. Seus filhos Dori, Danilo e Nana também são músicos. As canções que celebrizaram Caymmi versam na maioria das vezes sobre temas praieiros ou sobre a Bahia e as belezas da terra, o que colaborou para fixar, de certa forma, uma imagem do Brasil para o exterior e para os próprios brasileiros. Algumas das mais marcantes são "A Lenda do Abaeté", "Promessa de Pescador", "É Doce Morrer no Mar", "Marina", "Não Tem Solução", "João Valentão", "Maracangalha", "Saudade de Itapoã", "Doralice", "Samba da Minha Terra", "Lá Vem a Baiana", "Suíte dos Pescadores", "Sábado em Copacabana", "Nem Eu", "Nunca Mais", "Saudades da Bahia", "Dora", "Oração pra Mãe Menininha", "Rosa Morena", "Eu Não Tenho Onde Morar", "Promessa de Pescador", "Das Rosas". Em 60 anos de carreira, Dorival Caymmi gravou cerca de 20 discos, mas o número de versões de suas músicas feitas por outros intérpretes é praticamente incalculável. Sua obra, considerada pequena em quantidade, compensa essa falsa impressão com inigualável número de obras-primas. A editora Lumiar lançou em 1994 o songbook com suas obras, acompanhado por três CDs.












Dorival Caymmi - Eu Não Tenho Onde Morar

Dorival Caymmi
eu não tenho onde morar
é por isso que eu moro na areia
eu nasci pequenininho
como todo mundo nasceu
todo mundo mora direito
quem mora torto sou eu
eu não tenho onde morar
é por isso que eu moro na areia
vivo na beira da praia
com a sorte que deus me deu
maria mora com as outras
quem paga o quarto sou eu
eu não tenho onde morar
é por isso que eu moro na areia

DORIVAL CAYMMI
E CHICO BUARQUE DE HOLANDA

DORIVAL CAYMMI

Olívia Hime

Desencanto

(Francis Hime e Manuel Bandeira)

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca

- Eu faço versos como quem morre

Versos escritos n’água

(Dori Caymmi e Manuel Bandeira)

Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros é que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.

Neles porás tua tristeza
Ou bem teu júbilo, e, talvez,
Lhes acharás, tu que me lês,
Alguma sombra de beleza...

Quem os ouviu não os amou.
Meus pobres versos comovidos!
Por isso fiquem esquecidos
Onde o mau vento os atirou.

Portugal, meu avozinho

(Moraes Moreira e Manuel Bandeira)

Como foi que temperaste,
Portugal, meu avozinho,
Esse gosto misturado
De saudade e de carinho?

Esse gosto misturado
De pele branca e trigueira
- Gosto de África e de Europa,
Que é o da gente brasileira?

Gosto de samba e de fado,
Portugal, meu avozinho,
Ai Portugal que ensinaste
Ao Brasil o teu carinho!

Tu de um lado, e do outro lado
Nós... No meio o mar profundo...
Mas, por mais fundo que seja,
Somos os dois de um só mundo

Grande mundo de ternura,
Feito de três continentes
Ai, mundo de Portugal,
Gente mãe de tantas gentes!

Ai Portugal de Camões,
Do bom trigo e do bom vinho
Que nos deste, ai avozinho
Esse gosto misturado,
Que é saudade e que é carinho



Estrela da vida inteira

(Olívia Hime e Manuel Bandeira)

Estrela da vida inteira.
Da vida que poderia
Ter sido e não foi. Poesia,
Minha vida verdadeira

ELAS FIZERAM A DIFERENÇA EM 2006












OLÍVIA HIME entre outros fizerem a
diferença em 2006. Olívia Hime e Kati
de Almeida Braga, criaram uma grava-
dora, há 6 anos, com foco na música bra-
sileira, a Biscoito Fino e receberam o prê-
mio de Jõao Roberto Marinho, vice-presi-
dente editorial das Organizações Globo, e
Cora Ronái, editora do Informática etc.
" Sem dúvida, é um prêmio para a música
popular brasileira, disse Olívia ".

Ela é compositora, cantora, empresária, esposa, mãe, mulher. Convive com todas essas facetas com muito talento, energia e bom-humor... Está lançando "Coração transparente", obra que 'toca' a emoção de quem ouve
- é belíssimo...

VAI PASSAR

Vai passar
Nessa avenida um samba
popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram
sambas imortais
Que aqui sangraram pelos
nossos pés
Que aqui sambaram
nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa
história
Passagem desbotada na
memória
Das nossas novas
gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão
distraída
Sem perceber que era
subtraída
Em tenebrosas
transações

Seus filhos
Erravam cegos pelo
continente
Levavam pedras feito
penitentes
Erguendo estranhas
catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma
alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)

Palmas pra ala dos
barões famintos
O bloco dos napoleões
retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma
cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório
geral
Vai passar


SEM MAIS ADEUS

Vim, cheio de saudade
Cheio de coisas lindas pra dizer
Vim porque sentia
Que nada existia fora de você
Nem a poesia amor
Na sua ausência quis me receber
Vim banhada em pranto
Eu te amo tanto
Vem
Vem aos braços meus
Sem mais adeus
Oh, vem.





FRANCIS HIME, OLIVIA HIME E KATI DE ALMEIDA BRAGA

Kati Almeida Braga, Olivia Hime e o músico e compositor Francis Hime na apresentação de Biscoito Fino.

Biscoito Fino é uma das companhias brasileiras de maior projeção internacional, com um catálogo de maiss de 150 títulos, e todos eles de uma qualidade artística e técnica assombrosa.

Random Records SRL distribue na Argentina os discos de Biscoito fino alguns dos discos do catálogo a seguir:



RR 785 Bethania Maria Brasileirinho CD

RR 771 Bethania Maria Maricotinha Ao Vivo (2cds)
CD

RR 803 Francis Hime Album Musical CD

RR 777 Humberto Teixeira O doutor do baiao CD

RR 786 Jobim Sinfónico CD

RR 799 Opera do Malandro de Chico Buarque Ao vivo
CD

RR 789 Souza Luciana Brazilian duos CD

Olivia Hime

En DVD

RR 601 Bethania Maria Brasileirinho Ao Vivo
DVD
RR 600 Jobim Sinfónico DVD
RR 602 Caetano; Bethania; Gal y Gil (Outros)
Doces Barbaros DVD

Y de próxima edición:

RR 806 Olivia Hime Mar de Algodao CD

RR 809 Bethania Maria Que Falta Você me Faz
CD

RR 807 Miúcha Canta Vinicius & Vinicius CD

RR 810 BR6 Brasil a Capella CD

RR Luciana Souza Norte e Sul CD













UM CASO DE AMOR E TALENTO DEDICADOS À MÚSICA - texto de Sérgio Cabral extraído do Songbook Francis Hime, produzido por Almir Chediak e lançado pela Editora Lumiar em 2001.



Francis Victor Walter Hime, nascido no dia 31 de agosto de 1939, na maternidade do Hospital Alemão, na Tijuca, tinha de dar no que deu, até por fatores genéticos: seu avô paterno era pianista e sua mãe, pintora. Tanto a família percebeu isso que, aos 6 anos de idade, ele já estava estudando piano com Carmen Manhães e, pouco depois, no Conservatório Brasileiro de Música, onde passou sete anos. Aos 16 anos, foi estudar em Lausanne, na Suíça, permanecendo lá até os 20 anos, período em que freqüentou muitos concertos de música, entrou na intimidade da obra de compositores como Brahms, Tchaikovsky e Rachmaninoff, e chegou a formar dupla com o violonista e saxofonista Carlos Somlo. Foi, sem dúvida, uma experiência vital para a sua formação musical, mas, provavelmente, não tão emocionante quanto o momento que viveu naquele dia em que ouviu, numa emissora de Saint Gallen, Agostinho Santos cantando A Felicidade, de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, um dos sucessos do filme Orfeu do Carnaval.


Francis em Roma, em 1958, mesma época em que estudava na Suíça.

A Felicidade soou para ele como uma advertência de que era hora de voltar. De fato, voltou e continuou estudando, agora com Vilma Graça, a professora de tantos personagens importantes de nossa música. E aderiu com tanto entusiasmo à nova música popular que se fazia no Brasil que, quando Vinicius de Moraes, um dos autores de A Felicidade e amigo dos seus pais, esteve em sua casa, Francis tocou para ele, no piano, a bela Valsa de Eurídice, um dos melhores exemplos de que, se o fantástico poetinha quisesse, não teria entrado em nossa história musical apenas como um dos melhores letristas, mas também como um craque na arte de criar melodias.

Assim, Francis Hime não se sentiu um estranho no ninho quando, em 1962, foi recebido pelo casal Vinicius de Moraes e Lúcia Proença, em sua casa de Petrópolis, para participar de reuniões ao lado de Carlos Lyra, Baden Powell, Edu Lobo, Dori Caymmi, Wanda Sá e Marcos Vale. Nesses encontros ocorreram dois fatos muito importantes para a sua biografia: compôs a primeira música com Vinicius, Sem Mais Adeus, e conheceu uma moça muito bonita, chamada Olivia, ex-namorada de Edu Lobo. Sem Mais Adeus receberia, logo depois, gravações de Wanda Sá, Tamba Trio, Doris Monteiro e Elizeth Cardoso, mas Francis nem desconfiava que poderia fazer da música um instrumento de sobrevivência, razão pela qual tratou de ingressar no curso de engenharia. Todas as famílias de classe média da época (e de hoje, sem dúvida) estavam absolutamente convencidas de que havia muito mais segurança na profissão de engenheiro do que na de músico.

Estudante universitário, compositor (entre seus parceiros, além de Vinicius de Moraes, estavam Ruy Guerra e João Vitório) e namorado de Olivia - eis a vida de Francis a partir de 1963. As músicas iam surgindo: Mar Azul, Se Você Pensar, Minha, Saudade de Amar e outras. Em 1965, sentava-se pela primeira vez ao piano de uma casa noturna, apresentando-se ao lado de Dori Caymmi num dos templos da bossa nova do complexo do Beco das Garrafas, a boate Bottle´s, num show dirigido por Ruy Guerra. E foi um dos concorrentes do I Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Excelsior, com a música Por um Amor Maior (letra de Ruy Guerra), defendida brilhantemente pela também estreante Elis Regina. Mas a interpretação de Elis para a outra música concorrente passou da conta. Resultado: Por um Amor Maior ficou em sexto lugar e a outra música, Arrastão (Edu Lobo e Vinicius de Moraes), foi a primeira colocada. Após o festival, um long-playOs Seis Em Ponto. O violonista do grupo era nada mais, nada menos, do que um jovem que viria a ficar muito famoso como compositor, homem de televisão e produtor de discos e de espetáculos, o jornalista Nelsinho Motta. Na contracapa do disco, textos de Antonio Carlos Jobim e Ronaldo Bôscoli.

O show Pois É, apresentado por Vinicius de Moraes, Maria Bethânia e Gilberto Gil no então chamado Teatro Opinião, em 1966, que tinha Francis como diretor musical, deu a ele a oportunidade de escrever os seus primeiros arranjos. Naquele ano, ele também participou do I Festival Internacional da Canção (FIC), com Maria (letra de Vinicius), e viu duas músicas suas, Sem Mais Adeus e Saudade de Amar, incluídas no álbum duplo Vinicius, Poesia e Canção, a gravação ao vivo do grande espetáculo em homenagem ao poeta no Teatro Municipal de São Paulo. Ainda em 1966, numa festa, Francis Hime conheceu Chico Buarque de Hollanda, responsável por uma manifestação de ciúmes de Vinicius de Moraes quando alguém sugeriu que Chico fizesse a letra para a melodia de A Dor a Mais.

E lá ia Francis Hime, compondo, estudando engenharia, namorando Olivia e, de vez em quando, escrevendo arranjos. Em 1967, dividiu com Dori Caymmi a direção musical do espetáculo Dura Lex sed Lex, no cabelo só Gumex, do grande Oduvaldo Vianna Filho. Concorreu no Festival de Música Popular, agora na TV Record, com Samba de Maria e, no FIC, com Tempo da Flor e Eu te Amo, Amor, todas com letras de Vinicius de Moraes. Nenhuma dessas músicas conquistou os primeiros lugares, mas isso não significa um julgamento definitivo do mérito de nenhuma delas (e olha que quem vos escreve foi um dos mais assíduos integrantes das comissões julgadoras dos festivais dos anos 60), pois muitas vezes as manifestações do público falavam mais alto do que qualquer outro critério de avaliação musical. Em compensação, Anoiteceu (Francis e Vinicius) era gravada por Nara Leão, Joyce e Zimbo Trio. Quando 1968 chegou, lá estava Francis Hime apresentando-se em shows com Vinicius de Moraes, Dori Caymmi, Wanda Sá, Milton Nascimento, Joyce e Marcos Valle. Naquele ano, insistiu nos festivais, concorrendo com A Grande AusenteAnunciação no FIC, ambas com letras do jovem e talentoso Paulo César Pinheiro. Iniciava também a carreira de autor de trilhas sonoras para cinema, a partir do filme O Homem que Comprou o Mundo, de Eduardo Coutinho. Na década de 1970, ele seria um dos autores de música preferidos do cinema brasileiro, compondo para filmes como A Estrela Sobe, de Bruno Barreto, em 1973; O Homem Célebre, de Miguel Faria, em 1974; Lição de Amor, de Eduardo Escorel, e A Noiva da Cidade, de Alex Viany, ambos de 1975; Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, em 1977; Marcados para Viver, de Maria do Rosário, e Marília e Marina, de Luis Fernando Goulart, ambos de 1978; e República dos Assassinos, de Miguel Faria, em 1979.

Em 1969, Francis Hime sabia que era hora de tomar decisões muito sérias. Uma delas foi fácil: casar-se com Olivia em cerimônia no Outeiro da Glória. Outra foi dificílima: formado em engenharia, deixou a profissão de lado para assumir integralmente a música. A terceira foi, pelo menos, dolorosa: sair daqui, em 1969, porque o Brasil era um país insuportável, em tempos de Ato Institucional N° 5 e de governos ditatoriais com enorme vocação para a burrice e para a tirania. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e outros já viviam no exterior. Vinicius de Moraes, depois de uma temporada em Portugal, hesitou muito em voltar para o Brasil. Os integrantes do MPB-4 já estavam resolvidos a acabar com o conjunto por falta de músicas para gravar, pois alguns de seus compositores preferidos foram embora e os que aqui permaneciam não conseguiam gravar as suas músicas porque a censura não permitia (o MPB-4 foi salvo em 1970 pelo antológico samba Amigo É pra Essas Coisas, de Sílvio Silva e Aldir Blanc, um dos concorrentes do Festival Universitário da TV Tupi). Francis tratou de fazer as malas e, ao lado de Olivia, foi viver em Los Angeles, onde permaneceu férteis quatro anos. Estudou orquestração com Albert Harris e Hugo Friedhopfer (considerado um dos maiores orquestradores para o cinema), regência com Roy Rogosin, trilha sonora com Lalo Schinfrin e David Raksin (um dos autores do clássico Laura) e composição com Paul Glass.

“Glass fez-me ver que eu não tinha de me fixar só na idéia de compor para cinema e que poderia paritr para a música erudita. Sempre sonhei com isso, mas como uma ambição remota, uma espécie de auge da carreira”, disse Francis Hime, ao comentar os quatro anos de estudos nos Estados Unidos.

Não demoraria muito para que o compositor fizesse suas primeiras incursões pelo erudito, com a criação de duas músicas de câmara: Joana, para flauta, oboé, clarineta, fagote e trompa, e Un Uccellino Chiamato Maria, para flauta, sax alto e clarone. Em ambas as composições, o autor homenageava duas obras-primas de sua parceria com Olivia: as filhas Maria e Joana (pouco depois, Luíza formaria o trio das obras-primas do casal).

Em 1973, Francis gravou o seu primeiro LP individual, na gravadora Odeon. Apesar de reunir alguns de seus grandes sucessos (entre os quais Atrás da Porta, dele e Chico Buarque, um dos maiores êxitos de Elis Regina e a primeira parceria da magnífica dupla), o disco vendeu pouco, fato que ele atribuiria, mais tarde a um erro muito comum em iniciantes: quis mostrar tudo o que aprendera nos arranjos, aumentando muito o peso da orquestra. Naquele ano, assumiu a direção musical da segunda montagem da peça Gota D´Água, de Paulo Pontes e Chico Buarque de Hollanda. Em 1975, fez a música para o programa Cata-Vento, apresentado pela TV Educativa, e no ano seguinte participou da trilha de Casarão e Escrava Isaura, novelas da TV Globo. Também em 1976, ganhou a Coruja de Ouro do Instituto Nacional do Cinema e o prêmio de melhor trilha sonora do Festival de Gramado pela música que compôs para Lição de Amor, de Eduardo Escorel. Recebeu novamente a Coruja de Ouro pelo filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, cuja trilha sonora saiu em disco nos Estados Unidos, fez arranjos para os álbuns de Clara Nunes e Chico Buarque de Hollanda, sendo que, neste, Francis contribuiu também com suas parcerias com Chico em A Noiva da Cidade, Passaredo e Meu Caro Amigo, esta a música de maior sucesso do LP. Uma das suas principais atividades, por sinal, seria escrever arranjos para as gravações de Chico Buarque, participando de discos como Meus Caros Amigos (1976), Chico Buarque (1978), Ópera do Malandro (álbum duplo de 1978), Vida (1980) e Almanaque (1981). Aliás, se houve uma dupla responsável por alguns dos melhores momentos da nossa música popular nas décadas de 1970 e 1980, foi Francis-Chico, com obras-primas como Vai Passar, Pivete, Trocando em Miúdos, Atrás da Porta e tantas outras.

O segundo long-play de Francis Hime, Passaredo, saiu em 1977 pela Som Livre, a gravadora que mais lançou discos do compositor. Foi a gravação que marcou a estréia de Olivia Hime como letrista (Meu Melhor Amigo), cantora e produtora. Teria sido um trabalho inteiramente prazeroso se a censura não intervisse na letra de Paulo César Pinheiro para Lindalva: “Lembra, Lindalva? / A doideira da gente amar / Correndo os campos nuzinhos em pêlo”. Os censores cortaram a expressão “nuzinhos em pêlo”, vejam vocês. Mas Francis resolveu não passar recibo para a censura e, no espaço deixado pela ausência daquelas palavras, não cantou coisa alguma. Em 1977, também fez a música de A Noiva da Cidade, de Alex Viany. No fim do ano, apresentou-se no Teatro Clara Nunes como o show Passaredo, que seria exibido, logo depois, no teatro da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Em 1978, gravou o terceiro LP, novamente na Som Livre, intitulado Se Porém Fosse Portanto, até então o seu disco com maior variedade de parceiros: Cacaso, Renata Palotini, Queiroz Teles, Olivia Hime, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Ruy Guerra e Edu Lobo. As músicas do disco constituíram a peça de resistência do show que apresentou no fim do ano, no Teatro Ipanema. Em 1979, compôs com Chico Buarque a trilha sonora do espetáculo musical O Rei de Ramos, escrito por Dias Gomes e dirigido por Flávio Rangel, que ficou oito meses em cartaz. Vale a pena, por sinal, chamar a atenção para o seu trabalho em teatro: além de Dura Lex Sed Lex, no Cabelo Só Gumex e O Rei de Ramos, fez músicas também para as peças teatrais A Menina e o Vento, de Maria Clara Machado; Belas Figuras, de Ziraldo; Pinocchio, de A. Collodi (com o grupo Tapa); Na Sauna, direção de Wolf Maia; Foi Bom, Meu Bem, de Alberto Abreu; O Banquete, de Mário de Andrade, com adaptação de Camila Amado; e Tá Ruço no Açougue (uma adaptação de Santa Joana dos Matadouros, de Bertolt Brecht), direção de Antônio Pedro para o grupo Tem Folga na Direção.

No ano seguinte, Francis Hime integrou a caravana de músicos brasileiros (Chico Buarque, Clara Nunes, João do Vale, Martinho da Vila e outros) que se apresentou em Angola. Em 1980, fez nova viagem pelo Brasil, ao lado de Toquinho e Maria Creuza. No mesmo ano, gravou o LP Francis pela Som Livre, com participações do poeta Cacaso em cinco músicas. Outro poeta, Tite de Lemos estreou como letrista das melodias de Francis Hime na música Flor do Mal.

Sonho de Moço intitulou seu LP de 1981. Maria, com 8 anos, estreou como cantora em Lua de Cetim, música de Francis, letra de Olivia. Houve também a participação de Milton Nascimento, parceiro nas faixas Sonho de Moço, Homem Feito e O Farol. Em 1982, apresentou mais um show, no Rio Palace (ao lado do Quarteto em Cy), e o sétimo LP só seria gravado em 1984. O título, Essas Parcerias, dizia tudo, pois as músicas foram feitas com a participação de Abel Silva, Chico Buarque de Hollanda, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Olivia, Cacaso, Alberto Abreu, da dupla Ivan Lins e Vítor Martins, Fátima Guedes, Geraldinho Carneiro, Capinam e Toquinho. Além de Francis, cantaram no disco Gal Costa, Simone, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Olivia Hime, Milton Nascimento e Chico Buarque de Hollanda. Enfim, em cada faixa tem um parceiro diferente. O lançamento de Essas Parcerias foi o pretexto para uma pelada no campo de futebol de Chico Buarque e um show no Circo Voador. Em 1985, foi lançado o disco Clareando, que reunia os maiores sucessos e duas músicas inéditas do compositor e intérprete. Em 1988, Francis escreveu a cantata Carnavais, sobre o texto de Geraldo Carneiro.

Depois de muitos shows pelo Brasil afora, Francis Hime viveu, em novembro de 1993, o que considerou uma das maiores emoções de sua vida: reger a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) na Sala Cecília Meireles, na estréia carioca de sua Sinfonia n° 1, escrita em 1986 e apresentada, anteriormente, nas cidades de Campinas e Recife. No ano seguinte, a emoção se repetiria ao reger novamente a OSB, agora no Teatro Municipal, no concerto comemorativo do trecentésimo aniversário da Casa da Moeda. Permanecem inéditas duas obras importantes do autor no campo da música erudita: Concerto para Violão e Orquestra, peça em três movimentos que escreveu especialmente para Raphael Rabello, e um concerto para violino e orquestra, que lhe valeu uma bolsa da Fundação Vitae.

A estréia como letrista ocorreu em 1997, no CD Choro Rasgado, com as músicas Duas Faces, Gente Carioca e Jardim Botânico, esta uma homenagem a Antonio Carlos Jobim. As demais músicas do disco tiveram letras de Olivia Hime e Paulo César Pinheiro. No mesmo ano, lançou pela Warner o CD Álbum Musical, em formato de songbook, com os seus maiores sucessos, e que contou contou com a participação de um dos maiores e mais expressivos contingentes da música popular brasileira: Milton Nascimento, Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Chico Buarque de Hollanda, Olivia Hime, Djavan, Maria Bethânia, Ivan Lins, Zélia Duncan, Miúcha, Toquinho, Gilberto Gil, Daniela Mercury, Leila Pinheiro, Zé Renato, Gal Costa, Beth Carvalho e João Bosco. Ainda nesse ano, Francis apresentou a Suíte da Terra Encantada, para orquestra sinfônica, regida por ele mesmo, com textos de Olivia Hime e Paulo César Pinheiro.


Francis Hime e Sérgio Cabral - o mestre de cerimônias do show de aniversário de 60 anos de Francis, no Canecão.

Uma nova leva de amigos ocupou o palco do Canecão (lotado), em agosto de 1999, para comemorar a passagem do sexagésimo aniversário de Francis Hime. O show foi apresentado em videoteipe pelo canal Multishow. No ano seguinte, Francis decidiu fechar o milênio com chave de ouro:

1. Escreveu 12 músicas para poemas de Manuel Bandeira, que foram apresentadas no Centro Cultural Banco do Brasil.

2. Em março, apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a peça Fantasia para Piano e Orquestra, com ele mesmo ao piano e Roberto Tibiriçá regendo a Orquestra da Petrobrás. Foi a primeira obra que escreveu para o seu próprio instrumento.

3. No dia 30 de novembro, o Teatro Municipal recebeu um imenso público para assistir à apresentação do que Francis Hime considera o trabalho mais significativo de sua carreira, a Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião, criada a partir de uma idéia de Ricardo Cravo Albin e que contou com a participação de Geraldo Carneiro e Paulo César Pinheiro na elaboração das letras.

A Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião é uma peça cantada, em cinco movimentos, cada um alusivo a uma época do Rio. Participaram da apresentação 70 músicos e os seguintes cantores: Lenine, com o lundu (Rio Colônia); Zé Renato, com a modinha (Rio Império); Leila Pinheiro, com o choro (Rio República); Olivia Hime, com o samba (Rio da época de ouro do samba); e Sérgio Santos, com a canção brasileira (Rio contemporâneo da bossa nova até o fim do século XX).

Quem não foi ao Teatro Municipal poderá conhecer a obra em CD e DVD, lançados pela Biscoito Fino, a mesma gravadora do disco Meus Caros Pianistas, que reúne 15 pianistas, tanto da área popular quanto da erudita, executando arranjos escritos por Francis Hime.

Em 2001, Francis trabalhou com Almir Chediak na organização de seu Songbook, lançado no mesmo ano pela Editora Lumiar. Além disso, trabalhou nos arranjos para o CD duplo Meus Caros Pianistas e na ainda inédita Ópera do Futebol, que foi finalizada em 2002, ano em que terminou a orquestração dos dois primeiros atos do libreto de Silvana Gontijo (ópera em 3 atos) e começou a compor as músicas do disco Brasil Lua Cheia. Lançado em 2003, pela Biscoito Fino, o CD inaugura parcerias com Lenine, Adriana Calcanhotto, Paulinho da Viola, Joyce e Moraes Moreira, além de contar com novas investidas cancioneiras com Paulo César Pinheiro, Geraldo Carneiro, Cacaso, Olivia Hime e Vinicius de Moraes.

PS: Haveria muito mais a ser dito sobre Francis Hime, como, por exemplo, a sua inteligente opção pelo glorioso C. R. Vasco da Gama. Mas o espaço acabou.
instrumental marcou a estréia de Francis Hime em disco, tocando piano num conjunto musical cujo nome deu título ao LP, na TV Record e com

Francis Hime (Francis Victor Walter Hime) é compositor, pianista, maestro, arranjador e cantor; nasceu no Rio de Janeiro em 31/08/1939 tendo iniciado seus estudos de piano aos 6 anos de idade e de 1955 a 1959 estudou em Lausanne na Suiça. Em 1962 passou a frequentar a casa de Vinícius de Moraes em Petrópolis juntamente com Carlos Lyra, Baden Pawell, Edu Lobo, Dori Caymmi, Wanda Sá e Marcos Valle e é dessa époce sua primeira parceria com Vinícius, "Sem mais adeus" gravada por Wanda Sá. Em 1969 formou-se em engenharia, casou-se com a cantora Olívia Hime e continuou seus estudos musicais nos Estados Unidos por 4 anos; participou ativamente de inúmeros Festivais de Música Popular sendo autor mais de cem composições solo e com os melhores parceiros como Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Toquinho, Dias Gomes, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Ruy Guerra, Paulo Cesar Pinheiro, Ivan Lins, Victor Martins, Cacaso, Capinan e outros. Suas músicas de maior sucesso são: "Vai passar", "Atrás da porta", "Luíza", "Trocando em miúdos" todas com Chico Buarque.
Segundo definição do musicólogo Ricardo Cravo Albin, Francis Hime pertence à realeza musical do Brasil, sendo da mesma linhagem de Tom Jobim, Carlos Lyra, Cartola, Chico Buarque e alguns poucos.

Chico Buarque: a partir dos anos 70 suas músicas passaram a ter cunho mais fortemente social, como "Apesar de você", "Cálice", "Bolsa de amores", "Tanto mar" todas censuradas pelo governo militar da época.
Chico compôs mais de duzentas músicas, só e com diversos parceiros sendo considerado um dos mais eruditos, profícuos e importantes compositores da MPB.
Participou de inúmeros espetáculos teatrais, filmes e mais recentemente dedica-se à literatura tendo escrito várias obras de sucesso.

Dárcio Fragoso







BIOGRAFIA ( Francis Hime )

Francis Hime


Francis Hime (Francis Victor Walter Hime) é compositor, pianista, maestro, arranjador e cantor; nasceu no Rio de Janeiro em 31/08/1939 tendo iniciado seus estudos de piano aos 6 anos de idade e de 1955 a 1959 estudou em Lausanne na Suiça. Em 1962 passou a frequentar a casa de Vinícius de Moraes em Petrópolis juntamente com Carlos Lyra, Baden Pawell, Edu Lobo, Dori Caymmi, Wanda Sá e Marcos Valle e é dessa époce sua primeira parceria com Vinícius, "Sem mais adeus" gravada por Wanda Sá. Em 1969 formou-se em engenharia, casou-se com a cantora Olívia Hime e continuou seus estudos musicais nos Estados Unidos por 4 anos; participou ativamente de inúmeros Festivais de Música Popular sendo autor mais de cem composições solo e com os melhores parceiros como Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Toquinho, Dias Gomes, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Ruy Guerra, Paulo Cesar Pinheiro, Ivan Lins, Victor Martins, Cacaso, Capinan e outros. Suas músicas de maior sucesso são: "Vai passar", "Atrás da porta", "Luíza", "Trocando em miúdos" todas com Chico Buarque.
Segundo definição do musicólogo Ricardo Cravo Albin, Francis Hime pertence à realeza musical do Brasil, sendo da mesma linhagem de Tom Jobim, Carlos Lyra, Cartola, Chico Buarque e alguns poucos.









FRANCIS HIME

E se o oceano incendiar
E se cair neve no sertão
E se o urubu cocorocar
E se o botafogo for campeão
E se o meu dinheiro não faltar
E se o delegado for gentil
E se tiver bife no jantar
E se o carnaval cair em abril
E se o telefone funcionar
E se o pantanal virar pirão
E se o Pão-de-Açúcar desmanchar
E se tiver sopa pro peão
E se o oceano incendiar
E se o Arapiraca for campeão
E se a meia-noite o sol raiar
E se o meu país for um jardim
E se eu convidá-la para dançar
E se ela ficar assim, assim
E se eu lhe entregar meu coração
E meu coração for um quindim
E se o meu amor gostar então de mim


ATÉ PENSEI (CHICO BUARUE)

Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia
Lá todo balão caia, toda maçã nascia
E o dono do bosque nem via
Do lado de lá tanta aventura
E eu a espreitar na noite escura
A dedilhar essa modinha
A felicidade morava tão vizinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha
Junto a mim morava a minha amada
Com olhos claros como o dia
Lá o meu olhar vivia
De sonho e fantasia
E a dona dos olhos nem via
Do lado de lá tanta ventura
E eu a esperar pela ternura
Que a enganar nunca me vinha
Eu andava pobre, tão pobre de carinho
Que, de tolo, até pensei que fosses minha
(Int.)
Toda a dor da vida me ensinou essa modinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha...

Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia
Lá todo balão caia, toda maçã nascia
E o dono do bosque nem via
Do lado de lá tanta aventura
E eu a espreitar na noite escura
A dedilhar essa modinha
A felicidade morava tão vizinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha
Junto a mim morava a minha amada
Com olhos claros como o dia
Lá o meu olhar vivia
De sonho e fantasia
E a dona dos olhos nem via
Do lado de lá tanta ventura
E eu a esperar pela ternura
Que a enganar nunca me vinha
Eu andava pobre, tão pobre de carinho
Que, de tolo, até pensei que fosses minha
(Int.)
Toda a dor da vida me ensinou essa modinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha...




Maria Bethânia - Atrás Da Porta
Chico Buarque - Francis Hime
Quando olhaste bem nos olhos meu
E o teu olhar era de adeus, juro não acreditei
Eu te estranhei, me debrucei
Sobre o teu corpo e duvidei
E me arrastei, e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teus pelos, teu pijama
Nos teus pés, ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho

Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que ainda sou tua
Só pra provar que ainda sou tua