sábado, 9 de junho de 2007

MELODIA SENTIMENTAL




Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
E correm o espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
Que dorme na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor e sonhar

Explode Coração / Gonzaguinha



Explode Coração

Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar e eu não quero mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar

Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã

Nascendo, rompendo, tomando, rasgando meu corpo e então eu
Chorando, sorrindo, sofrendo, adorando, gritando
Feito louca, alucinada e criança
Eu quero o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar explode coração

Quem Te Viu, Quem Te Vê / Chico Buarque



Quem Te Viu, Quem Te Vê

Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala

Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua

Hoje o samba saiu, lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer

Quando o samba começava você era a mais brilhante
E se a gente se cansava você só seguia a diante
Hoje a gente anda distante do calor do seu gingado
Você só dá chá dançante onde eu não sou convidado

O meu samba assim marcava na cadência os seus passos
O meu sonho se embalava no carinho dos seus braços
Hoje de teimoso eu passo bem em frente ao seu portão
Pra lembrar que sobra espaço no barraco e no cordão

Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia

Hoje eu vou sambar na pista, você vai de galeria
Quero que você me assista na mais fina companhia
Se você sentir saudade por favor não de na vista
Bate palma com vontade, faz de conta que é turista

sexta-feira, 8 de junho de 2007

RIO DE JANEIRO / TIM MAIA

É / GONZAGUINHA

HOMENAGEM A GONZAGUINHA

SABIÁ / CHICO BUARQUE E TOM JOBIM

Sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

HOMENAGEM AOS 100 ANOS DE D. CANÔ



RIO SUBAÉ

D. CANÔ






Numa pequena cidade Santo Amaro da Purificação
no Recôncavo Baiano, tem um endereço muito especial, onde todos param para conhecer pessoalmente D. Claudionor Viana Teles Veloso mais conhecida como D. Cano.

D.Canô nasceu em 16 de Setembro de 1907, portanto completará 100 anos !!!

“Antes não havia nada. Bandeirão podou as árvores e colocou bancos para as pessoas sentarem”, conta. Da luz elétrica, lembra que surgiu, em 1918, a partir de um conflito entre dois grupos políticos adversários. “A briga foi feia, quebraram os lampiões de gás da cidade.” Havia também os bondes puxados por burros. A hora do embarque era definida pela maré cheia. E a travessia durava quatro horas.

Aprendeu o idioma francês e teve aulas de piano. “Naquele tempo não havia ginásio nem nada disso. Mas o ensino era muito superior ao de hoje”, ela diz.

O casamento de dona Canô, em 7 de janeiro de 1931 com o marido, José Telles Velloso,Nicinha, uma menina de três anos, que elegeu os Veloso a sua segunda família. A primeira filha biológica do casal, Clara Maria, nasceu um ano depois. Em seguida, vieram Maria Isabel, Rodrigo, Roberto, Caetano e Maria Bethânia. Irene, a caçula, tema de uma música de Caetano, só seria adotada por Canô anos depois. Oito filhos ao todo. Bem, como disse Caetano “

"Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.”

Bem, D. Cano, eu gostaria de poder homenageá-la a altura, mas não sei o quanto lhe devo ao colocar no mundo duas estrelas quem eu tanto AMO !!!

"Minha casa é no meio do mato,

e tem água ...é o que me importa ...
... e calor"

Maria Bethânia“

Lindo..............................

Pus meus sonhos noutros sonhos

e meus delírios num rio

quase anônimo,

que afogou meu gado,

meus outros rebanhos,

roças e jardins.

Um rio quase ternura,

que assistiu amor e paixão,

que assistiu até alegria:

um rio caso de amor.

SUBAÉ

Bem, D. Cano, eu gostaria de poder homenageá-la a altura, mas não sei o quanto lhe devo ao colocar no mundo duas estrelas quem eu tanto AMO !!!

Parabéns, muita saúde, que Deus continue lhe protegendo, são os votos de alguém que a admira muito e quem sabe um dia irá aí comer uma muqueca de peixe, (sem pimenta) !!! com a senhora.

Um beijo, Noemia Hime



SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO

SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO

SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO

HORIZONTE / FERNANDO PESSOA

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse / Gonzaguinha







Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também


Luís disse...

quero te parabenizar pelo seu blog, uma pagina muito bem idealizada e bonita
voei longe passeando em sua pagina. um forte abraço.
Luís Medeiros

comunico-lhe que adicionei vc ao meu blog

7 de Junho de 2007 15:50

A Vida de Viajante / Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil



A Vida de Viajante

Minha vida é andar
Por esse país
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras por onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei.

Chuva e sol
Poeira e carvão
Longe de casa
Sigo o roteiro
Mais uma estação
E alegria no coração.

Minha vida é andar...

Mar e terra
Inverno e verão
Mostra o sorriso
Mostra a alegria
Mas eu mesmo não
E a saudade no coração

Minha vida é andar...

ASA BRANCA / DORIVAL CAIMMY



QUANDO OLHEI A TERRA ARDENDO
QUAL FOGUEIRA DE SÃO JOÃO
EU PERGUNTEI A DEUS DO CÉU, AI
POR QUE TAMANHA JUDIAÇÃO
EU PERGUNTEI A DEUS DO CÉU, AI
POR QUE TAMANHA JUDIAÇÃO.

QUE BRASEIRO, QUE FORNALHA
NENHUM PÉ DE PLANTAÇÃO
POR FALTA D'ÁGUA PERDI MEU GADO
MORREU DE SEDE MEU ALAZÃO
POR FALTA D'ÁGUA PERDI MEU GADO
MORREU DE SEDE MEU ALAZÃO.

ATÉ MESMO A ASA BRANCA
BATEU ASAS DO SERTÃO
ENTÃO EU DISSE: ADEUS ROSINHA
GUARDA CONTIGO MEU CORAÇÃO
ENTÃO EU DISSE: ADEUS ROSINHA
GUARDA CONTIGO MEU CORAÇÃO.

HOJE LONGE, MUITAS LÉGUAS
NUMA TRISTE SOLIDÃO
ESPERO A CHUVA CAIR DE NOVO
PRA EU VOLTAR PRO MEU SERTÃO
ESPERO A CHUVA CAIR DE NOVO
PRA EU VOLTAR PRO MEU SERTÃO.

QUANDO O VERDE DOS TEUS OLHOS
SE ESPALHAR NA PLANTAÇÃO
EU TE ASSEGURO, NÃO CHORE NÃO, VIU
QUE EU VOLTAREI, VIU, MEU CORAÇÃO
EU TE ASSEGURO, NÃO CHORE NÃO, VIU
QUE EU VOLTAREI, VIU, MEU CORAÇÃO

Sonho Impossível / Chico Buarque e Ruy Guerra



Sonho Impossível
Maria Bethânia

Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã este chão que eu deixei
Por meu leito e perdão
Por saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão

eros & psique / FERNANDO PESSOA

Teresinha / Chico Buarque



Teresinha

O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e, assustada, eu disse não

O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não

O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito posseiro, dentro do meu coração

Construção / Deus lhe pague / Chico Buarque



Construção / Deus lhe pague

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Meu Caro Amigo / Chico Buarque / Francis Hime



Meu Caro Amigo

Meu caro amigo me perdoe, por favor

Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus

MANUZINHA DO MEU CORAÇÃO............................

FEIJOADA COMPLETA / CHICO BUARQUE



Mulher
Você vai gostar
Tô levando uns amigos pra conversar
Eles vão com uma fome que nem me contem
Eles vão com uma sede de anteontem
Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão
E vamos botar água no feijão

Mulher
Não vá se afobar
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar
Ponha os pratos no chão, e o chão tá posto
E prepare as lingüiças pro tiragosto
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão

Mulher
Você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar
Arroz branco, farofa e a malagueta
A laranja-bahia ou da seleta
Joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão

Mulher
Depois de salgar
Faça um bom refogado, que é pra engrossar
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira
Diz que tá dura, pendura a fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão

BORBULHAS / FAGNER






Tenho um coração
Dividido entre a esperança e a razão
Tenho um coração
Bem melhor que não tivera

Esse coração
Não consegue se conter ao ouvir tua voz
Pobre coração
Sempre escravo da ternura

Quem dera ser um peixe
Para em teu límpido aquário mergulhar
Fazer borbulhas de amor pra te encantar
Passar a noite em claro dentro de ti

Um peixe
Para enfeitar de corais tua cintura
Fazer silhuetas de amor à luz da lua
Saciar essa loucura dentro de ti

Canta coração
Que esta alma necessita de ilusão
Sonha coração
Não te enchas de amargura

Uma noite para unir-nos até o fim
Cara-cara, beijo a beijo
E viver para sempre dentro de ti

Brasil Lua Cheia / Francis Hime / Moraes Moreira

Brasil Lua Cheia

Sambando a esperança me disse
Eu sonho um Brasil lua cheia
Sem essa, sem essa de eclipse
Na vida ninguém paga meia.

Estima pra lá das alturas
Eu sonho um país vencedor
Não sendo só o que procura
Mas, na verdade, o que acha o amor.

Brasil, luar do sertão
E não aquele que mingua
Tim-tim por tim-tim da lição
No pé e na ponta da língua.

Presente a visão futurista
Na busca do tempo que faz
Feliz a nação que conquista
E que estabelece a paz.

E o vento que levando as nuvens
Vai descortinando esses véus
Revela um céu que é desses homens
Beijando o chão amado que é de Deus.

É / Gonzaguinha



É a gente quer valer o nosso amor a gente quer valer nosso suor a gente quer valer o nosso humor a gente quer do bom e do melhor a gente quer carinho e atenção a gente quer calor no coração a gente quer suar mas de prazer a gente quer é ter muita saúde a gente quer viver a liberdade a gente quer viver felicidade É a gente não tem cara de panaca a gente não tem jeito de babaca a gente não está com a bunda exposta na janela pra passar a mão nela É a gente quer viver pleno direito a gente quer viver todo respeito a gente quer viver uma nação a gente quer é ser um cidadão É...

RODA VIVA / CHICO BUARQUE




Roda-viva
Chico Buarque/1967
Para a peça Roda-viva de Chico Buarque


Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

SAMBA DE ORLY



Vai, meu irmão,
pega esse avião
você tem razão
de correr assim
desse frio, mas veja
o meu Rio de Janeiro,
antes que um aventureiro lance mão

Pede perdão
pela omissão
um tanto forçada
mas não diga nada
que me viu chorando
e pros da pesada
diz que eu vou levando

Vê como é que anda
aquela vida à toa
e se puder me manda
uma notícia boa



Fiona Gibbs disse...

nice music... really very nice
Fiona, The Most Wanted

7 de Junho de 2007 00:09

Cálice / Chico Buarque e Gilberto Gil

Cálice

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

(refrão)

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

(refrão)

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

(refrão)

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguem me esqueça

Chico Buarque e Gilberto Gil - Cálice censurado

CÁLICE

O ÍNDIO

AQUARELA / TOQUINHO




Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão
E me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos tenho um guarda chuva
Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando,
Contornando a imensa curva norte sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela,
Branco, navegando,
É tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo,
Sereno, lindo,
E, se a gente quiser,
Ele vai pousar
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol de partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida
De uma América a outra
Consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha
E caminhando chega num muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(que descolorirá)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(que descolorirá)
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo
(que descolorirá)
Corro o lápis em torno da mão
E me dou uma luva
(que descolorirá)

A CASA

Noemia Hime disse...

ESSA POSTAGEM É EM HOMENAGEM A MINHA MANUZINHA.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

JOÃO E MARIA



Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque e ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião, o seu bicho preferido
Vem, me dê a mão, a gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

Poema Erótico / Manuel Bandeira

Teu corpo claro e perfeito,
-Teu corpo maravilha,
Quero Possuí-lo no leito
Estreito da redondilha...

Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa...flor de laranjeira...

Teu corpo, branco e macio,
É como um véu de noivado...

Teu corpo é como pomo doirado...

Rosal queimado do estio,
Desafalecido em perfume...

Teu corpo é a brasa do lume...

Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes...

É puro como as fontes
A água clara q serpeja,
Que em cantigas se derrama...

Volúpia de água e da chama...

A todo o momento o vejo...
Teu corpo...a única ilha
No oceano do meu desejo...

Teu corpo é tudo que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa...flor de laranjeira...

Poema Ironico / Manuel Bandeira

O que tu chamas tua paixão,
É tão-somente curiosidade.
E os teus desejos ferventes vão
Batendo asas na irrealidade...

Curiosidade sentimental
Do seu aroma, da sua pele
Sonhas um ventre de alvura tal,
Que escuro linho fique ao pé dele.

Dentre os perfumes sutis que vêm
Das suas charpas, dos seus vestidos,
Isolar tentas o odor que tem
A trama rara dos teus tecidos.

Encanto a encanto, toda a prevês.
Afagos longos, carinhos sábios,
Carícias lentas, de uma maciez
Que se diriam feitas por lábios...

Tu te perguntas, curioso, quais
Serão, seus gestos, balbuciamento,
Quando descerdes nas espirais
Deslumbradoras do esquecimento...

E acima disso, buscas saber
Os seus instintos, suas tendências...
Espiar-lhe na alma por conhecer
O que há sincero nas aparências.

E os teus desejos ferventes vão
Batendo asas na irrealidade...
O que tu chamas tua paixão,
É tão-somente curiosidade

Desejo a você

Desejo a você

Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com os amigos
Filme na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Ouvir uma palavra amável
Ver a banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais
Nem adeus
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de amor
Tomar banho de cachoeira
Apreender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Uma festa, um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um chinelo velho
Tocar violão pra alguém
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

Acorda Amor / Leonel Paiva/Julinho da Adelaide (Chico Buarque)



Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão

Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão

Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer

Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)

Cálice / Chico Buarque e Gilberto Gil

Cálice

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

(refrão)

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

(refrão)

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

(refrão)

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguem me esqueça

terça-feira, 5 de junho de 2007

APESAR DE VOCÊ (Chico Buarque)


"Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu

Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia

Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro

Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia

Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia

Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente?

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia

Você vai se dar mal
Etc. e tal"

“Este é tempo de divisas, tempo de gente cortada... É tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, palavra indireta, aviso na esquina.”

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


“Dormia

A nossa Pátria mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações.”

CHICO BUARQUE DE HOLLANDA





Anônimo disse...

Esssa música é mesmo um barato !!!

Samba da Volta / Toquinho e Vinicius de Moraes






Samba da Volta










Você voltou, meu amor,
alegria que me deu
Quando a porta abriu
você me olhou, você sorriu,
ah, você se derreteu
e se atirou, me envolveu, me brincou,
conferiu o que era seu
É verdade, eu reconheço,
eu tantas fiz,
mas agora tanto faz
O perdão pediu seu preço,
meu amor
Eu te amo
e Deus é mais
e se atirou, me envolveu, me brincou,
conferiu o que era seu
É verdade, eu reconheço,
eu tantas fiz,
mas agora tanto faz
O perdão pediu seu preço,
meu amor
Eu te amo
e Deus é mais

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Canção do Medo / Toquinho


Canção do Medo

Medo, tenho medo, muito medo
Se o desejo é forte de ver
Minha vida se modificar.
Tenho medo, muito medo
Se a saudade é grande
Da noite sagrada
Em que eu quis amar.

Vem a vontade de crescer.
Vem a coragem de gritar.
Aí, eu fecho os olhos,
Tranco a porta, calo a boca
Pra me guardar.

Medo, tenho medo, muito medo
Quando vem a vida e obriga
A gente a se decidir.
Tenho medo, muito medo
De enfrentar a morte e a má sorte
E eu tenho medo de seguir.

Vem a vontade de viver.
Vem a coragem de sorrir.
Aí, eu fecho os olhos, tranco o riso,
Calo a boca pra prosseguir.

Formosa / Vinicius de Moraes / Baden Powell


Formosa


Formosa, não faz assim
Carinho não é ruim
Mulher que nega
Não sabe, não
Tem uma coisa de menos
No seu coração

A gente nasce, a gente cresce
A gente quer amar
Mulher que nega
Nega o que não é para negar
A gente pega, a gente entrega
A gente quer morrer
Ninguém tem nada de bom
Sem sofrer
Formosa mulher!

Cantiga Da Ausente / Vinicius de Moraes / Claudio Santoro



Se eu ando assim tão triste
Tão cheio de langor
É porque nada existe
Para mim sem meu amor

Ela está tão longe, tão longe
Que nem sei
E o seu olhar tão lindo
Não pode nem me ver

E as suas mãos morenas
Já nem podem me acenar
E só me resta a esperança
De ver meu amor voltar

Com os seus cabelos negros
E a sua graça pequenina
E a sua ternura linda
E o seu gostar de mim
Como ela me dizia
Feliz a soluçar
Eu te amo tanto
Que já nem sei mais

Vendaval / Antonio Miranda Fernandes








Vendaval


ao entardecer o raio despencou como malho
partindo rochas numa obra doente de cantaria
e o escarcéu se fez com tantos ralhos que
a chuva caiu do céu rasgado e enegrecido
como ventre aberto a força parindo viuvez
chicoteando o mar que se eriçou friorento.

quantas vezes única vida é preciso morrer
para se provar que nascer já foi valentia?
uma cabeça gigante balançou para os lados
e tremeu o mundo sacudido por força tamanha
abanando com violência os ventos gelados
boca da noite que se abriu engolindo o dia.

o céu onde deviam morar anjos se fez fétido...
cheirava a enxofre...e o dragão abriu as ventas
cuspindo mais fogo...mais raios...mais ameaças...
uma quantidade de demônios zangados sobre nós
mortos de fome e cheios de ira e desgraças.

eu pensei nos marinheiros em mar aberto
nos seus frientos pensamentos em seus filhos
no espremer do peito esmagando o coração
na nau de quente e açoitado útero de madeira,
onde eles se aninham tremendo de pavor
ora Deuses... parem com essa brincadeira
busquem na sapiência senil outra diversão.