sábado, 5 de abril de 2008

Tal vez

My Sweet Lord


My sweet lord
Hm, my lord
Hm, my lordI really want to see you
Really want to be with you
Really want to see you, lord
But it takes so long, my lordMy sweet lord
Hm, my lord
Hm, my lordI really want to know you
Really want to go with you
Really want to show you lord
That it won't take long, my lord (hallelujah)My sweet lord (hallelujah)
Hm, my lord (hallelujah)
My sweet lord (hallelujah)I really want to see you
Really want to see you
Really want to see you, lord
Really want to see you, lord
But it takes so long, my lord (hallelujah)My sweet lord (hallelujah)
Hm, my lord (hallelujah)
My, my, my lord (hallelujah)I really want to know you (hallelujah)
Really want to go with you (hallelujah)
Really want to show you lord (ahhh...)
That it won't take long, my lord (hallelujah)Hmmm... (hallelujah)
My sweet lord (hallelujah)
My, my lord (hallelujah)Hm, my lord (hare krishna)
My, my, my lord (hare krishna)
Oh hm, my sweet lord (krishna, krishna)
Oh-uuh-uh (hare hare)Now, I really want to see you (hare rama)
Really want to be with you (hare rama)
Really want to see you lord (aaah)
But it takes so long, my lord (hallelujah)Hm, my lord (hallelujah)
My, my, my lord (hare krishna)
My sweet lord (hare krishna)
My sweet lord (krishna krishna)
My lord (hare hare)
Hm, hm (Gurur Brahma)
Hm, hm (Gurur Vishnu)
Hm, hm (Gurur Devo)
Hm, hm (Maheshwara)
My sweet lord (Gurur Sakshaat)
My sweet lord (Parabrahma)
My, my, my lord (Tasmayi Shree)
My, my, my, my lord (Guruve Namah)
My sweet lord (Hare Rama)[fade:](hare krishna)
My sweet lord (hare krishna)
My sweet lord (krishna krishna)
My lord (hare hare)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Maria Bethânia - O Ciúme



Um dos grandes momentos do show de Da. Omara Portuondo e Maria Bethânia... a carga dramática que Bethânia dá nesta música emociona demais...

terça-feira, 1 de abril de 2008

COMPORTAMENTO GERAL

DANIEL GONZAGA / COMPORTAMENTYO GERAL

Comportamento Geral CD
Daniel Gonzaga
R$ 28,90
Apresentação
Faixas
Ficha Técnica
Apresentação


Daniel Gonzaga – Comportamento Geral

Onze anos após o lançamento de seu primeiro disco, o cantor e compositor Daniel Gonzaga lança pela Biscoito Fino o seu quinto e mais esperado trabalho.

A responsabilidade é grande. Filho do saudoso compositor Gonzaguinha e neto de Gonzagão, percebe-se a boa influência da família no trabalho de Daniel Gonzaga. Com personalidade própria, é possível comparar suas letras ácidas e bem construídas às do pai. Na parte musical, Daniel herda o ritmo inconfundível do Rei do Baião e cria fusões enriquecedoras para a MPB. É um músico de flagrante maturidade que traça seu próprio caminho, onde a poesia é o grande destaque. Por vezes, seu baião dispara palavras com a velocidade de um rap e, em outras, a reflexão sobre a sociedade em que vivemos é embalada por um xote cheio de swing.

O carioca Daniel Gonzaga gravou seu primeiro disco, Sob o Sol, com apenas 21 anos, tendo já naquela época alcançado notória receptividade de crítica e público. A partir de então, alternou trabalhos de música e teatro, exalando versatilidade e talento por onde passava. Gravou ainda um disco em homenagem a seu avô, no qual recriou as canções do Velho Lua à base de voz e violão.

Assim, após quatro discos lançados e dezesseis anos depois da morte de Gonzaguinha, ele decide resgatar a obra do pai. É mais do que justo, depois de tantos anos, que Daniel promova o resgate do legado de um dos maiores compositores e intérpretes da história da música popular brasileira, que hoje está um pouco distanciado do jovem, mas que continua no coração de todo brasileiro contemporâneo, como assinala a jornalista Regina Echeverria:

“Só músicas muito boas sobrevivem ao tempo, só aquelas que caem no gosto popular, que nos fazem lembrar de um tempo bom ou de um tempo ruim, mas nos remetem ao passado. Algumas canções de Gonzaguinha são assim”.

Daniel tem plena consciência disso, e nos oferece um abrangente relicário da carreira do pai, contemplando músicas de grande sucesso, como Explode Coração, Sangrando, O Que é o Que é, Gás Néon (sucessos anteriormente na voz de Maria Bethânia) e Recado, ao lado de canções menos conhecidas do grande público, casos de Chão Pó Poeira, a agreste Festa (canção que evidencia um lado “Gonzagão de Gonzaguinha”) , Da Vida e até a inédita Namorar, deixada pelo compositor. Completam o repertório Dias de Santos e Silvas, Com a Perna no Mundo, João do Amor Divino, Feliz, Diga lá Coração, além da canção homônima que dá nome ao cd.

Como a inspiração remetendo ao tempo do Gonzaga, Daniel gravou Comportamento Geral como nos anos 70: ao vivo, em uma sala grande e sem correções de computadores. O resultado é um disco quente, feito com uma banda de amigos composta por Pedro Moraes (baixo), João Gaspar (guitarra), Cassio Cunha (bateria), Marcos Trança (percussão), Clevinho (sopro), Carlos Bernardo (violão), além do próprio Daniel Gonzaga, que assina também a produção musical. Gravado no estúdio Verde no entre os dias 28 e 31 de março de 2007.

Faixas
01 Comportamento Geral (Gonzaguinha) 3m16s

02 Dias de Santos e Silvas (Gonzaguinha) 4m29s

03 Com a Perna no Mundo (Gonzaguinha) 3m41s

04 João do Amor Divino (Gonzaguinha) 4m13s

05 Não dá mais pra segurar (Gonzaguinha) 4m25s

06 Gás Neon (Gonzaguinha) 4m17s

07 Namorar (Gonzaguinha) 3m35s

08 Feliz (Gonzaguinha) 4m23s

09 Recado (Gonzaguinha) 4m40s

10 Sangrando (Gonzaguinha) 3m04s

11 Diga lá Coração (Gonzaguinha) 4m42s

12 Festa (Gonzaguinha) 4m23s

13 Chão Pó poeira (Gonzaguinha) 3m03s

14 Da Vida (Gonzaguinha) 4m24s

15 O que é o que é (Gonzaguinha) 2m55s

Ficha Técnica

UMA REALIZAÇÃO BISCOITO FINO
Direção Geral: Kati Almeida Braga
Direção Artística: Olivia Hime
Gerência de Produção: Joana Hime
Assistente de Produção: Isabel Zagury e Fernando Temporão

PLANETA ÁGUA - GUILHERME ARANTES

PABLO NERUDA / A DANÇA

Amor à Mãe Divina

A Dança - Pablo Neruda

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou seta de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te siplesmente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com o meu sono.

Antes de amar-te, amor, nada era meu:

Vacilei pelas ruas e as coisas:

Nada contava nem tinha nome:

O mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,

Túneis habitados pela lua,

Hangares cruéis que se dependiam,

Perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,

Caído, abandonado, decaído,

Tudo era inalianavelmente alheio,

Tudo era dos outros e de ninguém,

Até que tua beleza e tua pobreza

De dádivas encheram o outono.

segunda-feira, 31 de março de 2008

depois de ter você - adriana calcanhoto

MARIA BETHANIA E ADRIANA CALCANHOTO



Depois de ter você,
pra quê querer saber que horas são?
Se é noite ou faz calor,
se estamos no verão,
se o sol virá ou não,
ou pra quê é que serve uma canção como essa?

Depois de ter você, poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas,
pra quê amendoeiras pelas ruas?
Para quê servem as ruas?
Depois de ter você...

REPETE

Depois de ter você...

MARIA BETHANIA

¨FELICIDADE SE ACHA NUMA HORINHA DE DESCUIDO"
MARIA BETHANIA

Maria Bethânia - Brasileirinho ao Vivo



Depois do CD Brasileirinho, primeiro projeto de seu selo Quitanda, distribuído pela gravadora Biscoito Fino, Maria Bethânia lança o DVD Brasileirinho, com imagens do espetáculo -- um dos mais aplaudidos do ano - realizado no Canecão, no Rio de Janeiro.

Mais que a transposição do disco de estúdio para os palcos, Brasileirinho é a celebração de um conceito amplo de arte brasileira. Se o selo Quitanda promove uma diversificada feira livre que abrange música, literatura, poesia, artes plásticas e cênicas, Brasileirinho, - gravado pelo canal Multishow no Canecão - integra o Brasil musical, do sertão ao litoral, do interior à megalópole.

Cantos de trabalho e religiosidade perpassam o Brasil interiorano, elemento indivisível do Brasil planetário que se impõe a partir da música de Villa-Lobos e Antonio Carlos Jobim. Como salienta a canção Comida, da banda de rock paulistana Titãs, registrada por Bethânia neste DVD, a gente brasileira quer comida, diversão e arte.

As Bachianas de Villa-Lobos iniciam o espetáculo, pelas mãos do grupo mineiro Uakti. No telão, Ferreira Gullar recita O Descobrimento, de Mario de Andrade, onde o artista identifica-se com o brasileiro indigente que dorme "depois de fazer uma pele com a borracha do dia".

"Eu guardo a luz das estrelas / a alma de cada folha", anuncia Bethânia, expandindo o nordeste além do sertão. À saudação de Salve as Folhas, Yayá Massemba e Capitão do Mato interpõe-se Gente Humilde de Garoto, Vinicius e Chico Buarque. O Rio de Miúcha conduz à Correnteza de Jobim e Luiz Bonfá, mas corre para outras águas. Miúcha e Bethânia terçam vozes no Ponto de Janaína e em Cabocla Jurema, de penacho verde da cor do mar.

Denise Stocklos lê outro trecho de Mario de Andrade, O Poeta Come Amendoim. A revelação de que um país muitas vezes se faz mais pelo "balanço das cantigas, amores e danças" que pela noção de pátria, "acaso de migrações e do pão nosso onde Deus der". Diante do Padroeiro do Brasil, Bethânia recebe o choro pesado dos rapazes do Tira Poeira para saudar Jorge, o santo guerreiro.

E se Deus é brasileirinho, que dirá Jorge, João e Antonio, presentes em canções de Jota Velloso (Santo Antônio), Caetano Veloso e Gilberto Gil (São João, Xangô Menino), Luiz Gonzaga (São João do Carneirinho). Em tempo de baião, Bethânia recria Boiadeiro e Cigarro de Paia, de Armando Cavalcanti e Klecius Caldas, junto aos violões de João Castilho e do maestro Jaime Alem.

Como avisa Guimarães Rosa, pela voz de Bethânia, "Felicidade se acha é em horinhas de descuido". Entretanto, é possível encontrá-la também em momentos de extremo cuidado. Que dizer de Nana Caymmi cantando João Valentão e lendo caprichosamente a letra de Sussuarana, de Heckel Tavares e Luiz Peixoto? Bethânia eleva as mãos para o céu, reverencia e abraça Nana. A maior cantora do Brasil na opinião da maior cantora do Brasil.

Senhor da Floresta mimetiza Oxossi e Sebastião no herói "crivado de flechas atiradas por outro tupi". O samba ecológico Purificar o Subaé antecipa o canto de raiva e de pena dos Titãs (Miséria, Comida), em contraponto a Melodia Sentimental, de Villa-Lobos, e Tarde em Itapoã, de Toquinho e Vinicius. Quando Miúcha e Nana se juntam a Bethânia, para cantar Rio de Janeiro e O que é o que é, não resta dúvida que, por intermédio do samba, a vida devia ser bem melhor -- e será.

A direção é de Bia Lessa, e os cenários de Gringo Cardia. André Horta assina a direção do DVD, que inclui making of, com depoimento de Bethânia e a montagem do show; entrevistas com Ferreira Gullar, Nana Caymmi, Miúcha, Jaime Além, Gringo Cardia, Bia Lessa, Moogie Canazo e Cláudio Olivoto; duas faixas com câmera close (Cigarro de Paia e Motriz); uma versão exclusiva de Trenzinho do Caipira, recriado pelo grupo Tira Poeira. Este é o segundo DVD de Bethânia, que lançou Maricotinha ao Vivo, em 2003, também pela Biscoito Fino.

Maria Bethânia - Maricotinha



Maria Bethânia lança em DVD um dos espetáculos mais aclamados de sua carreira. Maricotinha ao Vivo, lançado em disco em outubro de 2002, pela Biscoito Fino, ganha formato digital para fãs sintonizados com todas as fases da carreira de Bethânia (o show comemora 35 anos da trajetória artística da cantora). Diferentemente do disco, gravado no DirecTV Hall, em São Paulo, o DVD foi realizado no Canecão, no Rio, durante a temporada de novembro de 2002.

Com direção de André Horta, o DVD mostra imagens de Bethânia em Portugal, onde interpreta cinco canções (Sonhei que estava um dia em Portugal, Cheira a Lisboa, Santo Antônio, Saudade de Itapoã, Meu Amor É Marinheiro) acompanhada pelo violão de Jaime Alem. Dentro de um barco, em Lisboa, Bethânia fala de sua carreira e expressa suas opiniões com doçura e contundência, em 30 minutos de entrevista com Claudio Olivotto.

O videoclipe de A Voz de Uma Pessoa Vitoriosa mostra o Rio de Janeiro nos anos 60, enquanto Coração Ateu apresenta literalmente uma enxurrada de imagens -- o vídeo é composto por diversas cenas marinhas e fluviais, sob as bênçãos de Iemanjá e Oxum. O DVD inclui ainda a discografia completa de Bethânia, com capa, contra-capa, ordem das canções e curiosidades sobre os lançamentos. Maricotinha ao Vivo tem opções de legendas em português, inglês, francês e espanhol, além de cifras de todas as canções do espetáculo.

Olivia Hime retoma as palavras de Guerra

Olivia Hime retoma as palavras de Guerra
Cantora lança DVD com show que reúne letras do cineasta Ruy Guerra








Em 2007 a cantora Olivia Hime se lançou na obra musical de Ruy Guerra. Depois de um ótimo trabalho de estúdio, Olivia partiu para desenvolver a idéia e desdobrar o projeto no palco. O registro está no elegante DVD Palavras de Guerra ao vivo, novo lançamento da cantora pela Biscoito Fino, que também ganha edição em CD.

O show foi gravado no palco do Sesc Santana em julho de 2007 e transformado em especial televisivo pelo Canal Brasil, cada vez melhor em seus registros de espetáculos musicais. As câmeras captam uma Olivia muito à vontade. Entre os papéis que desempenha como a cantora de estúdio e a executiva de gravadora, o palco continua sendo o habitat natural da artista.

O potencial de Olivia como artista que sabe conceituar bem seus planos é evidente nesse projeto. O CD de estúdio, editado exatamente um ano antes, ganha dimensões ainda maiores quando vira um bem cuidado show. A edição do espetáculo em DVD segue o mesmo padrão de qualidade, garantindo uma obra de grande valor artístico e cultural.

As letras do cineasta há muito freqüentam o repertório mais nobre da música brasileira, mas nunca foram enxergados como uma obra. Na concepção de Olivia, Ruy é fio de ligação entre seus parceiros. Edu Lobo, Francis Hime, Carlos Lyra e Sérgio Ricardo se encontram aqui no argumento musical de Ruy Guerra. Diretora dessa aventura musical, Olivia Hime costura e dá vida a esse roteiro inédito.

Por se tratar de ler a obra de um cineasta compositor, o show tem um cuidado especial com a imagem e roteiro, que destaca a poesia das canções. As marcações ficam evidentes em números mais fortes, como Fado tropical e Por um amor maior, apresentada já no bis. A interpretação de Bárbara costura Tatuagem, um dos grandes sucessos de Ruy. Ambas são parcerias com Chico Buarque, escritas para a peça Calabar. Esse bloco revela a voz de Cristina Braga, conhecida harpista.

O dueto segue de outra forma. Em Minha Olivia encontra a delicadeza dividindo a música com a harpa de Cristina. Segue o mesmo clima em Corpo e alma, que destaca o piano de João Carlos Coutinho. Na hora de escalar o elenco para dividir esse espetáculo, Olivia optou por um time de músicos formado somente por estrelas de primeira grandeza que traduzem os arranjos escritos pelo maestro Francis Hime. Além dos já citados, sobem ao palco Ricardo Medeiros (contrabaixo), João Lyra (violão e viola) e Diego Zangado (bateria e percussão). Todos com suas cenas e os agradecimentos da cantora em cena aberta.

Olivia Hime leva a sério seu ofício de intérprete. A inteligência de conceber um projeto como esse só é superada pela coragem de realizar. No palco, com um bem produzido espetáculo, Olivia dá mais vida ao que no estúdio já era um nobre momento de sua carreira. A intérprete foge do óbvio e consegue formatar uma idéia ousada como um espetáculo nobre. As palavras de Guerra, juntas, dão um panorama da contribuição do cineasta dentro da música brasileira.

Olivia Hime - Palavras de Guerra

Olivia Hime - Mar de Algodão



Mar da Tarde, Mar da Noite, Mar da Manhã. Estas referências, aparentemente singelas, guardam muito do mistério e das imagens contidas na música do maior compositor brasileiro vivo, Dorival Caymmi. A idéia de transformar as marinhas de Caymmi em três suítes foi concebida por Olivia Hime e desenvolvida no CD Mar de Algodão, lançado no ano passado pela Biscoito Fino, com produção de Rodolfo Stroeter. Obcecada pelo impacto "visual" das canções de Caymmi, Olivia entendeu que a extensão natural das cores sonoras do mestre (que completa 90 anos em abril de 2004) ficariam ainda mais nítidas impressas na tela. Não na tela de pintor, que também tem em Caymmi um criador dedicado, mas adequando, a esta pintura, som e imagem que fazem de Mar de Algodão o primeiro DVD realizado com a obra de Dorival.

Os "pintores" musicais arregimentados por Olivia trataram de conceber, cada qual a seu modo, as matizes impressionistas que acompanhariam o ciclo das águas marinhas no cancioneiro da Bahia concebido por Caymmi. O jovem violonista Paulo Aragão e o clarinetista / saxofonista Nailor Proveta se encarregaram dos arranjos, ora tempestuosos, ora ensolarados do Mar da Manhã. As imagens mostram o arrebatador Quarteto Maogani (formado pelos violonistas Carlos Chaves, Marcos Alves, Marcus Tardelli e o próprio Aragão) transportando para suas cordas as sonoridades, sempre entre a singeleza e o mistério, das manhãs de Caymmi. Na seqüência, os arranjos de sopro emprestam densidade e amplitude a Canoeiro, Milagre, Dois de Fevereiro / Festa de Rua, Morena do Mar Quem Vem pra Beira do Mar, flagradas pelas câmeras do diretor Luiz Fernando Goulart, desde o estúdio da Biscoito Fino, no Rio de Janeiro, ao litoral norte de Salvador.

Wagner Tiso é o encarregado do Mar da Tarde, engrossando as cores com intensidade orquestral, munido de cellos e violas, na alma solitária do bandolim, executado por Marcílio Lopes, que remete ao além-mar ibérico, entre a alegria mítica e a melancolia, costurando a África, nas rotas da Bahia a Minas, estrada natural que liga Saudade de Itapoã, O Bem do Mar, João Valentão, Cantiga da Noiva, O Mar. João Valentão pode ser considerado um bonus track do DVD. A canção ficou de fora do disco por não caber nos setenta e poucos minutos de duração de um CD. Na orquestração arquitetada por Tiso, destaque para a harmônica de Maurício Einhorn, o clarinete de Cristiano Alves, o violão de Paulo Becker e Marcelo Gonçalves, a flauta de Andréa Ernest Dias, o cavaquinho de Henrique Cazes, o piano de Marcos Nimritcher.

O Mar da Noite, o mais denso e misterioso, foi orquestrado pelo maestro Francis Hime, acrescentando violinos à formação orquestral. As músicas que couberam a Francis foram Noite de Temporal / O Vento, A Lenda do Abaeté, Temporal, É Doce Morrer no Mar, Adeus da Esposa, Sargaço Mar, Quem Vem pra Beira do Mar. Destaque para as imagens da Lagoa do Abaeté, captadas por Goulart, como complemento à diversidade orquestral concebida por Hime. Foi Francis quem incentivou Olivia a encontrar nuances, enxergar outras matizes nas três suites:

"Francis me fez observar que dentro da manhã, da tarde e da noite estão o amanhecer, a alvorada, o meio-dia. Foi descobrindo outros sentidos guardados nas suítes, a medida que percebia o caráter de cada música, umas mais sensuais, outras mais desesperadas, outras canções de trabalho. Eu mesma escolhi a ordem das canções, obedecendo um roteiro que aparecia em minha cabeça toda vez que pensava nas marinhas de Caymmi" - diz Olivia.

"O trabalho dos arranjadores foi fundamental. Enquanto cantora, procurei ser um instrumento a mais, a serviço das canções, e não o contrário. O primeiro a ser convidado foi Dori Caymmi, por ser um dos melhores de minha geração e por ser filho de Dorival. Mas não foi possível para ele realizar o trabalho. Foi aí que Rodolfo Stroeter me sugeriu misturar sopro ao som dos meninos do Maogani e me apresentou ao Nailor Proveta. Já Francis e Wagner foram escolhas óbvias, por estarem muito ligados à minha concepção de música" - detalha.

Francis e Wagner, inclusive, protagonizaram uma amigável disputa, como conta Olivia: "Ambos queriam inserir O Mar em seus movimentos. Francis dizia que a música era mais noite, Wagner achava que era mais à tarde. Chegamos a conclusão que O Mar representava o anoitecer, sobretudo pelo desespero da personagem procurando o amado que desaparecera entre as ondas. A claridade desaparecendo, junto com a esperança de encontrá-lo" - relaciona.

Mas como Caymmi é um especiliasta em combinar mistério e singeleza, a esperança ressurge ao final: "Optamos por encerrar com Quem Vem pra Beira do Mar, que também aparece no Mar da Manhã. É o sentido da claridade que retorna, sobrepondo-se à angústia dos agitados mares noturnos".

Francis e Olívia Hime: "Carta"

Milton Nascimento - Uakti - Lágrima do Sul



Reviver
Tudo o que sofreu
Porto de desesperança e lagrima
Dor de solidão
Reza pra teus orixás
Guarda o toque do tambor
Pra saudar tua beleza
Na volta da razão
Pele negra, quente e meiga
Teu corpo e o suor
Para a dança da alegria
E mil asas para voar
Que haverão de vir um dia
E que chegue já, não demore, não
Hora de humanidade, de acordar
Continente e mais
A canção segue a pedir por ti
(a canção segue a pedir por nós)
África, berço de meus pais
Ouço a voz de seu lamento
De multidão
Grade e escravidão
A vergonha dia a dia
E o vento do teu sul
É semente de outra história
Que já se repetiu
A aurora que esperamos
E o homem não sentiu
Que o fim dessa maldade
É o gás que gera o caos
É a marca da loucura
África, em nome de deus
Cala a boca desse mundo
E caminha, até nunca mais
A canção segue a torcer por nós

Zamba para no morir



Zamba para no morir
Canción Hamlet Lima Quintana, Noberto Ambros y Alfredo Rosales

Romperá la tarde mi voz
hasta el eco de ayer.
Voy quedándome solo al final
muerto de sed, harto de andar
pero sigo creciendo en el sol, vivo.

Era el tiempo la flor,
la madera frutal,
luego el hacha se puso a golpear,
verse caer, sólo rodar
pero el árbol reverdecerá, nuevo.

Al quemarse en el cielo la luz del día, me voy
con el cuerpo asombrado me iré
ronco al gritar que volveré
repartido en el aire al gritar, siempre.

Mi razón no pide piedad
se dispone a partir.
No me gusta las muerte ritual
sólo dormir, verme borrar
una historia me recordará, vivo.

Veo el campo, el fruto, la miel
y estas ganas de amar.
No me puede el olvido vencer
hoy como ayer, siempre llegar
en el hijo se puede volver, nuevo.
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Mercedes Sosa - Zamba para olvidarte

Mercedes Sosa - Un Vestido y Un Amor



Te vi
Juntabas margaritas del mantel
Ya sé que te traté bastante mal
No sé si eras un ángel o un rubí
O simplemente te vi

Te vi
Saliste entre la gente a saludar
Los astros se rieron otra vez
La llave de mandala se quebró
O simplemente te vi

Todo lo que diga esta de más
Las luces siempre encienden
En el alma
Y cuando me pierdo en la ciudad
Vos ya sabes comprender
Es solo un rato no más
Tendría que llorar o salir a matar
Te vi, te vi, te vi
Yo no buscaba a nadie y te vi

Te vi
Fumabas unos chinos en Madrid
Hay cosas que te ayudan a vivir
No hacías otra cosa que escribir
Y yo simplemente te vi

Me fui
Me voy de vez en cuando a algún lugar
Ya sé, no te hace gracia este país
Tenias un vestido y un amor
Yo simplemente te vi
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Canción de las simples cosas / MERCEDES SOSA



Canción de las simples cosas
(César Isella - Gustavo Leguizamón)

Uno se despide insensiblemente de pequeñas cosas,
lo mismo que un árbol en tiempos de otoño muere por sus hojas.
Al fin la tristeza es la muerte lenta de las simples cosas,
esas cosas simples que quedan doliendo en el corazón.

Uno vuelve siempre a los viejos sitios en que amó la vida,
y entonces comprende como están de ausentes las cosas queridas.
Por eso muchacho no partas ahora soñando el regreso,
que el amor es simple, y a las cosas simples las devora el tiempo.

Demórate aquí, en la luz mayor de este mediodía,
donde encontrarás con el pan al sol la mesa servida.
Por eso muchacho no partas ahora soñando el regreso,
que el amor es simple, y a las cosas simples las devora el tiempo.

Demórate aquí... por eso muchacho...

Mercedes Sosa - Vientos Del Alma



Yo soy la noche, la mañana
Yo soy el fuego, fuego en la oscuridad
Soy pachamama, soy tu verdad
Yo soy el canto, viento de la libertad

Vientos del alma envueltos en llamas
Suenan las voces de la quebrada
Traigo la tierra en mil colores
Como un racimo lleno de flores
Traigo la luna con su rocío
Traigo palabras con el sonido y luz de tu destino

Yo soy la noche, la mañana
Yo soy el fuego, fuego en la oscuridad
Soy pachamama, soy tu verdad
Yo soy el canto, viento de la libertad
Yo soy el cielo, la inmensidad
Yo soy la tierra, madre de la eternidad
Soy pachamama, soy tu verdad
Yo soy el canto, viento de la libertad

Hoy vuelvo en coplas a tu camino
Juntando eco de torbellinos
Traigo las huellas de los amores
Antigua raza y rostro de cobre
Traigo la luna con su rocío
Traigo palabras con el sonido y luz de tu destino

Yo soy la noche, la mañana
Yo soy el fuego, fuego en la oscuridad
Soy pachamama, soy tu verdad
Yo soy el canto, viento de la libertad
Yo soy el cielo, la inmensidad
Yo soy la tierra, madre de la eternidad
Soy pachamama, soy tu verdad
Yo soy el canto, viento de la libertad

Yo soy la noche, la mañana
Yo soy el fuego, fuego en la oscuridad
Soy pachamama, soy tu verdad
Yo soy el canto, viento de la libertad
Yo soy el cielo, la inmensidad
Yo soy la tierra, madre de la eternidad
Soy pachamama, soy tu verdad
Yo soy el canto, viento de la libertad


Me preguntaron como vivía, me preguntaron
'Sobreviviendo' dije, 'sobreviviendo'.
tengo un poema escrito más de mil veces,
en él repito siempre que mientras alguien
proponga muerte sobre esta tierra
y se fabriquen armas para la guerra,
yo pisaré estos campos sobreviviendo.
todos frente al peligro, sobreviviendo,
tristes y errantes hombres, sobreviviendo.

SOBREVIVIENDO, SOBREVIVIENDO,
SOBREVIVIENDO, SOBREVIVIENDO.

Hace tiempo no río como hace tiempo,
y eso que yo reía como un jilguero.
tengo cierta memoria que me lastima,
y no puedo olvidarme lo de Hiroshima.
cuánta tragedia, sobre esta tierra...
hoy que quiero reírme apenas si puedo,
ya no tengo la risa como un jilguero
ni la paz de los pinos del mes de enero,
ando por este mundo sobreviviendo.

SOBREVIVIENDO, SOBREVIVIENDO,
SOBREVIVIENDO, SOBREVIVIENDO.

Ya no quiero ser sólo un sobreviviente,
quiero elegir el día para mi muerte.
Tengo la carne joven, roja la sangre,
la dentadura buena y mi esperma urgente.
quiero la vida de mi cimiente.
no quiero ver un dia manifestando
por la paz en el mundo a los animales.
Cómo me reiría ese loco día,
ellos manifestándose por la vida.
y nosotros apenas sobreviviendo, sobreviviendo.

SOBREVIVIENDO, SOBREVIVIENDO,
SOBREVIVIENDO, SOBREVIVIENDO.