sexta-feira, 25 de maio de 2007

Que Seja Assim (Zé Caradípia)


Que Seja Assim

Quando o céu mudar de cor
O azul sumir e o amor
Também querer se ausentar
Quando a dor virar um mar
E o cantor acariciar
O violão num acorde gris
Quem sabe ao certo o que virá...

Quando a fera acariciar
O menino que inda há
por de trás
da confusa fachada do ser
Quando a fome acontecer
A tristeza, enfim, ceder
E o querer virar um sim
Deixa estar, que seja assim...

Mar (Jorge Medauar)




Mar


Sem jamais antever os teus desígnios
vaguei por angras e por arquipélagos.
Feri o casco deste barco dútil
Na enfumaçada rota de esperanças.

As auroras de cinza enferrujaram
correntes e metais de atracação.
E o único sal, soprado nas aragens
apodreceu bandeiras e velames.

Teus desígnios de vagas e salsugem
de abismos e rochedos agressivos
com o ardor das algas me queimaram os olhos.

Mas pude ver a concha que se abria
para a manhã nascer por sobre as ondas.
Posso agora perder-me nesta noite

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Severn Cullis Suzuki BIOGRAFIA


Estudiante de 20 años, desde el jardín de infancia ha tenido una participación muy activa en trabajo de medio ambiente. Trabajo con pueblos nativos de Columbia Británica, al Sureste de Asia y la Amazona en la protección de bosques amenazados desde hace tiempo. Adoptada dentro del Clan Raven de la Nación Haida, le dieron el nombre de Killthgula Gaayaa, "Buena Hablante". Fundó la Organización Ambiental de Niños (ECO), un pequeño grupo que sobresale por la búsqueda de fondos para participar en la Cumbre de la Tierra, Río’92, para "actuar como la conciencia de tomadores-de-decisiones". Oradora en muchos eventos, El Foro Global, Parlamento de la Tierra, Sesión Plenaria de la Cumbre de la Tierra. Es oradora regular en la escuela, corporaciones, conferencias, asambleas internacionales sobre la necesidad de cambiar nuestros valores, escuchar a los niños y el comportamiento correcto con respecto a los asuntos del futuro. También, es invitada a hablar en televisión y como presentadora, ha participado en numerosos programas en Canadá, Estados Unidos y Gran Bretaña. Escribió varios artículos en temas ambientales y publicó un libro. Recibió el Premio Global 500 en 1993.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

SEVERN SUSUKI FANTÁSTICO !!!


O FUTURO

Discurso de Severn Suzuki na ECO 92 - Rio de Janeiro


Olá, eu sou Severn Suzuki

Represento aqui na ECO, a Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente. Somos um grupo de crianças canadenses, de 12 e 13 anos, tentando fazer a nossa parte, contribuir.

Vanessa Sultie, Morgan Geisler, Michelle Quigg e eu. Foi através de muito empenho e dedicação que conseguimos o dinheiro necessário para virmos de tão longe, para dizer a vocês adultos que, têm que mudar o seu modo de agir.

Ao vir aqui hoje, não preciso disfarçar meu objetivo, estou lutando pelo meu futuro. Não ter garantia quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores.

Estou aqui para falar em nome das gerações que estão pôr vir.

Eu estou aqui para defender as crianças que passam fome pelo mundo e cujos apelos não são ouvidos.

Estou aqui para falar em nome das incontáveis espécies de animais que estão morrendo em todo o Planeta, porque já não têm mais aonde ir.

Não podemos mais permanecer ignorados.

Eu tenho medo de tomar sol, pôr causa dos buracos na camada de ozônio.

Eu tenho medo de respirar este Ar, porque não sei que substâncias químicas o estão contaminando.

Eu costumava pescar em Vancouver, com meu pai, até que recentemente pescamos um peixe com câncer...e agora temos o conhecimento que animais e plantas estão sendo destruídos e extintos dia após dia...

Eu sempre sonhei em ver grandes manadas de animais selvagens, selvas e florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas e hoje eu me pergunto se meus filhos vão poder ver tudo isso...

Vocês se preocuvam com essas coisas quando tinham a minha idade???

Tudo isso acontece bem diante dos nossos olhos e mesmo assim continuamos agindo como se tivessemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.

Sou apenas uma criança e não tenho todas as soluções, mas quero que saibam, que vocês também não tem...

Vocês não sabem como reparar os buracos na camada de ozônio...

Vocês não sabem como salvar os peixes das águas poluídas...

Vocês não podem ressuscitar os animais extintos...

E vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram
e onde hoje é um deserto...

SE VOCÊS NÃO PODEM RECUPERAR NADA DISSO,

PÔR FAVOR PAREM DE DESTRUIR !!!

Aqui vocês são os representantes de seus governos, homens de negócios, administradores, jornalistas ou políticos, mas na verdade vocês são mães e pais, irmãos e irmãs, tias e tios e todos também são filhos...

Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de 5 bilhões de pessoas (1.992) e ao todo somos 30 milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo. Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar esta realidade.

Sou apenas uma criança, mas sei que esses problemas atinge a todos nós e deveríamos agir como se fôssemos um único mundo rumo a um único objetivo. Eu estou com raiva, eu não estou cega, e eu não tenho medo de dizer ao mundo como me sinto.

No meu país geramos tanto desperdício, compramos e jogamos fora, compramos e jogamos fora, compramos e jogamos fora e nós, países do norte, não compartilhamos com os que precisam, mesmo quando temos mais que o suficiente, temos medo de perder nossas riquezas, medo de compartilhá-las.

No Canadá temos uma vida privilegiada, com fartura de alimentos, água e moradia. Temos relógios, bicicletas, computadores e aparelhos de TV.

Há dois dias, aqui no Brasil, ficamos chocados quando estivemos com crianças que moram nas ruas. Ouçam o que uma delas nos contou:

"Eu gostaria de ser rica, e se fosse, daria a todas as crianças de rua alimentos, roupas, remédios, moradia,
amor e carinho...".

Se uma criança de rua que não tem nada, ainda deseja compartilhar, pôr que nós, que temos tudo, somos ainda tão mesquinhos???

Não posso deixar de pensar que essas crianças têm a minha idade e que o lugar onde nascemos faz uma grande diferença. Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio, eu poderia ser uma criança faminta da Somália ou uma vítima da guerra no Oriente Médio ou ainda uma mendiga na Índia...

Sou apenas uma criança mas ainda assim sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso que a Terra seria.

Na escola, desde o jardim da infância, vocês nos ensinaram a sermos bem comportados. Vocês nos ensinaram a não brigar com as outras crianças, resolver as coisas da melhor maneira, respeitar os outros, arrumar nossas bagunças, não maltratar outras criaturas, dividir e não sermos mesquinhos...

ENTÃO PÔR QUE VOCÊS FAZEM JUSTAMENTE
O QUE NOS ENSINARAM A NÃO FAZER???

Não esqueçam o motivo de estarem assistindo a estas conferências e para quem vocês estão fazendo isso.

Nos vejam como seus próprios filhos, vocês estão decidindo em que tipo de mundo nós iremos crescer.

Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos dizendo-lhes "Tudo vai ficar bem, estamos fazendo o melhor que podemos, não é o fim do mundo...", mas não acredito que possam nos dizer isso. Nós estamos em suas listas de prioridades ???

Meu pai sempre diz :

"Você é aquilo que faz, não o que você diz".

Bem, o que vocês fazem, nos faz chorar à noite...

Vocês adultos dizem que nos amam...

Eu desafio vocês, pôr favor façam com que suas ações reflitam as sua palavras...

Obrigada



Lábios De Mel (Waldir Rocha)



Lábios De Mel

Meu amor quando me beija
Vejo o mundo revirar
Vejo o céu aqui na terra
E a terra no ar
Os seus lábios têm um mel
Que a abelha tira da flor
Eu sou pobre, pobre, pobre
Mas é meu o seu amor
Quem tem amor peça a Deus
Pra seu bem
Lhe amar de verdade
Para mais tarde
Não ter desenganos
E chorar de saudade
Quem foi na vida
Que teve um amor
E esse amor sem razão lhe deixou
E até hoje não guarda no peito
A marca da dor

terça-feira, 22 de maio de 2007

Quando Eu Quero Falar Com Deus (Roberto Carlos)








Quando Eu Quero Falar Com Deus

Roberto Carlos

Quando eu quero falar com Deus, eu apenas falo
Quando eu quero falar com Deus, às vezes me calo
E elevo o meu pensamento, peço ajuda no meu sofrimento
Ele é pai, Ele escuta o que pede o meu coração
Quantas vezes falando com Deus, desabafo e choro
E alívio pro meu coração eu a Ele imploro
E então sinto a Sua presença, Seu amor, Sua luz tão intensa
Que ilumina o meu rosto e me alegra em minha oração

Quanta paz, quanta luz
Deus nos ouve, nos mostra o caminho que a ele conduz
Deus é pai, Deus é luz
Deus nos fala que a Ele se chega seguindo Jesus

É tão lindo falar com Deus, em qualquer momento
Deus que vê uma folha que cai e é levada ao vento
Não existe onde ele não esteja e Ele pode escutar nossa voz
Deus no Céu, Deus na terra, onde esteja, está dentro de nós

Quanta paz, quanta luz
Deus nos ouve, nos mostra o caminho que a Ele conduz
Deus é pai, Deus é luz
Deus nos fala que a Ele se chega seguindo Jesus

Quanta paz, quanta luz
Deus nos ouve, nos mostra o caminho que a Ele conduz
Deus é pai, Deus é luz
Deus nos fala que a Ele se chega seguindo Jesus

Quanta paz, quanta luz
Deus nos ouve, nos mostra o caminho que a Ele conduz
Deus é pai, Deus é luz

AO INFINITO E ALÉM.....................



Ao infinito e além... Eles se conheciam há mais de cinqüenta anos. Ela, uma nadadora famosa, já veterana, e ele, um atleta de remo, endocrinologista recém-formado. A admiração e o respeito eram recíprocos. Um desses casos de raro carinho. Mais tarde, unidos pelo esporte, médico e paciente começaram a segunda fase de uma amizade fraterna e calorosa. Um desses casos de rara confiança.

Confiavam tanto um no outro que com os anos passaram a desafiar juntos o tempo da vida. Ele, já membro do Comitê Olímpico Brasileiro, fazia questão de acompanhá-la nas competições de masters e até indicou para ela o seu cardiologista. Um desses casos de rara devoção.

E assim os dois começaram a ter mais uma coisa em comum, freqüentando, não raramente, a mesma sessão de absorção injetável de nutrientes e vitaminas. E ali conversavam por horas. E ali renovavam os sentimentos que os uniam. Falavam de tudo: do esporte, do passado e vibravam com o presente, com os detalhes das competições de hoje. Um desses casos de rara alegria.

Até que num encontro recente, nas mesmas poltronas, resolveram falar de suas mortes. “Só vou se você for junto”, disse ela, brincando com a única e sagrada certeza. Pois na noite do dia 15 de abril, ele, aos 84 anos, teve problemas cardíacos. Levado às pressas para o hospital nas primeiras horas do dia 16, faleceu às 10h20. Ela, em seus 92 anos de idade, acordou sabendo apenas que ele não andava bem de saúde e, cumprindo sua rotina, foi para a piscina nadar seus 1.500 metros diários. No meio do treinamento, sentiu-se mal e foi levada às pressas para o mesmo hospital onde horas antes o amigo dera o último suspiro. Pouco depois do meio-dia, exatamente às 12h15, ela fechava os olhos para sempre e colocava o ponto final nessa bela história real. Um desses casos que vale a pena prosseguir no infinito...

Ela é Maria Emma Hulga Lenk, primeira mulher sul-americana a competir em Jogos Olímpicos, e recordista mundial nos 50m, 100m e 200m peito. Ele é Renato Borges da Fonseca, endocrinologista, ex-remador, ex-presidente da Confederação Brasileira de Remo e ex-membro do Comitê Olímpico Brasileiro. A história foi contada à repórter Maura Ponce de Leon, da editoria de esportes do Extra, pelo cardiologista Sérgio Puppin, que os atendia há vários anos.


Norival Agnelli - professor e nadador master do BTC

Casinha pequenina (1910) Folclore popular - autor desconhecido


Casinha pequenina




Tu não te lembras
Da casinha pequenina
Onde o nosso amor nasceu ?
Tu não te lembras da casinha,
Pequenina,
Onde o nosso amor nasceu
Tinha um coqueiro do lado, que coitado
De saudade, já morreu
Tinha um coqueiro do lado que coitado
De saudade, já morreu
Tu não te lembras das juras ?
Oh, perjura,
Que fizeste com fervor ?
Tu não te lembras das juras ?
Oh, perjura,
Que fizeste com fervor ?
Daquele beijo demorado,
Prolongado
Que selou o nosso amor
Daquele beijo demorado,
Prolongado
Que selou o nosso amor

As Flores do Jardim da Nossa Casa (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)


As Flores do Jardim da Nossa Casa

As flores do jardim da nossa casa,
Morreram todas, de saudades de você,
E as rosas que cobriam nossa estrada,
Perderam a vontade de viver,
Eu já não posso mais,
Olhar nosso jardim,
Lá não existem flores,
Tudo morreu pra mim,
As coisas, que eram nossas se acabaram,
Tristeza e solidão, é o que restou,
As luzes das estrelas se apagaram,
E o inverno da saudade, começou,
As nuvens brancas, escureceram,
E o nosso céu azul, se transformou,
O vento, carregou todas as flores,
E em nós, a tempestade, desabou!

Mas não faz mal, depois que a chuva cair,
Outro jardim, um dia há de reflorir!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

CARTAS

Estas duas cartas foram cedidas pelo Chico para o Caique Botkay, que as publicou no livro Achados , que é uma coletânea de coisas que jamais seriam publicadas. Todos os "achados" são inéditos e não estão publicados em nenhum outro lugar.
DE VINÍCIUS DE MORAES PARA CHICO BUARQUE
Mar del Plata, 24 de janeiro de 1971
Chiquérrimo,
Dei uma apertada linda na sua letra, depois que você partiu, porque achei que valia a pena trabalhar mais um pouquinho sobre ela, sobre aqueles hiatos que havia, adicionando duas ou três idéias que tive. Mandei-a em carta a você, mas Toquinho, com a cara mais séria do mundo, me disse que Sérgio [Buarque de Hollanda] morava em Buri, 11, e lá se foi a carta para Buri, 11.
Mas, como você me disse no telefone que não tinha recebido, estou mandando outra para ver se você concorda com as modificações feitas.
Claro que a letra é sua, e eu nada mais fiz que dar uma aparafusada geral. Às vezes, o cara de fora vê melhor essas coisas.
Enfim, porra, aí vai ela. Dei-lhe o nome de "Valsa hippie", porque parece-me que tua letra tem esse elemento hippie que dá um encanto todo moderno à valsa, brasileira e antigona. Que é que você acha? O pessoal aqui, no princípio, estranhou um pouco, mas depois se amarrou na idéia. Escreva logo, dizendo o que você achou.
Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito mais quente do que comumente costumava olhar
E não falou mal da poesia como mania sua de falar
E nem deixou-a só num canto; pra seu grande espanto disse:
vamos nos amar...
Aí ela se recordou do tempo em que saíam para namorar
E pôs seu vestido dourado cheirando a guardado de tanto
esperar
Depois os dois deram-se os braços como a gente antiga
costumava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a
bailar...
E logo toda a vizinhança ao som daquela dança foi e despertou
E veio para a praça escura, e muita gente jura que se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não
se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz.
DE CHICO BUARQUE PARA VINÍCIUS DE MORAES
Caro poeta,
Recebi as duas cartas e fiquei meio embananado. É que eu já estava cantando aquela letra, com hiato e tudo, gostando e me acostumando a ela. Também porque, como você já sabe, o público tem recebido a valsinha com o maior entusiasmo, pedindo bis e tudo. Sem exagero, ela é o ponto alto do show, junto com o "Apesar de você". Então dá um certo medo de mudar demais. Enfim, a música é sua e a discussão continua aberta. Vou tentar defender, por pontos, a minha opinião. Estude o meu caso, exponha-o a Toquinho e Gesse, e se não gostar foda-se, ou fodo-me eu.
"Valsa hippie" é um título forte. É bonito, mas pode parecer forçação de barra, com tudo que há de hippie por aí. "Valsa hippie" ligado à filosofia hippie como você a ligou, é um título perfeito. Mas hippie, para o grande público, já deixou de ser filosofia para ser a moda pra frente de se usar roupa e cabelo. Aí já não tem nada a ver. Pela mesma razão eu prefiro que o nosso personagem xingue ou, mais delicado, maldiga a vida, em vez de falar mal da poesia. A sua solução é mais bonita e completa, mas eu acho que ela diminui o efeito do que se segue. Esse homem da primeira estrofe é o anti-hippie". Acho mesmo que ele nunca soube o que é poesia. É bancário e está com o saco cheio e está sempre mandando sua mulher à merda. Quer dizer, neste dia ele chegou diferente, não maldisse (ou "xingou" mesmo) a vida tanto e convidou-a pra rodar.
"Convidou-a pra rodar" eu gosto muito, poeta, deixa ficar. Rodar que é dar um passeio e é dançar. Depois eu acho que, se ele já for convidando a coitada para amar, perde-se o suspense do vestido no armário e a tesão da trepada final. "Pra seu grande espanto", você tem razão, é melhor que "para seu espanto". Só que eu esqueci que ia por itens.
Vamos lá:
Apesar do Orestes (vestido de dourado é lindo), eu gosto muito do som do vestido decotado. É gostoso de cantar vestido decotado. E para ficar dourado, o vestido fica com o acento tendendo para a primeira sílaba. Não chega a ser um acento, mas é quase. Esse verso é, aliás, o que mais agrada, em geral. E eu também gosto do decotado ligado ao "ousar" que ela não queria por causa do marido chato e quadrado. Escuta, ô poeta, não leva a mal a minha impertinência, mas você precisava estar aqui para ver como a turma gosta, e o jeito dela gostar dessa valsa, assim à primeira vista. É por isso que estou puxando a sardinha mais para o lado da minha letra, que é mais simplória, do que pelas suas modificações que, enriquecendo os versos, talvez dificultem um pouco a compreensão imediata. E essa valsinha tem um apelo popular que nós não suspeitávamos.
Ainda baseado no argumento acima, prefiro o "abraçar" ao "bailar". Em suma, eu não mexeria na segunda estrofe.
A terceira é a que mais me preocupa. Você está certo quanto ao "o mundo" em vez de "a gente". Ah, voltando à estrofe anterior, gostei do último versos onde você diz "e cheios de ternura e graça" em vez de "e foram-se cheios de graça". Agora, estou pensando em retomar uma idéia anterior, quando eu pensava em colocá-los em estado de graça. Aproveitando a sua ternura, poderíamos fazer "Em estado de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar". Só tem o probleminha da junção "em-estado", o "em-e" numa sílaba só. Que é o mesmo problema do "começaram-a". Mas você mesmo disse que o probleminha desaparece dependendo da maneira de se cantar. E eu tenho cantado "começaram a se abraçar" sem maiores danos. Enfim, veja aí o que você acha de tudo isso, desculpe a encheção de saco e responda urgente.
Há um outro problema: o pessoal do MPB-4 está querendo gravar essa valsa na marra. Eu disse que depende de sua autorização e eles estão aqui esperando.
Eu também gostaria de gravar, se o senhor me permitisse, por que deu bolo com o "Apesar de você", tenho sido perturbado e o disco deixou de ser prensado. Mas deu para tirar um sarro. É claro que não vendeu tanto quanto a "Tonga", mas a "Banda" vendeu mais que o disco do Toquinho solando "Primavera". Dê um abraço na Gesse, um beijo no Toquinho e peça à Silvana para mandar notícias sobre shows etc. Vou escrever a letra como me parece melhor. Veja aí e, se for o caso, enfie-a no ralo da banheira ou noutro buraco que você tiver à mão.

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava
olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre
falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-
a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se
usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a
se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz.

BIOGRAFIA (PENINHA)


Gravou o primeiro compacto em 1972, e a esse seguiram-se outros, sem fazer muito sucesso. Até que em 1977 "Sonhos" se tornou um hit esmagador, incluído na trilha da novela "Sem Lenço, Sem Documento" e com milhares de cópias vendidas em pouco tempo (400 mil).

A canção foi regravada por diversos intérpretes, inclusive Caetano Veloso, em 1982. A mesma dupla conseguiu outro sucesso ainda maior com "Sozinho", tema da novela "Suave Veneno", da TV Globo, que Caetano gravou no disco "Prenda Minha", que vendeu um milhão de cópias, em 1999.

Em 2001, Peninha lança “Coladinhos”. Produzido por Manoel Nenzinho Pinto, o novo trabalho traz 14 faixas fantásticas entre grandes sucessos e inéditas, incluindo "Um Milhão de Fantasias", "O Ritmo da Chuva" e "Quando Eu Amo é Assim". Na opinião do cantor, é o melhor disco de sua carreira.

Sonhos (Peninha)


Sonhos

Peninha

Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim completamente seu
Vi a minha força amarrada no seu passo
Vi que sem você não tem caminho, eu não me acho
Vi um grande amor gritar dentro de mim como eu sonhei um dia

Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar

Quando a canção se fez mais forte e mais sentida
Quando a poesia fez (realmente fez) folia em minha vida
Você veio me contar dessa paixão inesperada
Por outra pessoa

Mas não tem revolta não
Eu só quero que você se encontre
Ter saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um Dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu vou ser mais feliz

domingo, 20 de maio de 2007

Asa Morena (Zé Caradípia)


Asa Morena

Me faz pequena, asa morena
Me alivia a dor
Aliviando a dor que mata
Me faz ser seu amor (bis)
Me toma no crescer
De um beijo muito louco
Me implodindo aos poucos
No universo a desvendar
A vastidão do teu amor
Me toma sem pensar
Num gesto muito forte
Unindo o sul e o norte do meu corpo
Frágil corpo com a mais pura emoção

Você não me ensinou a te esquecer (Bruno Mattos / Odair José)



Você não me ensinou a te esquecer

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando me encontrar

E nesse desepero em que me vejo
já cheguei a tal ponto
de me trocar diversas vezes por você
só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar

Seu Corpo Roberto Carlos / Erasmo Carlos


Seu Corpo

No seu corpo é que eu me encontro
Depois do amor o descanso
E essa paz infinita
No seu corpo minhas mãos
Se deslizam e se firmam
Numa curva mais bonita

No seu corpo meu momento é mais perfeito
E eu sinto no seu peito o meu coração bater
E no meio desse abraço é que eu me amasso
E me entrego pra você

E continua a viagem
No meio dessa paisagem onde tudo me fascina
E me deixo ser levado
Por um caminho encantado
Que a natureza me ensina
E embora eu já conheça bem os seus caminhos
Me envolvo e sou tragado pelos seus carinhos
E só me encontro se me perco no seu corpo

A Moça Do Sonho Edu Lobo/ Chico Buarque de Hollanda


A Moça Do Sonho

Súbito me encantou
A moça em contraluz
Arrisquei perguntar: quem és?
Mas fraquejou a voz
Sem jeito eu lhe pegava as mãos
Como quem desatasse um nó
Soprei seu rosto sem pensar
E o rosto se desfez em pó

Por encanto voltou
Cantando a meia voz
Súbito perguntei: quem és?
Mas oscilou a luz
Fugia devagar de mim
E quando a segurei, gemeu
O seu vestido se partiu
E o rosto já não era o seu

Há de haver algum lugar
Um confuso casarão
Onde os sonhos serão reais
E a vida não
Por ali reinaria meu bem
Com seus risos, seus ais, sua tez
E uma cama onde à noite
Sonhasse comigo
Talvez

Um lugar deve existir
Uma espécie de bazar
Onde os sonhos extraviados
Vão parar
Entre escadas que fogem dos pés
E relógios que rodam pra trás
Se eu pudesse encontrar meu amor
Não voltava
Jamais

É o Amor (Zezé DiCamargo)


Eu não vou negar que sou louco por você
Estou maluco pra lhe ver
Eu não vou negar
Eu não vou negar, sem você tudo é saudade
Você traz felicidade
Eu não vou negar
Eu não vou negar, você é meu doce mel, meu pedacinho de Céu
Eu não vou negar
Você é minha doce amada, minha alegria
Meu conto de fadas, minha fantasia
A paz que eu preciso pra sobreviver
Eu sou o seu apaixonado de alma transparente
Um louco alucinado meio inconsequente
Um caso complicado de se entender

É o amor
Que mexe com minha cabeça e me deixa assim
Que faz eu pensar em você e esquecer de mim
Que faz eu esquecer que a vida e feita pra viver
É o amor
Que veio como um tiro certo no meu coração
Que derrubou a base forte da minha paixão
E fez eu entender que a vida é nada sem você

Eu não vou negar, você é meu doce mel, meu pedacinho de céu
Eu não vou negar
Você é minha doce amada, minha alegria
Meu conto de fadas, minha fantasia
A paz que eu preciso pra sobreviver
Eu sou o seu apaixonado de alma transparente
Um louco alucinado meio inconsequente
Um caso complicado de se entender

É o amor
Que mexe com minha cabeça e me deixa assim
Que faz eu pensar em você e esquecer de mim
Que faz eu esquecer que a vida e feita pra viver
É o amor
Que veio como um tiro certo no meu coração
Que derrubou a base forte da minha paixão
E fez eu entender que a vida é nada sem você

Preciso aprender a ser só Paulo Sérgio Valle & Marcos Valle


Preciso aprender a ser só


Os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Kostenbader Valle iniciaram
sua brilhante carreira musical no início da década de 60.
Paulo Sérgio, nascido no Rio de Janeiro em 06/8/1940, formado em Direito
dedicou-se à música como letrista; Marcos nascido em 14/9/1943 dedicou-se
à MPB como cantor, instrumentista e arranjador.
Marcos Valle considerado um dos integrantes da segunda geração da bossa nova,
iniciou sua carreira artística em 1961, integrando um trio
juntamente com Edu Lobo e Dori Caymmi.
Marcos e Paulo Sérgio gravaram seu primeiro LP em 1962 com
as composições: "Amor de nada", "Razão do amor", "Tudo de você",
"Sonho de Maria", "E vem o sol", todas da dupla e ainda outras
de compositores da época.
Seus maiores sucessos foram : "Preciso aprender a ser só", Terra de ninguém" ,
"Gente", "Samba de verão", "A resposta", "Deus é brasileiro" e "Viola enluarada".
Esta última representa bem o momento político vivido pela juventude brasileira
nos anos 60, quando muitas músicas apresentavam conteúdo social.
A primeira gravação de "Viola enluarada" foi no LP de mesmo nome,
onde a faixa-título foi gravada em dueto com Marcos Valle e Milton Nascimento.

Dárcio Fragoso


Ai, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
E sem nós dois o que resta sou eu
Eu assim, tão só !
E eu preciso aprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu amor
Saber que foi só um sonho e passou.
Ai, o amor,
Quando é demais
Ao findar ...leva a paz
Me entreguei sem pensar,
Que a saudade existe, e se vem,
É tão triste ver.
E meus olhos choram a falta dos teus,
Estes teus olhos que foram, tão meus
Por Deus entenda,
Que assim eu não vivo,
Eu morro pensando, no nosso amor.
Vem, meus olhos choram a falta dos teus,
Estes teus olhos que foram, tão meus
Por Deus entenda,
Que assim eu não vivo,
Eu morro pensando, no nosso amor.

Caminhando - (Pra não dizer que não falei das flores)


Caminhando
(1968)
(Pra não dizer que não falei das flores)
Letra e música de Geraldo Vandré
Geraldo Pedrosa de Araújo Dias nasceu dia 12/09/1935 em João Pessoa PB; por ser muito irriquieto seu pai matriculou-o no Colégio São José, em Nazaré da Mata, interior de Pernambuco; desde menino demonstrou forte inclinação por música e desejo de cantar em rádio, o grande veículo de comunicação dos anos 30 e 40; aos 14 anos participou de programa de calouros na Rádio Tabajara de João Pessoa. Em 1951 a família mudou-se para o Rio de Janeiro o que facilitaria a vida artística de Geraldo.
Sua primeira "aventura" musical
foi representar a Paraíba no programa de Cesar de Alencar, um dos mais famosos animadores de programas de auditório dos anos 50; em 1955 defendeu a música "Menina" de Carlos Lyra, no Festival de Música da TV Rio. Passou a frequentar os programas musicais de rádio onde conheceu vários artistas como Ed Lincoln, Luis Eça e Baden Pawell.
Ainda estudante secundarista conheceu João Gilberto com quem chegou a se apresentar em diversos programas musicais.
Por insistência da mãe prestou exame vestibular ingressando na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil no Rio de Janeiro; passou a se interessar por política estudantil
sendo membro do CPC Centro Popular de Cultura da UNE União Nacional dos Estudantes, onde ampliou seus horizontes culturais e sua amizade com diversos artistas como Carlos Lyra, seu primeiro parceiro musical.
Participou de quase todos os festivais de música dos anos 60, sendo membro ativo dos movimentos de defesa da autêntica música brasileira.
Autor de sessenta músicas solo e com ótimos parceiros, as principais são: "Disparada" com Teo de Barros, primeiro lugar no Festival da TV Record de 1965 empatada com "A banda" de Chico Buarque, "O cavaleiro" com Tuca segundo lugar no 1º Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro, "Porta Estandarte" com Fernando Lona vencedora da 2º Festival de Música Popularda TV Excelsior em 1966, "Caminhando" (Pra não dizer que não falei das flores) 2º lugar no Festival Internacional da Canção da TV Globo em 1968, perdendo para "Sabiá" de Tom Jobim e Chico Buarque, apesar das vaias da platéia que preferia a música de Vandré; "Caminhando" tornou-se um hino de protesto na luta contra a ditadura militar; musicou inúmeras peças teatrais e filmes; por suas posições políticas e corajosas foi exilado em 1968 para o Chile; viajou por diversos países sempre se apresentando em festivais de música.
Em 1973 retornou ao Brasil onde retomou sua carreira musical.
É considerado um dos melhores compositores brasileiros, sempre com fortes mensagens e apelos sociais.
Dárcio Fragoso
Preferimos usar um plano de fundo com flores representando a PAZ ,pois acreditamos que as flores vencem os canhões.
Marilene
Caminhando (1968)

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantado e seguindo a canção


Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão

E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem vamos embora que esperar não é
saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer