domingo, 20 de maio de 2007

Caminhando - (Pra não dizer que não falei das flores)


Caminhando
(1968)
(Pra não dizer que não falei das flores)
Letra e música de Geraldo Vandré
Geraldo Pedrosa de Araújo Dias nasceu dia 12/09/1935 em João Pessoa PB; por ser muito irriquieto seu pai matriculou-o no Colégio São José, em Nazaré da Mata, interior de Pernambuco; desde menino demonstrou forte inclinação por música e desejo de cantar em rádio, o grande veículo de comunicação dos anos 30 e 40; aos 14 anos participou de programa de calouros na Rádio Tabajara de João Pessoa. Em 1951 a família mudou-se para o Rio de Janeiro o que facilitaria a vida artística de Geraldo.
Sua primeira "aventura" musical
foi representar a Paraíba no programa de Cesar de Alencar, um dos mais famosos animadores de programas de auditório dos anos 50; em 1955 defendeu a música "Menina" de Carlos Lyra, no Festival de Música da TV Rio. Passou a frequentar os programas musicais de rádio onde conheceu vários artistas como Ed Lincoln, Luis Eça e Baden Pawell.
Ainda estudante secundarista conheceu João Gilberto com quem chegou a se apresentar em diversos programas musicais.
Por insistência da mãe prestou exame vestibular ingressando na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil no Rio de Janeiro; passou a se interessar por política estudantil
sendo membro do CPC Centro Popular de Cultura da UNE União Nacional dos Estudantes, onde ampliou seus horizontes culturais e sua amizade com diversos artistas como Carlos Lyra, seu primeiro parceiro musical.
Participou de quase todos os festivais de música dos anos 60, sendo membro ativo dos movimentos de defesa da autêntica música brasileira.
Autor de sessenta músicas solo e com ótimos parceiros, as principais são: "Disparada" com Teo de Barros, primeiro lugar no Festival da TV Record de 1965 empatada com "A banda" de Chico Buarque, "O cavaleiro" com Tuca segundo lugar no 1º Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro, "Porta Estandarte" com Fernando Lona vencedora da 2º Festival de Música Popularda TV Excelsior em 1966, "Caminhando" (Pra não dizer que não falei das flores) 2º lugar no Festival Internacional da Canção da TV Globo em 1968, perdendo para "Sabiá" de Tom Jobim e Chico Buarque, apesar das vaias da platéia que preferia a música de Vandré; "Caminhando" tornou-se um hino de protesto na luta contra a ditadura militar; musicou inúmeras peças teatrais e filmes; por suas posições políticas e corajosas foi exilado em 1968 para o Chile; viajou por diversos países sempre se apresentando em festivais de música.
Em 1973 retornou ao Brasil onde retomou sua carreira musical.
É considerado um dos melhores compositores brasileiros, sempre com fortes mensagens e apelos sociais.
Dárcio Fragoso
Preferimos usar um plano de fundo com flores representando a PAZ ,pois acreditamos que as flores vencem os canhões.
Marilene
Caminhando (1968)

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantado e seguindo a canção


Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão

E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem vamos embora que esperar não é
saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer


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