quinta-feira, 3 de maio de 2007

Maiakovski

Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin… escreveu, ainda no início
do
século XX :
Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
Depois de Maiakovski…
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)


Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
Martin Niemöller, 1933
- símbolo da resistência aos nazistas.

Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;

Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski.
Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio : porque a palavra, há muito se tornou inútil…
- até quando?...
A.D.




O Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama

ATENÇÃO:
O Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama,
é o único órgão gestor da Camapanha que gerencia e autoriza a realização
da mamografia digital gratuita, para as pessoas carentes.

Como é Concedida a Mamografia Digital Gratuita:

1-) A pessoa solicitante deverá enviar um fax ao Instituto Neo Mama, da Carteira de Identidade RG, a Solicitação Médica do Exame (seja SUS, UBS, Prefeitura, etc.), e obrigatoriamente uma conta de luz.
2-) O Instituto Neo Mama, analisará a documentação enviada, principalmente a conta de luz, que além de ser um comprovante de residência, será o indicador de renda, pelo consumo de kWh no período da conta, conforme parâmetros da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica.
3-) Caso a solicitação seja aprovada, o Instituto Neo Mama, comunica-se com (via: Fax/Internet) a Clínica Parceira, à qual agendará a mamografia conforme sua disponibilidade operacional..
4-) Realizada a mamografia digital, a Clínica Parceira enviará, via Internet, cópia do laudo do exame para o Instituto Neo Mama, apenas para controle administrativo da Campanha.


Mais informações:
Fone/Fax (13) 3223-5588
mamografia@cancerdemama.com.br

Não adianta procurar diretamente uma clínica
para obter a gratuidade.

GRUPO DE APOIO

RJ - RIO DE JANEIRO

Niterói

ADAMA – Associação dos Amigos da Mama
Rua Visconde de Uruguai, 531/10º Andar
CEP: 24030-077 Niterói/RJ
Tel.: (0xx21) 2612-8060 / 2714-3135 / 2714-3292
Fax: (0xx21) 2610-6642 / 2612-0397
www.adama.org.br

Nova Iguaçu

CAM - Clube das Amigas da Mama
Tel.: (0xx21) 2696-1912
www.amigasdamama.com.br


RJ - RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro

ABAC - Associação Brasileira de
Assistência aos Cancerosos
Hospital Mário Kroeff
Av. Almirante Barroso 06, sala 1803
Cep: 20031-005 — Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (0.xx.21) 3976-9696 ou 3976-9600
Fax: (0.xx.21) 3976-1673
ou 3976-9637
Rio de Janeiro FAF - Fundação Ary Frauzino
Rua dos Inválidos, 212 - 8º andar
Cep: 20231-020 - Rio de Janeiro, RJ
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quarta-feira, 2 de maio de 2007

Às vezes (Fernando Pessoa)


Às vezes

Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar
a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar
a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
nos mostrar a importância da vida.

Leveza (Cecília Meireles)


Leveza

Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.

E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.
E o que lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.


BIOGRAFIA

Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

Quarto (Solombra) (Cecília Meireles)

Quarto (Solombra)


Quero una solidão, quero um silêncio,
uma noite de abismo e a alma inconsútil,
para esquecer que vivo, libertar-me

das paredes, de tudo que aprisiona ;
atravessar demoras, vencer tempos
pululantes de enredos e tropeços,

quebrar limites, extinguir murmúrios,
deixar cair as frívolas colunas
de alegorias vagamente erguidas.

Ser tua sombra, tua sombra, apenas,
e estar vendo e sonhando à tua sombra
a existência do amor ressuscitada.

Falar contigo pelo deserto.

Meu Sonho (Cecília Meireles )

Meu Sonho

Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

Falando em saudade...


Falando em saudade...


Falar sobre saudade é algo difícil. Eu já falei e já tentei falar sobre ela algumas vezes. Ela costuma me visitar diversas vezes, mobilizando meus sentidos, tentando seduzir os meus versos... eu entendo que ela não é maldosa, posto que só sentimos saudade daquilo que gostamos... e essa saudade é sempre proporcional à tentativa de mensurar o quanto gostamos de algo ou de alguém... mas essa doce dor da saudade também desperta um que de melancolia...

O que é saudade?
O que provoca no coração humano tão desmedido sentimento?
Que arde dentro do peito... queima... anseia...
Mas que a seu respeito não se pode dizer que machuca,
Pois não fere... nem esquece... mesmo que finja esquecer...
Espera ou chora a ausência...
Mas que apenas se faz presente quando mexe no que a gente ama, preza, gosta...

Saber que nesse momento você está lendo e escrevendo...
lembrando da minha pessoa!
Saber que isso que eu estou escrevendo
você vai ler, em algum momento ...
é tamanha a distância,
mas tão próximo o sentimento
que nem reflito sobre as coisas que aconteceram...
A saudade é a dor da perda de alguém especial,
mas estas são coisas que podem acontecer e que acontecem.
Se pessoas chegam , pessoas partem,
Não importa.
As lembranças valem mais que muita coisa nessa vida.
Perdas, ganhos, pesares, prantos, sorrisos, versos...
tudo tem seu tempo e o tempo tem seus imprevistos.
Mas a saudade é bem maior.
Não é coisa pouca quando mexe naquilo que a gente ama.
As lembranças são ternuras encarnadas no nosso ser
e que ninguém nos pode tirar.
As lembranças são certezas que a gente não duvida.
Minhas lembranças são pegadas no meu caminho.
Olho para trás e vejo-as.
São absurdamente lindas!
Nem todas, eu sei ...
Mas essas também fazem parte
e mais tarde a gente percebe que também são importantes.
Um dia a gente acaba pensando nisso
e percebe o quanto é feliz, se pode vivenciar isso.
A saudade é uma força que nos faz seguir adiante,
a cada dia
e nos faz fortes
pra combater certos desatinos
que acabam surgindo, inevitavelmente,
enquanto a gente caminha
o caminhar da longa ou curta estrada da vida.

E a saudade é assim... às vezes ela bate forte à nossa porta, lembrando que a vida tem sim os seus espinhos, as pedras, as dificuldades, as impossibilidades... mas às vezes ela chega sorrateiramente e nos provoca um sorriso a partir das lembranças que temos... lembrança das palavras bonitas, dos sorrisos, dos olhos , dos sonhos, de alguém... hoje eu acredito que a saudade seja um dos ventos que sopram e que movem as nossas vidas... na direção, muitas vezes, dos nossos sonhos mais bonitos, mais íntimos... mais sinceros... porque a vida segue... sempre!

Não sei distinguir no céu as várias constelações

Não sei distinguir no céu as várias constelações

Cecília Meireles


Se dizem meu nome, atendo por hábito.
Que nome é meu?
Ignoro tudo.

Quando alguém diz que sabe alguma coisa,
fico perplexa:
ou estará enganado, ou é um farsante
-ou somente eu ignoro e me ignoro desta maneira?

E os homens combatem pelo que julgam saber.
E eu, que estudo tanto,
inclino a cabeça sem ilusões
e a minha ignorância enche-me de lágrimas as mãos.
(...)

Cecilia Meireles é maravilhosa ! Gostaria de ler mais coisas dela. Pedro

Música (Mário Quintana)

Música

O que mais me comove em música
São estas notas soltas
- pobres notas únicas -
Que do teclado arranca o afinador de pianos.

A Criança (Castro Alves)

A Criança

Que tens criança? O areal da estrada
Luzente a cintilar
Parece a folha ardente de uma espada.
Tine o sol nas savanas. Morno é o vento.
À sombra do palmar
O lavrador se inclina sonolento.

É triste ver uma alvorada em sombras,
Uma ave sem cantar,
O veado estendido nas alfombras.
Mocidade, és a aurora da existência,
Quero ver-te brilhar.
Canta, criança, és a ave da inocência.

Tu choras porque um ramo de baunilha
Não pudeste colher,
Ou pela flor gentil da granadilha?
Dou-te, um ninho, uma flor, dou-te uma palma,
Para em teus lábios ver
O riso - a estrela no horizonte da alma.

Não. Perdeste tua mãe ao fero açoite
Dos seus algozes vis.
E vagas tonto a tatear a noite.
Choras antes de rir... pobre criança!...
Que queres, infeliz?...
-Amigo, eu quero o ferro da vingança.

Precisão (Clarice Lispector)



O que me tranqüiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.


domingo, 29 de abril de 2007

AVE, AFRICA

Boneca de gesso e pau-preto

que me tocas e feres o coração

na altivez insana da tua inocência

deixa que eu te toque também

sem no entanto te ferir

nem dilacerar teu fino coração

de espuma coroada de marfim

de suspiro derradeiro no teu ventre

deixa que eu troque a nossa sorte bastarda

de rochedos sem porto

estupidamente encalhados à beira-mar

deixa que eu desvende sem reservas

o capricho oculto dos caminhos

fluindo penitentes entre folhedos já extintos

e no cumulo da irreverência maior dos séculos

pelo destino agiota de muitos milhões

deixa mulher pelo nosso amor

ainda que sem a glória da consumação

deixa que eu seja definitivamente

(e, se tanto, perdoa pelo meu egoísmo)

mas deixa peço-te

que seja eu ao menos o eu

apenas o eu próprio de cada um de nós.

___________________________


Caminhemos ( Herivelto Martins )



Música lançada em 1947 e gravada originalmente por Francisco Alves, prenunciava o fim do casamento de Herivelto e Dalva de Oliveira. Herivelto Martins nasceu em Rodeio , atual Engenheiro Paulo de Frontin, Rio de Janeiro, em 30/01/1912. Em 1936 passou a viver com a cantora Dalva de Oliveira, com quem em 1937 teve um filho, que viria a ser o cantor Pery Ribeiro.
Estando certa vez num bilhar observou o barulho dos pardais se recolhendo às árvores para dormir:sentiu que isso daria samba e compôs os primeiros versos de "Ave Maria": "Tem alvorada/ tem passarada/ alvorecer/ sinfonia de pardais/ anunciando o anoitecer": entusiasmado com o esboço de samba que acabara de compor, resolveu mostrá-lo ao compadre Benedito Lacerda; o próprio Herivelto relatou em depoimento para o Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, em 1983: "Eu me preparei para mostrar ao Benedito e então cantamos eu ao violão e Dalva com aquela voz bonita crente que estávamos agradando. Terminada a apresentação, Benedito tirou os óculos, esfregou os olhos e disse: meu compadre, isso é música de igreja, vamos fazer música para ganhar dinheiro". Assim começou "Ave Maria no morro" com alguma desilusão. Gravada algum tempo depois pelo Trio de Ouro (Herivelto, Dalva e Nilo Chagas) constituiu-se no maior sucesso de sua carreira. Herivelto produziu mais de cem músicas muitas delas de enorme sucesso como "Praça Onze" (Vão acabar com a Praça Onze...) com Grande Otelo, "Que rei sou eu?" com Waldemar Ressurreição, "Izaura", "Fala Claudionor", e muitos outros.
Quando se separou de Dalva de Oliveira, em 1947, deu-se uma famosa polêmica musical, com Herivelto e David Nasser contra Dalva e outros compositores, com músicas de dor de cotovelo e mágoa em relação à separação : "Cabelos Brancos" (Não falem dessa mulher/ Perto de mim/Não falem pra não lembrar minha dor) de Herivelto e David Nasser, "Segredo" de Herivelto e Marino Pinto (O peixe é pro fundo das redes/Segredo é pra quatro paredes...), "Caminhemos" (Não eu não posso lembrar que te amei/ Não eu preciso esquecer que sofri/ Faça de conta que o tempo passou/ E que tudo entre nós terminou....); por seu lado Dalva mandava seu recado com "Errei Sim" de Ataulfo Alves (Errei sim manchei o teu nome/ Mas foste tu mesmo o culpado...), "Tudo Acabado" de J. Piedade (Tudo acabado entre nós/ Já não há mais nada...).
Herivelto Martins foi personagem muito importante na MPB: além de compositor emérito, foi o criador do primeiro trio vocal do Brasil, o trio de Ouro em 1937; criou o apito, antes de 1942 utilizado apenas para reunir as escolas de samba, como um elemento a mais de percussão no samba. Foi o compositor que mais escreveu sambas para a gloriosa Estação Primeira de Mangueira. Foi lider classista dos compositores. Enfim foi um bamba. Morreu em 17/09/1992.
O cantor e compositor Nelson Gonçalves, nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral, nasceu em 21/6/1919 em Santana do Livramento RS mas seus pais mudaram-se para São Paulo logo após seu nascimento, residindo no bairro do Brás. Teve vida intensamente boêmia e gravou seu primeiro disco em 1941, graças à ajuda de Benedito Lacerda, o samba de Ataulfo Alves "Se eu pudesse um dia". Teve carreira de muito sucesso, inspirando-se em Orlando Silva, de quem manteve sempre alguma influência. Gravou inúmeros discos 78 rpm, 120 LPs e 20 CDs. Vendeu cerca de 50 milhões de discos e recebeu 15 discos de platina e 41 de ouro. Suas músicas de maior sucesso foram : "A camisola do dia", "Vermelho vinte e sete", "Atiraste uma pedra" todas de Herivelto Martins e David Nasser, "Meu vício é você", "Fica comigo esta noite", "A volta do boêmio" estas de Adelino Moreira.
Nelson Gonçalves, segundo o musicólogo Ricardo Cravo Albin, "foi o derradeiro dos grandes intérpretes que vinham na generosa tradição de abrir o peito e cantar (e encantar) mesmo sem microfone: Chico Alves foi o primeiro, depois vieram Orlando Silva, Carlos Galhardo, Silvio Caldas e Nelson Gonçalves. O traço comum a todos esses grandes cantores era o repertório romântico, que embalava as profundezas ancestrais de um povo como o nosso, tão visceralmente mulato, fruto de três raças sentimentais como o branco, o escravo negro e o índio roubado em suas próprias terras". Nelson faleceu em 18/4/1998 no Rio de Janeiro.

Dárcio Fragoso


Não,
Eu não posso lembrar que te amei,
Não,
Eu preciso esquecer que sofri,
Faça de conta que o tempo passou,
E que tudo entre nos terminou
E que a vida não continuou,
pra nós dois,
Caminhemos,
Talvez, nos vejamos depois.
Vida comprida, estrada alongada,
Parto à procura de alguém,
Ou à procura de nada...
Vou indo, caminhando,
Sem saber onde chegar,
Quem sabe na volta,
Te encontre no mesmo lugar.
Vida comprida, estrada alongada,
Parto à procura de alguém,
Ou à procura de nada...
Vou indo, caminhando,
Sem saber onde chegar,
Quem sabe na volta,
Te encontre no mesmo lugar.

DISPARADA (Geraldo Vandré e Theo de Barros)


Prepare o seu coracao pras coisas que eu vou contar
Eu venho la do sertao, eu venho la do sertao
Eu venho la do sertao e posso nao lhe agradar
Aprendir a dizer nao,ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo, a morte o destino, tudo
Estava fora do lugar, eu vivo pra consertar
Na boiada ja fui boi, mas um dia me montei
Nao por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse, porem por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo, laco firme e braco forte
Muito gado, muita gente, pela vida segurei
Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando, as visoes se clareando
As visoes se clareando, ate que um dia acordei

Entao nao pude seguir valente em lugar tenente
O dono de gado e gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente e diferente
Se voce nao concordar nao posso me desculpar
Nao canto pra enganar, vou pegar minha viola
Vou deixar voce de lado, vou cantar noutro lugar

Na boiada ja fui boi,boiadeiro ja fui rei
Nao por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu,querer mais longe que eu


TERRA , ONDE SE ESCONDE A PAZ ?

TERRA , ONDE SE ESCONDE A PAZ ? CONTA PRA MIM ...