quarta-feira, 11 de abril de 2007

O drama não é o efeito de estufa:

O efeito de estufa não é nada de novo, pois atua desde que a Terra se formou. Sem ele, a superficíe do globo estaria a 20ºC negativos, os oceanos manter-se-iam gelados e não se teria desenvolvido a vida.A questão que temos de encarar, no novo milênio, não é se haverá efeito de estufa mas, se nós ao queimarmos combustíveis fósseis, iremos lançar gases de estufa (anidro carbônico, ácido carbônico, metano óxido nítrico, dióxido sulfúrico e fluorcarbonetos) na atmosfera em quantidades suficientes para alterar o clima de maneira significativa


1 - As radiações electromagnéticas emanadas do Sol entram na atmosfera sem serem afetadas pelo efeito de estufa

2 - A energia solar é absorvida pela Terra e reenviada para o espaço, sob a forma de energia de comprimento de onda superior
3 - Os gases do efeito de estufa absorvem energia radiante e reenviam parte dela novamente para a superficíe terrestre, funcionando como uma manta isoladora
4 - Concentrações superiores dos gases do efeito de estufa favorecem o reenvio de maior quantidade de energia radiante para a superfície terrestre, aumentando a sua temperatura e a da atmosfera éticas emanadas do Sol entram na atmosfera sem serem afetadas pelo efeito de estufa

1 - As radiações electromagnéticas emanadas do Sol entram na atmosfera sem serem afetadas pelo efeito de estufa

2 - A energia solar é absorvida pela Terra e reenviada para o espaço, sob a forma de energia de comprimento de onda superior
3 - Os gases do efeito de estufa absorvem energia radiante e reenviam parte dela novamente para a superfície terrestre, funcionando como uma manta isoladora

4 - Concentrações superiores dos gases do efeito de estufa favorecem o reenvio de maior quantidade de energia

radiante para a superficie terrestre, aumentando a sua temperatura e a da atmosfera

éticas emanadas do Sol entram na atmosfera sem serem afetadas pelo efeito de estufa


O que provoca o efeito de estufa:

Desde há cerca de 160000 anos que, na atmosfera, o nível de H2O(g) se mantém sensivelmente constante, mas o mesmo não se pode dizer em relação à concentração de CO2 e de outros gases que têm vindo a aumentar (e paralelamente tem-se registrado o acréscimo da temperatura à superfície terrestre).

Assim, verifica-se que as concentrações de CO2, CH4 e N2O tiveram um aumento muito expressivo, sobretudo nas últimas décadas e devido à atividade antropogênica, essencialmente, a desenvolvida nos países altamente idustrializados como os EUA, ex-URSS, China e japão.


Desde 1750, o dióxido de carbono atmosférico, aumentou mais de 30% devido às atividades antropogênicas.
Mantendo este ritmo o seu teor na atmosfera em breve duplicará !
As principais fontes do dióxido de carbono atmosférico são a queima de combustíveis fósseis:

Existem em todo o mundo mais de 600 milhões de veículos motorizados, e admite-se que este numero duplicará nos próximos 30 anos.

Por cada Kg de carvão que se queima, cerca de 1,5Kg de CO2 são lançados para a atmosfera.

O metano quase que triplicou desde 1750, e pensa-se que voltará a duplicar por volta do ano 2050.
Cada ano que passa adiciona-se entre 350 a 500 toneladas de metano ao ar, nomeadamente através do:

  • do gado nas quintas;
  • do cultivo do arroz;
  • da libertação de gás dos aterros;
  • da queima de florestas,…

Dadas as suas propriedades, o metano que hoje se liberta, ficará activo/captará energia durante os "próximos 10 anos". Assim, cada molécula de metano capta vinte vezes mais energia que uma molécula de dióxido de carbono!



  • O óxido nitroso (N2O) aumentou na atmosfera, desde 1750, mais de 15%.
  • Cada ano que passa adiciona-se de 7 a 13 milhões de toneladas deste óxido para a atmosfera devido, principalmente, ao:
    • uso de fertilizantes à base de azoto;
    • libertação nos restos de pessoas e animais;
    • gases de escapes de veículos.


Quanto vai a Terra aquecer ?

As previsões mais fundamentadas, sobre o futuro aquecimento, são as do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, uma parceria mundial de mais de 2 mil climatologistas.

A previsão atual é que em 2100 a temperatura da Terra terá subido 1 a 3,5 graus, com o melhor prognóstico a situar-se em 2 graus.

Entre 950 e 1350 da nossa era, admite-se que o clima foi 1 grau mais quente que atualmente e este período é considerado como um dos "regimes climáticos" mais benignos da História.


Durante as eras glaciaes, as temperaturas foram em média 5 graus abaixo do que são hoje, e houve uma série de incidentes (durante os quais as temperaturas variaram até 5 graus numa questão de décadas).

Logo, variações na temperatura global desta envergadura são normais, tendo em conta a história do nosso planeta, a principal questão que se coloca é se a temperatura se vai alterar tão rapidamente e de tal modo que não seja possível ou seja muito difícil suportar tais "solavancos".


Impactos

O aumento da temperatura global irá provocar a subida do nível do mar ,além do que verificar-se-ão mudanças de precipitação e das condições climáticas locais.
As mudanças climáticas poderão:
1. Afetar florestas, a produção de colheitas e as reservas de água potável;
2.Interferir na saúde humana e nos diversos tipos de ecossistemas;
3.Alterar definitivamente o caráter dos nossos parques naturais.

-Na saúde:

O aparecimento de certas doenças depende, em muito, do clima local.; aliás, várias doenças graves apenas aparecem em áreas quentes.


Temperaturas extremas causam diretamente a morte. Altas temperaturas aéreas também aumentam a concentração de ozônio ao nível do solo. A camada de ozonio na atmosfera superior impede a passagem dos raios ultravioletas; mas, na atmosfera inferior, o ozônio é um forte poluente. O ozonio danifica o tecido pulmonar e causa problemas nas pessoas que sofrem de asma e de outros problemas pulmonares; até a breve exposição ao ozonio pode provocar, em indíviduos saudáveis, dores no peito, náuseas e congestão pulmonar.
Estatísticas sobre mortalidade e admissões hospitalares mostram que a taxa de mortalidade aumenta durante os dias muito quentes, particularmente entre pessoas de idade avançada ou muito jovens que vivem em cidades.

-na navegação:


A mudança climática pode provocar danos na navegação devido a uma alteração no nível médio da água nos rios e lagos, variando ambos os caudais de água durante a navegação, tornando-a perigosa e necessitando, assim, de mudanças nas infraestruturas navegatórias. Por outro lado, temperaturas mais altas podem prolongar a época livre de gelo.

-na energia hídrica:


As alterações nos caudais dos rios terão um impacto direto na produção da energia hídrica , porque a produção deste tipo de energia diminui com os baixos caudais. Crê-se, portanto, que as previsíveis mudanças nos caudais dos rios repercurtir-se-ão de forma pouco previsível na produção de energia hídrica.

-na qualidade da água:


O decréscimo dos caudais dos rios e as altas temperaturas podem tornar a água dos rios, lagos, e baías impróprias para o consumo. Nas áreas em que o caudal dos rios diminua, a concentração de poluição aumentará, devido ao fato de existir menos água para diluir os poluentes. Assim, é previsível o aumento da concentração de químicos que são lançados para os rios, lagos e baías.

-nas florestas:


O potencial impacto da mudança do clima na vida selvagem das florestas não é totalmente compreendido. Se diversos habitats se adaptam a áreas mais frescas (maiores latitudes ou maiores altitudes), muitas formas de vida selvagem poderão adaptar- se, potencialmente, ao aquecimento global, tal como se adaptaram às mudanças climáticas que ocorreram durante os vários milhões de anos passados. No entanto, o desenvolvimento civilizacional e outras modificações ambientais podem impedir as rotas migratórias. As reservas naturais,frequentemente estabelecidas para proteger algumas espécies em particular, podem nunca mais se localizar num clima propício a essas espécies.

-na agricultura:

Os estudos existentes sobre este assunto não têm, totalmente em conta, as futuras mudanças na variabilidade do clima, a existência de água própria para uso e as várias formas, através das quais, os agricultores podem responder à mudança climatérica.


Estudos que incluem estes fatores, demonstram que estes, são tão importantes como a própria mudança de clima em si. Alguns agricultores poderão, efetivamente, adaptar-se, tendo em vista a manutenção da taxa de produção de alimentos para que esta não venha a ter um declínio substancial.
Contudo, a adaptação à mudança climatérica pode afetar o ambiente - a possibilidade de cultivo de áreas, que atualmente são demasiado frias para poderem ser exploradas, pode eliminar ecossistemas em algumas dessas áreas.

-na atividade pescatória:

O aquecimento global poderá ter muitos impactos na pesca e em algumas espécies aquáticas. Alguns lugares aquáticos poderão tornar-se demasiado quentes para os peixes que, presentemente as habitam; mas, o aumento da temperatura pode também proporcionar um crescimento mais rápido nos peixes que habitam as águas frias do oceano, modificando o equilíbrio entre as diferentes espécies.
O aquecimento global poderá também alterar a composição química das águas - a quantidade de oxigénio na água pode diminuir, enquanto os níveis de poluição e de salinidade podem aumentar. Assim, é provável a modificação da alimentação dos peixes e a posterior perda de diversos habitats.

- nos parques naturais:

Os impactos da mudança climática em parques naturais diferem das repercussões em qualquer outra sítio no que diz respeito a dois aspectos fundamentais: estes parques são únicos. Yellowstone, Yosemite, Everglades, e muitos outros parques nacionais foram criados devido às gerações prévias que alcançaram um consenso nacional de que era de extrema importância preservar estas áreas raras no seu estado natural durante o maior período de tempo possível. Blackwater, Edmund Forsythe, Audubon, e outros Refúgios Nacionais de vida selvagem tiveram em tempos um ambiente típico da sua respectiva região no entanto, hoje em dia estes refúgios proporcionam um habitat único no interior das suas regiões devido aos efeitos do desenvolvimento agrícola e urbano que as suas áreas circundantes sofreram.


A importância e o domínio público destas áreas pode surgir como uma oportunidade única para assegurar a sua sobrevivência à medida que o clima se altera - à medida que a temperatura aumenta, as migrações dos muitos ecossistemas podem ser bloqueadas pelo desenvolvimento urbano. Vários estudos científicos concluíram que muitas espécies terrestres vão necessitar da criação de corredores especiais para a sua migração. Assim, dado que o governo possui muitos dos terrenos que rodeiam os Parques Nacionais e refúgios da vida selvagem, será possível criar tais corredores sem interferir no uso privado do terreno.

Nas zonas costeiras, (maioritariamente privadas), vão ter grande dificuldade em reduzir o uso dos seus terrenos de modo a assegurar as migrações dos ecossistemas.

UMA NOVA ERA GLACIAL

Parece óbvio que reter mais calor do sol vai tornar o planeta mais quente, no entanto, nem sempre os fenômenos podem ser caracterizados desta forma simplicista. Assim, alguns cientistas acreditam na possibilidade de uma Nova Era Glacial na Europa estar diretamente relacionada com um aquecimento global.


Este argumento baseia-se na hipótese de alteração da Corrente do Golfo, que traz água superficial quente para norte e para leste do Atlântico, aquecendo a Europa. Enquanto se desloca, parte desta água evapora-se - a que fica, adquire maior teor salino e consequentemente fica mais densa. A água superficial mais densa move-se para o fundo do mar, onde se desloca para sul. Perto do Equador, a água doce e quente dos rios e das chuvas tropicais, volta a diluir o sal, fazendo a água elevar-se para a superfície, aquecer e retomar o seu curso para norte. No entanto, com o Aquecimento Global, o fundir do gelo na Gronelândia e no Oceano Ártico, tal como o aumento da precipitação previsto para as latitudes setentrionais, pode lançar mais água doce no Atlântico Norte,. Assim, a água da Corrente do Golfo não ficaria "mais salgada" e não se moveria, tão facilmente, para o fundo do mar. A corrente de água para sul pararia e a Corrente do Golfo acabaria.

Se tal acontecer, na Europa cairá muito mais neve, que irá refletir mais a energia do sol para o espaço, tornando a vida significativamente diferente da atual.
Porem, o desaparecimento da Corrente do Golfo pode provocar ainda uma perturbação capaz de reduzir a evaporação global. A perda do vapor de água atmosférico significará um arrefecimento mais profundo, devido à sua importância na atmosfera, acentuando o fenômeno.

E estas alterações poderão ocorrer talvez numa década.
O que é que pode ser feito para impedir a mudança climática?

Se o dióxido de carbono e outros gases libertados através da atividade humana causam alterações no clima, o que é que se pode fazer?

Estão disponíveis três estratégias básicas: abatimento, adaptação e geo-engenharia.


Abatimento as estratégias de abatimento têm como objetivo reduzir a emissão de dióxido de carbono e outros gases que causam a mudança do clima. Elas incluem a optimização do rendimento energético, (de modo a que se consuma menos combustível), e o uso de fontes de energia limpa, como por exemplo a energia eólica e solar.


Adaptação – ao seguir esta estratégia as pessoas arranjam maneira de viver com a mudança climática. Aquedutos podem ser construídos de modo a levar água a zonas recentemente desérticas. Populações costeiras podem ser protegidas da subida do nível da água do mar: pela construção de diques e de muralhas marítimas; pela recolocação de populações no interior; e pela proteção de reservas de água potável da intrusão de água salgada.


Geo-engenharia – Geo significa terra, logo geo-engenharia significa o ato de manipular a atmosfera e os oceanos de modo a reduzir as alterações climáticas. Por exemplo, o aumento de luz solar que incide na Terra pode ser reduzido ao colocar mais partículas pequenas na alta atmosfera. A idéia é de compensar o efeito do aumento da temperatura, pelos gases de estufa, refletindo mais luz solar para o espaço. Existem muitas opiniões que se opõem à atuação da geo-engenharia pois acreditam que pode ter efeitos secundários. No entanto, se realmente houver uma alteração rápida e drástica do clima, muitos irão recorrer à geo-engenharia pois é um processo relativamente barato.

Escolher a combinação apropriada de estratégias é difícil. Todas têm custos monetários, possuem problemas e oferecem benefícios. É pouco provável que apenas uma estratégia se revele capaz de solucionar o problema mas o conjunto de todas já permite uma atuação mais eficaz. A incerteza é agravada porque os cientistas ainda não sabem o suficiente sobre os custos, riscos e benefifcios da aplicação destas estratégias. Mas apesar deste fato é importante que as entidades científicas façam um estudo minucioso das várias opções de modo a informar as pessoas para elas tomarem opções informadas.