sexta-feira, 2 de março de 2007

O Brasil estava Fora de Ordem e sob às ordens dos ditadores. A liberdade foi proibida e os artistas tentavam de todas as maneiras quebrar as barreiras da censura. O Menino do Rio resistiu bravamente. Suas letras preciosas traduzem bem esta época: a ditadura com seus Podres Poderes. No tempo em que os jovens saíram às ruas "sem lenço e sem documento", nem tudo era Alegria, Alegria, mas ele estava lá contra tudo e todos. Vale lembrar que, também nesta década, foi fundado um dos mais importantes momentos artísticos, o Tropicalismo, movimento de vanguarda que abalou as estruturas musicais e culturais do Brasil. Mas Caetano queria mais. Queria inovar, chocar. De tão autêntico, chegou a ser vaiado ao levar para o palco É proibido proibir na eliminatória paulista do 3º Festival Internacional da Canção, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, em 1968. No entanto, nada o derrubaria. No fim da década de 60, depois de ser delatado, Esse Cara foi mandado para o exílio em London, London, onde continuou compondo e participando da vida de sua Terra, agora tão distante.

Samba, suor e cinema
Atrás do trio elétrico... só não vai quem já morreu. Como um bom baiano, Caetano segue à risca o verso, um de seus grandes sucessos. O cantor é presença certa no Carnaval de Salvador. Quando não está no camarote, basta procurá-lo no trio de Gil - Expresso 2222 - ou de Daniela Mercury. No Rio, Os Mais Doces Bárbaros, Caetano, Gal, Gil e Bethânia, foram homenageados pela Mangueira, em 1994. Com o enredo Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu, a escola mais tradicional do Rio levou para a Marquês de Sapucaí aqueles que revolucionaram a música brasileira.
Em sua carreira, Caetano mostra que é adepto a todos os ritmos, e o carnaval sempre esteve presente em sua vida. Em 1972, o baiano compôs um grande sucesso, o frevo Chuva, Suor e Cerveja. Cinco anos depois, lançou um compacto simples com as suas carnavalescas Piaba e A filha da Chiquita Bacana. Como sempre versátil, o nosso baiano também participou da sétima arte. Sua primeira incursão foi em O Cinema Falado. Em 1994, a música Tonada de Luna Llena, do CD "Fina Estampa", foi imortalizada na cena final de A Flor do Meu segredo, do amigo espanhol Pedro Almodóvar. Caetano também deu A Luz de Tieta ao filme Tieta do Agreste, do cineasta Cacá Diegues. Podemos até tentar definir Caetano, mas como vemos é realmente impossível dizer: "esse baiano é isso" ou "esse baiano é aquilo". O que importa de verdade é que este homem de Fina Estampa tragou todas as tendências e as traduziu para o público, como em sua canção Luz do Sol...

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