domingo, 18 de maio de 2008

NÓS AS FIANDEIRAS DA TERRA

Nós, as fiandeiras da Terra.
Nem todos os Malleus Maleficarum, o mais famoso manualde caça às bruxas;
nem todas as anedotas bíblicas e santas proscrições, nos livros Levitício e Deuteronômio, escritos entre 1 000 e 600 A.C.;
Nem todo o Novo Testamento, na carta aos Efésios, na primeira epístola de Paulo aTimóteo, na primeira epístola de Paulo aos Coríntios;
Nem todos os vários santos que apoiaram a Bíblia na tentativade justificar a nossa intuição como fonte de bruxarias;
nem todas as transgressões criadas após o período neolítico,onde reinava a paz e a harmonia e as Deusas eram mulheres de sabedoria nem a criação de um Deus homem, de uma Evaque trai, maior mito da subserviência e da incapacida de jamais criados e perpetuado; vai nos tornar menos mulheres.
Que com este simples gênero, nos dá o poder de fazer nasceremos homens, nos dá o poder de curar, de ouvir com compaixão,de perdoar,de orientar sem interferir, nutrir, proteger,reconfortar e cuidar.
Nós somos as fiandeiras da teia, as guardiãs dos fios invisíveis que ligam os seres humanos ao cosmo.
Cabe a nós a reversão do cruel quadro instalado no mundo por ordas armadas da antiguidade, que desbarataram o mundo, sem armas que não as da sabedoria, das mulheres daTerra, quando se vivia em paz.
O resgate dos valores da verdade, da beleza, da paixão pela justiça,do comprometimento com a cura da sociedadee dos indivíduos,o cultivo da sabedoria, o respeito pela mãe Terra, em todos os nossos atos cotidianos é que vai nos dar a chance, pequena mas real, de mudar o mundo e legarmos uma vida decente aos nossos descendentes.
Fomos colonizadas e quase extermindas, reagimos de forma errada e sem firmeza.
Como bicho acuado atacamos.
Hoje não podemos mais cair nessa armadilha.
Hoje não temos mais com que nos ocupar senão com asobrevivência de nossa espécie.
Hoje temos que cortar os cordões umbilicais que nos ligam ao afastamento, a agressividade,a competição,ao deboche,a raiva,a cobrança como formas de sobrevivere de nos manter.
Hoje somos só nós e o que faremos deste mundo.
Hoje somos só nós e nós.
Hoje não temos mais desculpas para nos encararmos.
Hora do resgate, poucas horas.
Para resgatar muitas horas perdidas.
Hora e tempo da delicadeza com todos os seres da Terra e com a Mãe Natureza.
Não precisamos de um dia Internacional da Mulher.
Nós fazemos os dias, as horas e os minutos.
Só precisamos nos apropriar desse fazer.
Buscando no mais íntimo de cada uma tudo que nos foi roubado através dos tempos.
A Lua que brilha pela janela!
Deixada pelo ladrão não foi roubada.
Ainda assim temos a Lua, as Águas, o Sol, as Árvores,o Ar, os Animais e a Terra.
E temos nossa fúria de mãe para salvar nossos filhos.
Mãos à massa !
Lutar sem jamais perder a ternura.
Justamente quando a lagarta pensou que o mundo tinha acabado ela virou borboleta ...

Apropriação de vários pensares e meus mesmos. Agradeço a Mara Rennó pelo lindo texto

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