quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Sophia Andresen / UM POEMA EXEMPLAR

Um poema exemplar

Um poema exemplar: em linhas como:

«Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,

Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,

Saber que existe o mar e existem praias nuas,

Montanhas sem nome e planícies mais vastas

Que o mais vasto desejo,

E eu estou em ti fechada e apenas vejo

Os muros e as paredes e não vejo

Nem o crescer do mar nem o mudar das luas.

Saber que tomas em ti a minha vida

E que arrastas pela sombra das paredes

A minha alma que fora prometida

Às ondas brancas e às florestas verdes»



(Sophia Andresen
«Cidade», Livro Sexto)

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