quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Maria Bethânia grava DVD no Canecão / terça, 7 de agosto de 2007

Na manhã desse domingo, a chuva torrencial fez Maria Bethânia chegar atrasada à gravadora Biscoito Fino, onde daria entrevistas. "Sempre chove quando eu vou fazer show", conta a cantora, que reestréia no Canecão, para gravação de um DVD.

A água é o tema dos dois últimos discos lançados pela cantora, Mar de Sophia, dedicado ao mar, e Pirata, inspirado nos rios. "A água é o elemento que eu escolhi para me expressar sobre política, amor, sexo, modernidade, MPB, autoria, para falar o que eu quiser", explica a cantora. "É o elemento feminino, nós fomos geradas na água, somos reservatórios dela. Acho muito bonita a força da água."

O show correu o País ("Fiz o Brasil quase todo, de Manaus ao Rio Grande do Sul") e cidades de Espanha, Portugal e Suíça, onde Bethânia se apresentou no Festival de Montreux. "A música brasileira já ganhou um espaço significativo no exterior, existe muito respeito. Foi uma conquista da bossa nova", analisa Bethânia.

A cantora voltou para casa no dia seguinte à tragédia do vôo da TAM. "Liguei a TV e vi. Isso causou uma dor cruel nas pessoas. A primeira coisa que disseram foi: 'Não viaje de avião'. E vai fazer o quê? Ferrovias não temos, rodovias decentes não temos. Vamos voltar a andar de cavalo e bicicleta? Eu acharia ótimo andar em Ipanema de bicicleta", ironiza.

É a deixa para uma crítica aos caminhos do mundo hoje. "Sou a favor do progresso, da novidade, da possibilidade de agilidade de contatos que a Internet nos traz. Mas é horroroso quando o homem perde os seus valores, a honra, a moral, o respeito, a dignidade", desabafa. "É muito difícil reagir, o mundo já avançou para este lado, entrou no 'sangue' do mundo. A não ser que sejamos obrigados. A natureza já está dando o seu recado", acredita.

"Você vê grandes catástrofes, Londres com pestes. Londres! Vai chegar uma hora em que vamos ter que fazer alguma coisa. Aliás, não dá para andar, temos que correr", analisa.

Respeito até dos paparazzi
Bethânia garante que sua vida é calma mesmo quando está em lugares públicos. "Fico tranqüilíssima. Se abordam, é sempre com gentileza. O carioca é uma vedete, ele fala 'Oi, Bethânia, tudo bem? Dá licença, vou ali...', adoro isso", diverte-se ela.

Nem mesmo os paparazzi incomodam. "Eu sou uma senhora, me respeitam (risos). Tem gente que procura e isso permite que os outros (os paparazzi) exerçam sua profissão com vigor. Depois não pode reclamar", diz. "Não tenho necessidade de aparecer. Hoje parece que isso é obrigatório, mas não é. Quando eu cheguei, não tinha essa coisa quase pedinte para que o trabalho fosse demonstrado. Se eu fosse começar hoje, talvez não tivesse continuado", acredita.

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