quinta-feira, 21 de junho de 2007

Sangue português / Antonio Miranda Fernandes


Ah mar...
talvez minhas rugas saibam
o quanto meu corpo açoitaste
e das dores em tuas águas
na feiúra que me mostraste

talvez meus cabelos saibam
medos que em procelas senti
quantos dias se fizeram noite
e quantas fiquei sem dormir

gosto de ti e nem sei porquê
talvez seja um amor nascido
antes do meu dia de nascer
devo carregar do teu salgado
no meu sangue português
e se menos idade eu tivesse
passaria por tudo outra vez

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