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sábado, 24 de fevereiro de 2007
JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade
Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.
Carlos Drummond de Andrade
Precisão
O que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição.
Clarice Lispector
A alma
é essa coisa
que nos pergunta
O segredo
é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim
para que
até você.
Reflexão de Lavoisier ao descobrir que
Sempre
nessas reuniões sociais:
Não importa saber se a gente acredita em Deus:
Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove –
O ruim dos filmes de Far West é que
os tiroteios acordam a gente no melhor do sono.
Se alguém te perguntar o que quiseste dizer com um poema,
Quem não compreende um olhar
Esta vida é uma estranha hospedaria,
de onde se parte quase sempre às tontas,
pois nunca as nossas malas estão prontas,
e a nossa conta nunca está em dia.
O sorriso enriquece os recebedores
Cada
Os verdadeiros analfabetos
O tempo
O despertador
de tráfego de
O milagre
Dias maravilhosos em que os jornais
vêm cheios de poesia e do lábio do amigo
brotam palavras de eterno encanto
Dias mágicos em que os burgueses espiam,
através das vidraças dos escritórios,
a graça gratuita das nuvens
Sentir primeiro,................pensar depois
Perdoar primeiro,.............julgar depois
Amar primeiro,.................educar depois
Esquecer primeiro,...........aprender depois
Libertar primeiro,.............ensinar depois
Alimentar primeiro,..........cantar depois
Possuir primeiro,..............contemplar depois
Agir primeiro,...................julgar depois
Navegar primeiro,............aportar depois
Viver primeiro,.................morrer depois
Poeminha do Contra
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho!
A Arte de Ser Bom
Mas ao coração
prudência e cautela ajunta.
Quem todo de mel se unta,
os ursos o lamberão.
Texto:
Mário Quintana
SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mario Quintana ( In: Esconderijo do tempo)
Roberto Mendes/capinam
Yá Yá Massemba
Que noite mais funda, Calunga
No porão de um navio negreiro
Que viagem mais longa, Candonga
Ouvindo o batuque das ondas – Compasso
De um coração de pássaro
No fundo do cativeiro
É o semba do mundo, Calunga
Batendo samba em meu peito
Kaô Kabiecilê Kaô
Okê arô okê !
Quem me pariu
Foi o ventre de um navio
Quem me ouviu
Foi o vento no vazio
Do ventre escuro de um porão
Vou baixar o seu terreiro
Epa raio, machado, trovão
Epa justiça de guerreiro
Ê semba ê
Samba á
No Batuque das ondas
Nas noites mais longas
Me ensinou a cantar
Ê semba ê
Samba á
Dor é o lugar mais fundo
É o umbigo do mundo
É o fundo do mar
No balanço das ondas
Okê arô
Me ensinou a bater seu tambor
Ê semba ê
Samba á
No escuro porão veio o clarão
Do fundo do mundo
Vou aprender a ler
Pra ensinar os meu camaradas!
Vou aprender a ler
Pra ensinar os meu camaradas!
Caetano Veloso
Onde eu nasci passa um rio
Que passa no igual sem fim
Igual, sem fim, minha terra
Passava dentro de mim
Passava como se o tempo
Nada pudesse mudar
Passava como se o rio
Não desaguasse no mar
O rio deságua no mar
Já tanta coisa aprendi
Mas o que é mais meu cantar
É isso que eu canto aqui
Hoje eu sei que o mundo é grande
E o mar de ondas se faz
Mas nasceu junto com o rio
O canto que eu canto mais
O rio só chega no mar
Depois de andar pelo chão
O rio da minha terra
Deságua em meu coração
Bandeira do Divino
Os devotos do divino
vão abrir sua morada
prá bandeira do menino
Ser bem vinda, ser louvado, ah, ai
Deus vos salve esse devoto
Pela esmola em vosso nome
dando água a quem tem sede
Dando pão a quem tem fome, ah, ai
A bandeira acredita
Que a semente seja tanta
que essa mesa seja farta
Ou essa casa seja santa, ah, ai
que o perdão seja sagrado
Que a fé seja infinita
que o homem seja livre
Que a justiça sobreviva, ah, ai
Assim como os três reis magos
Que seguiram a estrela guia
a bandeira segue em frente
Atrás de melhores dias, ah, ai
no estandarte vai escrito
Que ele voltará de novo
e o rei será bendito
Ele nascerá do povo, ah, ai
Comida
(Arnaldo Antunes/Marcelo Fromer/Sergio Britto)
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor.
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade.
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade.
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
O Cio da Terra
- (Milton Nascimento/Chico Buarque)
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
MINHA HISTÓRIA (CHICO BUARQUE)
Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente
Ele assim como veio partiu não se sabe pra onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
Esperando, parada, pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido cada dia mais curto
Quando enfim eu nasci minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré
Minha mãe não tardou a alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor
Minha história é esse nome que ainda hoje carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome Menino Jesus
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
Caetano Veloso - Um Índio
Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhanteDe uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claroinstante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas dastecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
REFRÃO
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Caetano Veloso - O Ciúme
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, e
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme
PAU BRASIL (FRANCIS HIME)
Francis Hime - Pau Brasil
Era uma vez uma floresta cheia de festa e balangandãNa noite fresca carnavalesca brilhava a estrela Aldebarã
E nas quebradas da madrugada toda menina era cunhã
Um belo dia uma menina achou no mato uma maçã
Olhou a fruta meio de banda como se fosse coisa malsã
Deu uma dentada, meteu o dente, e de repente,tchan-tchan-tchan-tchan
Ouviu na mata a voz possante e extravagante do Deus Tupã
Que então lhe disse: mas que tolice, minha menina, minha cunhã
Uma maçã é uma maçã, é uma maçã, é uma maçã
Gente humilde
(Garoto, Vinícius de Moraes, Chico Buarque e Nicanor)
Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Como um desejo de eu viver sem me notar
Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar
Não Sei
(Cora Coralina)
Não sei... se a vida é curta
ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
Mas que seja intensa,
verdadeira, pura...
Enquanto durar"
Cora Coralina
Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
Princesa (Vinicius)
Princesa
Que de tão remota a angústia
Saca-me um fervor por entre o peito
Sultura-me o passado
Traz de volta meu estado
faz-me repousar em seu leito
Apreensivo fico sem sua presença
Fico sombrio, fico calado
Ouço meu peito com ardor
Minhas pálpebras recaem sobre o globo atento da vida
Que por
desalento, fecha meu mundo mais que infinito
Meu mundo:
VOCÊ
" MEU AMOR! "
Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não fazer ! Ler é maçada, Estudar é nada. Sol doira Sem literatura O rio corre, bem ou mal, Sem edição original. E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Como o tempo não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta. Quanto é melhor, quanto há bruma, Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mais que isto |
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
à cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Maria Bethânia - Não Tenha Medo
Não tenha medo
Me faça seu travesseiro
Aquela roupa eu nem tirei
Só pra dormir com seu cheiro
Aquele beijo de boa-noite
Ainda queima em minha boca
Nem o café esconde o gosto
Em sonhos vejo seu rosto
Você é a estrela do mar profundo
Caiu do céu no meu mundo
Se eu fico longe, só um tiquinho
Pouco mais que um segundo
A corda quebra, o carro pára
O riacho fica fundo
A corda quebra, o carro pára
O riacho fica fundo
Não tenha medo
Lhe ajudo na travessia
Não sei nadar
Pra flutuar, basta a sua companhia
(Heitor Villa-Lobos/Dora Vasconcellos)
Acorda, vem ver a lua
que dorme na noite escura
que surge tão bela e branca
derramando doçura
clara chama silente
ardendo meu sonhar
as asas da noite que surgem
e correm o espaço profundo
oh, doce amada, desperta
vem dar teu calor ao luar
quisera saber-te minha
na hora serena e calma
a sombra confia ao vento
o limite da espera
quando dentro da noite
reclama o teu amor
acorda, vem olhar a lua
que dorme na noite escura
querida, és linda e meiga
sentir meu amor e sonhar
Falar de Villa-Lobos nos lembrave
simplesmente, música clássica. Estes
versos, cantados (interpretados por)
Maria Bethânia) são maravilhosos !!!
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
Beijando a Terra, a desfazer-se em luz...
Amor! São os pés brancos de Jesus
Que anda pisando as ruas da cidade!
E eu ponho-me a pensar... Quanta saudade
Das ilusões e risos que em ti pus!
Traças em mim os braços duma cruz,
Neles pregaste a minha mocidade!
Minh'alma que eu te dei, cheia de mágoas,
É nesta noite o nenúfar de um lago
Estendendo as asas brancas sobre as águas!
Poisa as mãos nos meus olhos, com carinho,
Fecha-os num beijo dolorido e vago...
E deixa-me chorar devagarinho...
Eu Florbela Espanca
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino, amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
MÚSICA BRASILEIRA
Resgatar e preservar as músicas populares brasileiras é nosso objetivo. Através da internet estamos propiciando a todas as pessoas, em qualquer lugar do mundo, o acesso às belíssimas músicas, muitas delas relegadas ao esquecimento.Música Popular Brasileira é um dos aspectos mais ricos e importantes da cultura brasileira, retratando costumes, idéias e valores de cada época.Nosso único compromisso é com os compositores, cantores e suas obras. Não temos nenhum objetivo comercial e financeiro; as imagens, músicas e suas letras são obtidos nos diversos sites da internet; nosso trabalho é puramente de pesquisa e a seleção das músicas são escolhidas as mais significativas para mim .Numa primeira etapa incluímos algumas letras, intérpretes, lançamento, poesias, mas pretendemos continuar incluindo outras músicas porventura ainda não incluídas,de artistas novos, ainda não conhecidos, num trabalho contínuo e de longo prazo.