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sábado, 3 de novembro de 2007
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Mário Quintana / A IDADE DE SER FELIZ!!!
Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente um época na vida de cada pessoa em que é possivel sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fulgaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.
(Achu esse texto lindissimo!!! Vejam se não é verdade? Muitas vezes nem paramos para pensar nisso, quando eu li pela primeira vez nossa, me fez realmente pensar em tudo e ver que a verdadeira felicidade está acima de tudo em nós, dentro de nós, basta quer, fazer ela surgir em nosso dia-a-dia através dos nossos gestos, ações e então viver sentido-se realmente feliz...........)
Mário Quintana / CANÇÃO PARA UMA VALSA LENTA!
(Poema Mário Quintana)
Minha vida não foi um romance
Nunca tive até hoje um segredo
Se me amas, não diga, que morro...
De surpresa....de encanto....de medo...
Minha vida não foi um romance
Minha vida passou por passar.
Se não me amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar
Minha vida não foi um romance
Pobre vida.....passou sem erredo...
Glória a ti que me enches a vida
De surpresa, de encanto de medo!
Minha vida não foi um romance
Ai de mim.... já sei ia acabar:
Pobre vida que toda depende
De um sorriso.....de um gesto......de um olhar.....
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Das coisas simples da vida / (Vital Lima e Nádia Mariano)
Das coisas simples da vida
(Vital Lima e Nádia Mariano)
Luzes desses tons lilases
Matam moscas
Que querem comer sua comida
Outras luzes bem mais nobres
Servem para festejar a vida
Claro que isso é simples
Como dar-se um respirador artificial
A um homem quase morto...
Simples mesmo é um feijão com arroz
Um beijo, um pão de queijo
O não, o sim, ir ou fugir
O som das aves em bando
O som de um bandolim...
Macarrão com shoyu
Ou legumes no vapor
O cheiro...
Simples, não?
Água mineral
A trova antiga de um trovador
Também são.
São Sebastião flechado
Um coração atado nas birutas
Muito simples...
Ligar o liquidificador e fazer misturar
Todas as frutas.
Simples pegara no gatilho, dar um tiro
E interromper outra vida
Quando o bem não entrou no coração
E um vazio imenso se instalou
Onde deveria estar, das coisas,
A coisa mais simples:
O Amor.
Música de Vital Lima
Letra de Vital Lima e Nádia Mariano
Baixolão: Adelbert Carneiro
Violão base: Vital Lima
Violão de apoio: Marco André
Percussão: Márcio Jardim
Voz: Vital Lima
Contracanto: Marco André
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
terça-feira, 30 de outubro de 2007
CHARLES AZNAVOUR
domingo, 28 de outubro de 2007
Chico Poeta / Sonata do Homem que Desperta
(única).
Comprou sapatos,
duas camisas
e um par de calças.
Aposentou a enxada
foi para a estrada
e entrou no ônibus.
José construiu casas
não para ele,
pra cidade;
pintou,
serrou, rolou
nas ruas;
fez de sua fé
uma bandeira crua.
José passou anos
percorrendo
a vida.
Em outro ônibus
encontrou saída.
José passou
pela mesma estrada,
pesou, mediu
todos os desenganos:
Pegou na enxada
e aposentou os
sonhos.
Ascenso Ferreira / Minha escola
Minha escola
A escola que eu frequentava era cheia de grades como as prisões.
E o meu Mestre, carrancudo como um dicionário;
Complicado como as Matemáticas;
Inacessível como Os Lusíadas de Camões!
À sua porta eu estava sempre hesitante...
De um lado a vida... — A minha adorável vida de criança:
Pinhões... Papagaios... Carreiras ao sol...
Vôos de trapézio à sombra da mangueira!
Saltos da ingazeira pra dentro do rio...
Jogos de castanhas...
— O meu engenho de barro de fazer mel!
Do outro lado, aquela tortura:
"As armas e os barões assinalados!"
— Quantas orações?
— Qual é o maior rio da China?
— A 2 + 2 A B = quanto?
— Que é curvilíneo, convexo?
— Menino, venha dar sua lição de retórica!
— "Eu começo, atenienses, invocando
a proteção dos deuses do Olimpo
para os destinos da Grécia!"
— Muito bem! Isto é do grande Demóstenes!
— Agora, a de francês:
— "Quand le christianisme avait apparu sur la terre..."
— Basta
— Hoje temos sabatina...
— O argumento é a bolo!
— Qual é a distância da Terra ao Sol?
— ?!!
— Não sabe? Passe a mão à palmatória!
— Bem, amanhã quero isso de cor...
Felizmente, à boca da noite,
eu tinha uma velha que me contava histórias...
Lindas histórias do reino da Mãe-d'Água...
E me ensinava a tomar a bênção à lua nova.
Publicado no livro Catimbó (1927).
In: FERREIRA, Ascenso. Poemas: Catimbó, Cana Caiana, Xenhenhém. Il. por 20 artistas plásticos pernambucanos. Recife: Nordestal, 1981
CASTRO ALVES / A canção do africano
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão ...
De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!
"Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
"0 sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!
"Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar ...
"Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro".
O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
............................
O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.
E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!