MEU ESPÍRITO NAVEGA ENTRE CANAIS NO EMBALAR DAS ONDAS
MINHA ALMA FAMINTA DE AMOR PROCURA-O EM VENEZA.
COMO É TRISTE VENEZA ONDE AGORA COMPONHO MEUS VERSOS...
PORQUE SEI QUE VENTO QUE ACARICIA OS GERÂNIOS DAS JANELAS,
É O MESMO VENTO QUE TOCA MINHA FACE... DISTANTE DO TEU BEIJO.
VEJO-ME NA ALMA DO ARLEQUIM DESOLADO SEM SUA COLOMBINA...
NA ROSA VERMELHA QUE NÃO FOI ENTREGUE, AINDA PRESA À MÃO,
NA LÁGRIMA FURTIVA QUE SULCA A MAQUIAGEM E AMARGA NA BOCA.
O GONDOLEIRO CANTA "O SOLE MIO" TOTALMENTE ALHEIO AO MEU CHORO
UMA MELANCOLIA ME ALCANÇA QUANDO DESCE A NOITE E O SOL SE DEITA
NAVEGAR É PRECISO, VIVER É PRECISO, CHORAR É UMA CONSEQÜÊNCIA...
COMO É TRISTE VENEZA SEM O ARRULHAR DOS POMBOS NA PIAZZA SAN MARCO,
SEM A REVOADA DAS GAIVOTAS AO ASSUSTADOR APITO DOS NAVIOS
SEM ROSTOS ÁVIDOS DE AVENTURAS ATRÁS DAS ENIGMÁTICAS MÁSCARAS...
O CORAÇÃO FICOU REPRESADO EM UM CANAL QUE SE AFUNILOU
A OUTRA MARGEM NÃO FOI ALCANÇADA E NEM A CONFORMAÇÃO,
NÃO FAÇO PARTE DO TEMA QUE O PINTOR PRENDE EM AQUARELA
COMO É TRISTE VENEZA NA NOITE SOLITÁRIA QUE TAMBÉM SE ARRASTA
A PONTE DOS SUSPIROS TAMBÉM SUSPIRA PELO PASSADO SAUDOSO...
É TRISTE VENEZA SEM VOCÊ E COM AZNAVOUR, QUE CHORA COMIGO...
Nenhum comentário:
Postar um comentário