domingo, 7 de outubro de 2007

Fernando Pessoa / Entre o luar e o arvoredo






Entre o luar e o arvoredo,desejo e não pensar
Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.

Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.

Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora
Entre a hora e o que a brisa traz.
Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz.

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