quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Sophia de Mello Breyner Andresen / Como uma flor vermelha





Como uma flor vermelha

À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresc
Como uma flor vermelha.

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