quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Poesia / Antonio Vieira

Poesia

Antonio Vieira

A nossa poesia é uma só

Eu não vejo razão pra separar

Todo o conhecimento que está cá

Foi trazido dentro de um só mocó

E ao chegar aqui abriram o nó

E foi como se ela saísse do ovo

A poesia recebeu sangue novo

Elementos deveras salutares

Os nomes dos poetas populares

Deveriam estar na boca do povo

Os livros que vieram para cá

O Lunário e a Missão Abreviada

A donzela Teodora e a fábula

Obrigaram o sertão a estudar

De repente começaram a rimar

A criar um sistema todo novo

O diabo deixou de ser um estorvo

E o boi ocupou outros lugares

Os nomes dos poetas populares

Deveriam estar na boca do povo

No contexto de uma sala de aula

Não estarem esses nomes me dá pena

A escola devia ensinar

Pro aluno não me achar um bobo

Sem saber que os nomes que eu louvo

São vates de muitas qualidades

O aluno devia bater palma

Saber de cada um o nome todo

Se sentir satisfeito e orgulhoso

E falar deles para os de menor idade

Os nomes dos poetas populares


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