sexta-feira, 27 de abril de 2007

Se eu quiser falar com Deus (Gilberto Gil)



Compositor, cantor e instrumentista, Gilberto Passos Gil Moreira nasceu em 29/06/1942 em Salvador BA; viveu com os pais o médico José Gil Moreira e a professora Claudina Moreira até os 9 anos em Ituaçu interior da Bahia; posteriormente foi morar com sua tia Margarida em Salvador, iniciando então seus estudos de música; em 1961 ganhou de sua mãe um violão aperfeiçoando-se no instrumento; formou-se Administrador de Empresas pela Universidade Federal da Bahia em 1964; estreou em disco em 1962 apresentando-se em rádio e TV. Nessa época tornou-se amigo de Caetano Veloso que viria a ser seu grande amigo e parceiro. Participou de inúmeros shows com os "Doces bárbaros" composto por Maria Bethânia, Gal Costa, Tom Zé dirigidos por Caetano Veloso.
Autor de mais de cem composições as principais foram: "Ensaio Geral" 5º colocada no II Festival de MPB da TV Record, "Domingo no parque" 2º lugar no mesmo festival do ano seguinte, "Procissão", "Refestança" com Rita Lee, "Se eu quiser falar com Deus" e inúmeras outras.
Considerado um dos artistas mais cultos do Brasil, participou de vários movimentos em defesa da música popular brasileira; por sua atuação política, excelente formação cultural e humanística foi convidado a participar como Ministro da Cultura .

Dárcio Fragoso

Se eu quiser falar com Deus
(1980)

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

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