sábado, 29 de março de 2008

Animais: Associação apela ao boicote de produtos chineses devido aos maus tratos para com os animais na China

 

16:44 | Quarta-feira, 13 de Fev de 2008

 

Lisboa, 13 Fev (Lusa) - Quinze activistas da Animal apelaram hoje, frente à embaixada chinesa em Lisboa, ao boicote de produtos chineses e aos Jogos Olímpicos de Pequim2008 por considerarem que o governo daquele país é "cego e surdo" face aos direitos dos animais.

Miguel Moutinho, presidente da associação Animal, disse à agência Lusa que com esta acção os activistas querem "mandar uma mensagem ao governo Chinês de que não pode continuar a permitir a violência extrema contra animais, que é fomentada pela indústria de produção e exportação de pêlo".

A acção em Lisboa, na qual os activistas estiveram simbolicamente de olhos vendados, é apenas uma das iniciativas - integradas no Dia Internacional de Protesto Contra a Violência Contra Animais na China - que várias associações promovem em 13 países diferentes, desde Espanha ao Brasil.

De acordo com a Animal, raposas, guaxinins, martas, cães e gatos são criados em condições de "extrema violência", mortos e depois exportados para a Europa e Estados Unidos "através de diversos artifícios como a rotulagem falsa de peças de pêlo genuíno que são apresentadas como pêlo falso".

O activista referiu ainda que o negócio de pêlo verdadeiro já "alcançou proporções tais que a União Europeia (UE) sentiu necessidade de legislar esta matéria", proibindo a comercialização de peles de cães e de gatos dentro do território da comunidade, uma lei que deverá entrar em vigor a 31 de Dezembro deste ano.

Outra das questões que preocupa os activistas defensores dos direitos dos animais é a falta de condições a que tigres e leões são sujeitos nos jardins zoológicos chineses.

"Frequentemente, os leões e tigres, mantidos em espaços mínimos e privados de condições, são alimentados pelos visitantes dos zoos, que são convidados a atirar-lhes cabras e outros animais ainda vivos", contou Miguel Moutinho à Lusa.

Para o presidente da Animal, é imperativo que a China "restrinja através de legislação estes horrores e que mostre à comunidade internacional que vai mudar no que concerne a estas questões, em vez de as ignorar, como tem vindo a fazer no caso das quintas de urso para extracção da bílis".

A UE pediu em 2006 ao governo chinês que extinguisse as quintas onde os ursos são mantidos em cativeiro em jaulas exíguas, enquanto lhes é extraída a bílis, "pedido que a China ignorou".

Ironizando a atitude do governo chinês, que "insiste em fechar os olhos a estas questões", os 15 manifestantes que protestaram hoje de manhã em frente à embaixada chinesa, apresentaram-se de vendas nos olhos, segurando cartazes onde se lia "China: o inferno na Terra para os animais" e "China mantém-se cega e obstinada com a violência contra animais".

Os activistas apelam a que se boicote tudo o que é de origem chinesa: desde os Jogos Olímpicos em Pequim 2008 até aos restaurantes e lojas chinesas, "onde ainda se vendem objectos com pêlo de animal verdadeiro".

MZM

Lusa/Fim

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