ao entardecer o raio despencou como malho partindo rochas numa obra doente de cantaria e o escarcéu se fez com tantos ralhos que a chuva caiu do céu rasgado e enegrecido como ventre aberto a força parindo viuvez chicoteando o mar que se eriçou friorento.
quantas vezes única vida é preciso morrer para se provar que nascer já foi valentia? uma cabeça gigante balançou para os lados e tremeu o mundo sacudido por força tamanha abanando com violência os ventos gelados boca da noite que se abriu engolindo o dia.
o céu onde deviam morar anjos se fez fétido... cheirava a enxofre...e o dragão abriu as ventas cuspindo mais fogo...mais raios...mais ameaças... uma quantidade de demônios zangados sobre nós mortos de fome e cheios de ira e desgraças.
eu pensei nos marinheiros em mar aberto nos seus frientos pensamentos em seus filhos no espremer do peito esmagando o coração na nau de quente e açoitado útero de madeira, onde eles se aninham tremendo de pavor ora Deuses... parem com essa brincadeira busquem na sapiência senil outra diversão.
2 comentários:
Anônimo
disse...
Gostei de seus poemas, andei por suas páginas... Onde posso achar sua biografia?
2 comentários:
Gostei de seus poemas, andei por suas páginas...
Onde posso achar sua biografia?
aldrago@terra.com.br
Também gostaria de saber onde encontro a biografia desse poeta maravilhoso.Beijos e obrigada.
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