Mar
Sem jamais antever os teus desígnios
vaguei por angras e por arquipélagos.
Feri o casco deste barco dútil
Na enfumaçada rota de esperanças.
As auroras de cinza enferrujaram
correntes e metais de atracação.
E o único sal, soprado nas aragens
apodreceu bandeiras e velames.
Teus desígnios de vagas e salsugem
de abismos e rochedos agressivos
com o ardor das algas me queimaram os olhos.
Mas pude ver a concha que se abria
para a manhã nascer por sobre as ondas.
Posso agora perder-me nesta noite
Nenhum comentário:
Postar um comentário