19/6/1944
Compositor, intérprete, poeta e escritor, Chico Buarque é hoje uma referência obrigatória em qualquer citação à música brasileira dos anos 60 pra cá. Sua influência é decisiva em praticamente tudo que aconteceu musicalmente no Brasil nos últimos 35 anos, pelo requinte melódico, harmônico e poético que suas obras apresentam. Filho do historiador Sergio Buarque de Hollanda, morou em São Paulo, Rio e Roma durante a infância. Desde criança teve contato em casa com grande personalidades da cultura brasileira, como Vinicius de Moraes (que viria a se tornar seu parceiro), Baden Powell e Oscar Castro Neves, amigos dos pais ou da irmã mais velha, Miúcha, também cantora e violonista. Em 1964 começou a se apresentar em shows de colégios e festivais e no ano seguinte gravou pela RGE o primeiro compacto, com "Pedro Pedreiro" e "Sonho de um Carnaval". Desde então não parou mais de compor e se apresentar, participando de festivais internacionais de música, atuando no programa O Fino da Bossa, da TV Record. Ainda em 65, musicou o poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, que fez enorme sucesso no Brasil e na França, para onde excursionou, arrancando elogios até mesmo do poeta João Cabral, que admite só ter autorizado a utilização do poema por amizade ao pai de Chico. Com o Festival de Record de 1966 tornou-se conhecido no Brasil inteiro por sua música "A Banda", interpretada por Nara Leão, que conseguiu o primeiro lugar (empatada com "Disparada", de Geraldo Vandré e Theo de Barros). Sua participação em festivais foi definitiva para a consolidação de sua carreira. Fez sucesso com "Roda Viva", "Carolina" e "Sabiá", e defendeu ele mesmo suas músicas "Benvinda" e "Bom Tempo". Lançou LPs no fim da década de 60, fazendo shows na França e Itália, onde morou por aproximadamente um ano. De volta ao Brasil, fez música para cinema e gravou um de seus discos mais bem-sucedidos, "Construção". Várias de suas composições e peças de teatro tiveram problemas com a censura na época da ditadura militar, e chegou a usar o pseudônimo Julinho de Adelaide para assinar algumas de suas músicas, como "Acorda, Amor". No teatro, escreveu "Gota D'Água" com Paulo Pontes, e a "Ópera do Malandro". Como escritor, lançou em 1991 o romance "Estorvo" e, quatro anos depois, "Benjamin". Depois disso voltou a dedicar-se à música, lançando "Paratodos" em 1993 e "as cidades" em 1999, ambos com amplas turnês pelo Brasil e exterior. Em 1998 foi enredo da Mangueira, que ganhou o desfile daquele ano. Em 2001, Chico lança o DVD “As cidades”. Além do show "As Cidades", filmado em película, o especial traz cenas captadas no Rio de Janeiro e em Buenos Aires. Entre as participações especiais estão Jamelão, a Velha Guarda da Mangueira e Maria Bethânia. O CD Duetos é lançado em 2002 e reúne 14 das mais de 200 participações de Chico cantando com outros artistas. Participaram do CD: Marçal, Ana Belén, Nara Leão, Zeca Pagodinho, Sergio Endrigo, Nana Caymmi, Johnny Alf, Pablo Milanés, João do Vale, Dionne Warwick, Miúcha, Tom Jobim e Elba Ramalho. O DVD “Chico ou o país da delicadeza perdida” é lançado em 2003. Neste trabalho, Chico Buarque estreou para a televisão francesa em 1990. Após 8 anos sem gravar um disco de inéditas, Chico Buarque lança o CD “Carioca” em 2006. São 12 faixas, algumas em parceria com ao artistas Edu Lobo, Ivan Lins e Tom Jobim. |
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